Galamba quer portos a “fazer melhor” e a “explorar” transição energética
Após desconvocar a greve, o sucessor de Pedro Nuno Santos nas Infraestruturas desafia o setor portuário a aumentar a eficiência e “explorar novas áreas” como a digitalização ou a transição energética.
João Galamba sublinhou esta terça-feira que “os portos são determinantes para a economia do país”, mas avisou também que “têm de fazer melhor, de forma mais eficiente e competitiva aquilo que já fazem” para “acompanhar” as empresas exportadoras e o ritmo de crescimento da economia nacional.
Nas primeiras declarações públicas enquanto ministro das Infraestruturas, o governante acrescentou que as infraestruturas portuárias devem igualmente “explorar novas áreas, muito em linha com as prioridades do Governo, nomeadamente na digitalização e na transição energética”.
“A digitalização é muito importante para a melhoria da eficiência operacional destas infraestruturas e a transição energética pode ser também uma forma de reduzir significativamente custos, tornar os portos mais competitivos e também representar um conjunto de novas atividades”, sublinhou Galamba.
Na área da energia, que tutelou até há poucos dias, salientou, citado pela Lusa, que a produção eólica offshore “tem nos portos um dos seus pilares e, portanto, vai atrair muito investimento”. Além disso, acrescentou em declarações aos jornalistas, há novos projetos de combustíveis sintéticos, como amónia ou metanol, que têm “uma componente fundamental de atividade portuária”, bem como o abastecimento de navios.
A digitalização é muito importante para a melhoria da eficiência operacional destas infraestruturas e a transição energética pode ser também uma forma de reduzir significativamente custos, tornar os portos mais competitivos e também representar um conjunto de novas atividades.
Um dia depois de ter conseguido desconvocar a greve nos portos, o sucessor de Pedro Nuno Santos, que ficará a tutelar diretamente esta área, esteve esta tarde reunido com várias estruturas sindicais representativas dos trabalhadores das administrações portuárias, “com vista à auscultação do setor marítimo-portuário”.
À saída desses encontros, fez um balanço positivo das primeiras conversas e assegurou que pretende envolver os trabalhadores nesta nova estratégia para os portos. “Não construiremos esta agenda nas costas de trabalhadores, queremos envolvê-los. Esta reunião teve essencialmente esse objetivo: apresentar e ouvir também as preocupações dos trabalhadores”, resumiu.
Concentrada nos trabalhadores marítimos, que movimentam as lanchas de pilotos e os rebocadores, mas que estava a bloquear todas as operações portuárias, a greve protagonizada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) para reclamar, entre outras coisas, uma atualização da tabela salarial de 8%, terminou com a entrada de um novo interlocutor no Governo.
“Decidimos dar um voto de confianças às intenções que o senhor ministro nos apresentou de valorizar os portos. Achámos que era uma atitude responsável, até porque [João Galamba] está há pouco no cargo. Pediu-nos tempo, até três meses, para avançar com as ideias que tem para os portos”, resumiu ao ECO o presidente do SNTAP, Serafim Gomes.
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