Exclusivo Franceses da Alstom investem em fábrica de comboios em Matosinhos para ganhar concurso da CP

Franceses prometem fábrica em Matosinhos, oficina em Guifões e 300 postos de trabalhos diretos se ganharem o fornecimento de 117 comboios para a CP. Alstom é um dos três fabricantes na fase final.

Uma fábrica com 300 empregos diretos em Matosinhos e uma oficina em Guifões. Estes são os planos da fabricante francesa Alstom para Portugal caso ganhe o concurso para o fabrico de 117 novos comboios para a CP, cujo vencedor será conhecido até ao final do primeiro semestre. A Alstom aposta as fichas no norte do país e quer ainda ajudar mais de 1.700 estudantes do ensino superior, segundo informação a que o ECO teve acesso.

A Alstom – em consórcio com a portuguesa DST – é uma das três fabricantes que estão na última fase do concurso para as 117 novas automotoras elétricas da CP. Os suíços da Stadler e os espanhóis da CAF são os outros dois concorrentes. A transportadora pública portuguesa está a receber as últimas propostas de cada candidato. Quem fornecer os novos comboios à CP terá de apostar na incorporação nacional ou mesmo construir uma fábrica de comboios em Guifões, junto às atuais oficinas e ao centro tecnológico para a ferrovia.

A fabricante francesa de comboios, por isso, propõe-se a construir uma unidade com mais de 20 mil metros quadrados junto à Linha de Leixões, com capacidade para produzir mais de 100 carruagens por ano. A empresa admite contratar 300 trabalhadores, de diferentes categorias, como engenheiros e técnicos, soldadores, eletricistas e mecânicos. Há mesmo o compromisso para que 15% destes empregos estejam reservados para mulheres, jovens desempregados, desempregados de longa duração e trabalhadores com algum tipo de deficiência.

A produção de comboios em Portugal também pode criar mais de 1.000 empregos indiretos, para o fabrico de componentes metálicos, montagem de interiores dos comboios, ferramentas, transporte, vigilância, limpeza, construção e logística. A ligação ao ensino superior não está esquecida. A Alstom propõe-se a criar um mestrado específico na Universidade do Porto, para formar mais de 1.500 estudantes de formação profissional e mais de 200 mestrandos.

Os planos contemplam ainda a construção, em parceria com a DST, de uma oficina de manutenção em Guifões, junto à atual unidade da CP, com 10 mil metros quadrados, para atividades de manutenção preventiva e corretiva. Até agora, a Alstom apenas se comprometia em construir uma unidade produtiva, sem revelar números de contratações.

Em Portugal, a Alstom abriu em 2022 um centro de engenharia e inovação na cidade da Maia, tendo criado 25 postos de trabalho. A empresa francesa fabricou dois em cada três comboios atualmente em circulação em Portugal.

A hipótese de a Alstom construir uma fábrica e uma oficina de comboios surge duas semanas depois do anúncio da parceria entre os suíços da Stadler e o grupo português Salvador Caetano. O consórcio luso-suíço pretende construir uma fábrica de comboios em Ovar e uma oficina em Guifões. A empresa suíça, no entanto, já sabe que vai fabricar os 22 novos comboios regionais que vão chegar à CP a partir de outubro de 2025.

Os anúncios da Alstom e da Stadler seguem na linha das declarações do atual ministro das Infraestruturas, João Galamba, em 22 de março. “A CP vai reforçar a oferta com 117 novos comboios, garantindo, simultaneamente, uma nova fábrica em Portugal. Podemos dizer, com toda a confiança, que na pior das hipóteses teremos uma fábrica em Portugal”, adiantou João Galamba aos deputados da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

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