“Li o livro em torno da palavra Centeno. Encontrei coisas desapontantes”, diz atual governador do Banco de Portugal sobre o livro de Carlos Costa
Falando sobre a polémica entre António Costa e o ex-governador, Mário Centeno disse que nunca se sentiu pressionado, nem enquanto ministro nem como líder do Banco de Portugal.
O atual governador do Banco de Portugal disse que leu o livro do seu antecessor apenas “em torno da palavra Centeno”. E o que encontrou? “Encontrei coisas desapontantes”, disse Mário Centeno, que nunca se sentiu pressionado por António Costa, mesmo quando foi o seu ministro das Finanças.
“Tinha outra ideia de como se consegue tratar a verdade”, disse Mário Centeno em entrevista na CNN Portugal International Summit, em Lisboa, instado a comentar o livro “O Governador”, onde Carlos Costa conta a histórias dos dez anos à frente do Banco de Portugal.
Numa das passagens do livro, Carlos Costa conta que o Banif acabou na falência em resultado de o Governo ter negociado a venda do banco com Bruxelas nas costas do Banco de Portugal.
“Não é verdade”, contrapôs o atual governador do Banco de Portugal.
Já na passada semana Mário Centeno tinha criticado o “velho hábito” de em Portugal se gostar de “reescrever a história com os dados censurados”, numa crítica implícita ao seu antecessor no supervisor da banca. Desta vez foi mais explícito nas observações.
Uma das polémicas mais acesas opõe Carlos Costa a António Costa, nomeadamente pelo facto de o antigo governador ter acusado o primeiro-ministro de interferência política no caso de Isabel dos Santos no Banco BIC.
Num primeiro momento, Mário Centeno disse que a independência de um banco central face ao poder política diz “exclusivamente respeito à política monetária”, isto é, à decisão de subir ou baixar as taxas de juro, ressalvando que no Banco de Portugal, por ter funções na supervisão e regulação do sistema financeiro, assume “um contexto distinto”.
Mais tarde, comentando diretamente a acusação de Carlos Costa, o atual governador revelou que nunca foi pressionado enquanto ministro nem enquanto governador. Do mesmo modo, no exercício das suas funções, também nunca exerceu pressão sobre ninguém. Pressão psicológica para afastar Carlos Costa do Banco de Portugal? “Olhou cinco segundos para a minha cara, não houve nenhuma pressão psicológica, pois não?“, questionou Centeno ao entrevistador da CNN, Anselmo Crespo.
O líder do supervisor referiu ainda que “toda a gente conhece a história” e que houve inclusivamente comissões parlamentares de inquérito à banca “em que era suposto dizer a verdade e nada mais do que a verdade”.
(Notícia atualizada às 18h19)
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