75% das empresas portuguesas deram formação aos colaboradores em 2020
O valor está acima da média registada no conjunto dos estados-membros da UE (67,4%), mas longe da percentagem registada na Letónia (96,8%), o país onde as empresas mais formaram as suas pessoas.
Em 2020, ano fortemente marcado pela pandemia da Covid-19, 75,6% das empresas portuguesas que empregam dez ou mais pessoas ofereceram formação aos seus colaboradores. O valor está acima da média registada no conjunto dos estados-membros da União Europeia (UE), que se situou nos 67,4%, tendo registado uma quebra de 3,1 pontos percentuais face a 2015, “o que muito provavelmente pode ser explicado pela redução das atividades empresariais, encerramentos e restrições devidas à pandemia Covid-19”, conclui o Eurostat nos dados estatísticos publicados esta quarta-feira.
Apesar de superior à média da UE, o valor nacional está longe do apurado nos países que formam o pódio das chamadas “empresas formação”, ou seja, as organizações que disponibilizam cursos de formação vocacional contínua aos seus colaboradores ou, pelo menos, uma das outras formas de formação, seja através da aprendizagem no próprio local de trabalho ou de jornadas de aprendizagem, por exemplo. Mas ainda mais longe dos estados-membros na ponta oposta do gráfico.
A Letónia, seguida pela Suécia e República Checa foram os países que mais se destacaram, pela positiva, nesta matéria: 96,8%, 91,5% e 85,9% das empresas em cada um destes países, respetivamente, deram formação às suas pessoas em 2020. A Bélgica (82,2%) e a Estónia (79,8%) também registaram percentagens elevadas.
No sentido oposto, a Roménia e a Grécia foram os países onde menos empresas facultaram formação contínua aos seus trabalhadores. Apenas 17,5% e 17,8%, respetivamente. O terceiro lugar na cauda da União Europeia, embora bastante distanciado, cabe à Hungria (37,7%), seguida da Polónia (40,9%) e da Bulgária (45,1%).
Menos formação em quase todos os setores
2020 foi um ano de diminuição da oferta formativa oferecida pelas empresas aos seus colaboradores em praticamente todos os setores. Apenas a indústria ofereceu mais formação aos seus trabalhadores, registando um pequeno aumento de um ponto percentual. A maior diminuição pertence ao setor da construção, que registou um abrandamento de 5,3 pontos percentuais (passando de 69,4%, em 2015, para 64,1%, em 2020), enquanto a menor diminuição aconteceu na área dos serviços de informação e tecnologia, atividades financeiras e de seguros (quebra de 1,7 pontos percentuais, de 84,5% para 82,8%).
Apesar da ligeira redução, de uma forma geral, são as organizações que atuam na área dos serviços de informação e comunicação e nas atividades financeiras e de seguros as mais propensas a prestar formação profissional contínua (82,8%). Já as empresas distribuição, retalho e alojamento eram as menos propensas em 2020.
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