EDP garante “níveis de armazenamento bons” nas barragens portuguesas

Miguel Stilwell d’Andrade admite “alguma preocupação” com a seca em Portugal, mas assegura ao ECO que a elétrica “ainda [tem] os níveis de armazenamento acima da média para esta altura do ano".

O presidente da EDP garante ao ECO que as barragens da empresa estão “com níveis de armazenamento bons”, embora reconheça “alguma preocupação” com a situação de seca em Portugal. “Agora vamos entrar no verão e tipicamente não chove, portanto não há grande expectativa de se repor. Vamos estar de olhos postos é no próximo inverno”, acrescenta.

Miguel Stilwell d’Andrade lembra que “o final de dezembro e o início de janeiro foram muito chuvosos e houve capacidade de repor o nível de armazenamento hídrico, pelo menos nas barragens” da empresa. Os meses seguintes foram “infelizmente mais secos”, mas a EDP “ainda [tem] os níveis de armazenamento acima da média para esta altura do ano, face ao histórico”.

Estamos com níveis de armazenamento bons. De qualquer forma, é com alguma preocupação que vemos a situação de seca que existe.

Miguel Stilwell d’Andrade

Presidente da EDP

No início desta semana, o Ministério da Agricultura e Alimentação alertou que a situação de seca severa e extrema já afeta cerca de 40% do território nacional, apontando impactos significativos na atividade agrícola e rendimentos dos agricultores. Beja, Évora, Faro, Portalegre, Santarém e Setúbal são os distritos mais afetados.

No primeiro trimestre de 2022, os resultados da EDP foram prejudicados pela fraca produção hídrica. No arranque deste ano, em que apresentou lucros de 303 milhões de euros até março, a elétrica destacou que “a recuperação em termos homólogos foi impulsionada pela normalização da produção hidroelétrica em Portugal no inverno 2022-2023”. “No início de maio, as albufeiras da EDP em Portugal mantêm-se a uma quota agregada acima da média histórica para este período do ano”, indicou no comunicado enviado à CMVM.

Esta terça-feira, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, recusou a tese de que o Governo se atrasou a reconhecer a situação de seca em território nacional – sinalizou a situação junto da Comissão Europeia na semana passada –, justificando que só agora o fez devido às regras europeias. Confrontada com o caso de Espanha, a governante frisou que o país vizinho “tem uma situação já muito mais grave que Portugal e teve condições para acionar essa declaração mais cedo”.

O histórico mostra que Portugal tem vivido duas a três secas severas por década, mas as projeções dos estudos complementares ao “Roteiro Nacional para a Adaptação 2100”, noticiadas pelo Expresso (acesso pago) na edição desta sexta-feira, indicam que, no final deste século, a região sul do país pode vir a ter seis a sete secas por cada dez anos, naquele que é o cenário mais negativo elaborado pelos especialistas.

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