Montepio vende participação em empresa de saúde à CUF por 1 milhão

Mutualista Montepio vende participação de 27% que tem na empresa de segurança e saúde do trabalho Sagies ao grupo CUF – que já controla 70% – por cerca de um milhão de euros.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) vai vender a participação de 27% que detém na empresa de medicina do trabalho Sagies ao grupo de saúde CUF por um valor superior a um milhão de euros, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Com 30 anos de atividade na área da segurança e saúde do trabalho, a Sagies faz parte da CUF, que já detém 70,5% da empresa de saúde e prepara agora a compra da participação da mutualista por 1,05 milhões de euros. O grupo que gere uma rede de 20 hospitais e clínicas em todo o país vai passar a controlar 97,5% da Sagies, enquanto outros 2,5% estão nas mãos da Cruz Vermelha.

A operação ainda será sujeita a apreciação na assembleia de representantes da mutualista – que substituiu o conselho geral da instituição, mas com poderes reforçados, como aprovar e chumbar orçamentos e contas e decidir a venda de participações do grupo, entre outras competências –, que se reunirá de forma extraordinária no próximo dia 27. Questionada pelo ECO sobre esta transação, a mutualista não quis fazer comentários.

Regulador dá luz verde à extinção da Montepio Seguros

A mesma assembleia de representantes extraordinária tem outro ponto na ordem de trabalhos: discutir a reorganização do sub-grupo segurador, na sequência da extinção da holding Montepio Seguros SGPS, que já teve inclusivamente luz verde do regulador, e ainda o reforço da estrutura de capital da Lusitânia e Lusitânia Vida.

Com a extinção daquela holding, aprovada pela Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) no final do mês passado e que visou simplificar a estrutura societária e alcançar poupanças, as duas companhias de seguro passam a ser detidas diretamente pela mutualista liderada por Virgílio Lima.

Em relação ao reforço de capital, o ECO avançou no final de setembro que a AMMG teve de injetar 7,5 milhões de euros na Lusitânia, numa operação que visou reforçar o seu rácio de solvência e assim cumprir as exigências do regulador, depois das perdas registadas na bolsa este ano por conta da turbulência nos mercados financeiros. Parte das perdas estão relacionadas com a exposição a títulos de empresas russas, como o ECO revelou em primeira mão.

Na altura, fonte oficial da instituição adiantou ao ECO que o montante seria suficiente para “garantir rácios de conforto adequados”, mas deixou em aberto a necessidade de ter de voltar a apoiar a sua seguradora: “A futura evolução dos mercados financeiros, com particular destaque no mercado obrigacionista, determinará a necessidade de ação futura”.

Com mais de 600 mil associados, a AMMG é a maior mutualista do país, tendo registado lucros de 13 milhões de euros no primeiro semestre, tendo no Banco Montepio o seu principal ativo.

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