Salário médio sobe para 1.353 euros no terceiro trimestre, mas cai 4,7% em termos reais

A remuneração bruta total mensal média aumentou 4% no terceiro trimestre, para 1.353 euros, mas caiu cerca de 5% em termos reais, assumindo o efeito da inflação.

A remuneração bruta mensal média por trabalhador português aumentou 4% para 1.353 euros, no terceiro trimestre do ano.em termos reais, tendo como referência a variação do Índice de Preços no Consumidor, a remuneração bruta total média por posto de trabalho diminuiu 4,7%, mostram os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No trimestre terminado em setembro, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador subiu 4% em relação ao mesmo período de 2021, passando de 1.302 para 1.353 euros. A componente regular e a componente base daquela remuneração aumentaram 3,8% e 3,7%, situando-se em 1.145 euros e 1.076 euros, respetivamente.

Variação homóloga da remuneração bruta mensal média por trabalhador (total, regular e base).INE

Contudo, ajustando para a inflação, medida pela variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), que foi de 9,1% no trimestre terminado em setembro de 2022, a remuneração bruta total média diminuiu 4,7%. As componentes regular e base diminuíram, ao mesmo tempo, ambas 4,9%.

Variação homóloga da remuneração bruta total mensal média por trabalhador (nominal e real).INE

Já a remuneração bruta regular mensal média por trabalhador — que exclui, entre outras componentes salariais, os subsídios de férias e de Natal e, por isso mesmo, tem um comportamento menos sazonal — aumentou 3,8% em setembro, comparativamente ao período homólogo, passando de 1.104 euros para 1.145 euros. Este crescimento foi superior em 1,4 pontos percentuais ao observado em junho de 2022.

Administração Pública entre os menores aumentos da remuneração total

Em setembro de 2022, a remuneração total variou entre os 894 euros, nas atividades de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, e os 2.793 euros, nas atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio.

O maior salto salarial (na remuneração total) foi registado, contudo, nas atividades de educação (7,1%), seguindo-se as atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (6,8%). Os menores aumentos da remuneração total, por sua vez, foram observados nas atividades de Administração Pública e defesa; segurança social obrigatória (0,5%) e nas atividades financeiras e de seguros (0,8%).

No que toca à dimensão da empresa, foram as companhias com entre um a quatro trabalhadores que viram as variações mais positivas (6,6%), seguindo-se as que têm entre 50 e 99 trabalhadores (5,8%). Já menor variação foi apurada nas empresas com 500 ou mais trabalhadores (1,8%). Ainda assim, continuam a ser as pequenas empresas (um a quatro trabalhadores) que registam a remuneração total mais baixa (968 euros), enquanto o valor mais elevado é observado nas organizações com 250 a 499 funcionários.

Já a remuneração total da Administração Pública engordou 2%, passando de 1.689 euros em setembro de 2021 para 1.724 em setembro de 2022. Enquanto isso, no setor privado, as remunerações aumentaram de forma mais expressiva: a remuneração total registou uma variação homóloga de 4,9%, passando de 1.222 euros em setembro de 2021 para 1.281 euros um ano depois.

As diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o setor das AP [Administrações Públicas] e o setor privado refletem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado e nas qualificações dos trabalhadores que os integram. Com efeito, verifica-se que os trabalhadores do setor das AP têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 54,3% dos trabalhadores neste setor tinham ensino superior (22% no setor privado), 25,5% tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário (31,4% no setor privado) e 20,2% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico (46,6% no setor privado)”, comenta o INE.

(Notícia atualizada com mais informação às 11h55)

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