Conversas com Energia. Cascais tornou-se ponto estratégico para ONG de Rockefeller que protege os oceanos

  • Capital Verde
  • 15 Dezembro 2022

A associação tem como propósito a sensibilização dos cidadãos para a importância da sustentabilidade nos mares e oceanos, centrando as ações de mudança junto do público mais jovem.

A Sailors of the Sea é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 2004, nos Estados Unidos, pelas mãos do filantropo David Rockefeller Jr e David Treadway. Os dois amigos de longa data partilham a intenção de querer proteger os mares e oceanos — um sonho também partilhado por Bernardo Corrêa de Barros, presidente do Turismo de Cascais que, em 2014, ambicionava contribuir na matéria da sustentabilidade marítima.

“Comecei a pensar em como tornar o meu tempo mais eficiente para a criação de alguma coisa que pudesse ser um agente para a mudança. E lembrei-me da Sailors of the Sea“, contou o presidente do Turismo de Cascais durante a sua intervenção no Conversas com Energia, uma iniciativa organizada pela Fundação EDP e da qual o ECO/Capital Verde é media partner.

Na sua sessão, na Central Tejo, no âmbito da exposição Retroactivar e perante os alunos do 11º ano das áreas Ciências e Tecnologias e Ciências Socioeconómicas da Escola Secundária da Azambuja, Corrêa de Barros partilhou as motivações que o levaram a querer expandir a ONG para Portugal — “Achei que fazia sentido dedicar a minha ação ao mar” — dando conta da aventura que foi inaugurar uma nova sede para a associação internacional sem primeiro garantir o apoio do fundador norte-americano. “O que liga o mundo são os oceanos, e então porque não criar uma sede em Portugal?”, questionou-se, na altura.

O processo não foi fácil, uma vez que todos os contactos iniciais em Portugal, quer para a angariação de patrocinadores ou para formação do conselho consultivo, aconteceram sob a promessa de conseguir a aprovação do filantropo Rockefeller.

Em conversa com o presidente da ERP Portugal e Novo Verde, perguntei-lhes: se conseguir trazer a Sailors of the Sea para Portugal e conseguir convencer David Rockefeller, vocês apoiar-me-iam?”. A questão foi colocada também à Marina de Cascais, à loja Quebramar e Tiago de Pitta e Cunha, o presidente da Fundação Oceano Azul. Todos pareciam estar alinhados com Corrêa de Barros.

Bernardo Corrêa de Barros, presidente da ONG Sailors of the Sea e Presidente do Turismo de CascaisPaulo Alexandrino

 

Após vários e-mails enviados (todos sem resposta) nos quais Bernardo Corrêa de Barros dava conta dos progressos em Portugal, David Rockefeller finalmente respondeu-lhe. Convencido das intenções do português, o empresário de 81 anos concedeu ao Presidente do Turismo de Portugal 15 minutos de conversa, por Skype.

“A conversa demorou uma hora e meia”, indica o gestor. Ficou combinado um encontro, entre os dois, em Lisboa, pouco tempo depois. “E desde 2014 que temos a Sailors of the Sea em Portugal”, concluiu.

Desde então, conta o presidente da ONG em Portugal, Cascais tornou-se num ponto estratégico na missão da ONG, marcando, desta forma, a inclusão do continente Europeu no movimento global de preservação do ambiente que já contava com uma sede, também, no Japão e Estados Unidos.

A associação, explicou o responsável, tem como propósito a sensibilização dos cidadãos para a importância da sustentabilidade dos mares e oceanos, centrando as ações de mudança junto do público mais jovem, também. Entre as iniciativas e programas, consta o KELP (Kids Environmental Lesson Plans), um projeto que disponibiliza, online, atividades de literacia dos oceanos crianças. “Desde 2014, já envolvemos 17 mil crianças no KELP”, indica o presidente português da Sailors of the Sea Portugal.

O Conversas com Energia faz parte da segunda edição da iniciativa lançada pela Fundação EDP, projeto que contou, na primeira edição, com a participação de o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e a artista plástica, Joana Vasconcelos. Esta segunda edição decorre na Central Tejo, no âmbito da exposição Retroactivar, uma coprodução do Maat e da Trienal de Arquitetura de Lisboa 2022, patrocinada também pela ERP Portugal e pela Novo Verde.

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