40% do território está em seca severa e extrema. Governo alerta para “forte” impacto na agricultura

Beja, Évora, Faro, Portalegre, Santarém e Setúbal são os distritos mais afetados. Ministério da Agricultura alerta que situação irá afetar "fortemente" atividade agrícola em Portugal.

O Ministério da Agricultura e Alimentação alertou esta segunda-feira que a situação de seca severa e extrema já afeta cerca de 40 % do território nacional, apontando impactos significativos na atividade agrícola e rendimentos dos agricultores.

O gabinete da tutela liderada por Maria do Céu Antunes cita os dados do índice Palmer Drought Severity Index (PDSI), indicador que serve para monitorizar eventos de seca. Estes dados dão conta de que no final de abril se verificou “um agravamento da intensidade de seca em relação aos meses anteriores”.

Segundo a mesma fonte, Beja, Évora, Faro, Portalegre, Santarém e Setúbal são os distritos mais afetados e onde se encontram os concelhos mais vulneráveis. Os dados revelam que cerca de 40 municípios encontram-se em situação de seca severa e 27 em seca extrema, “uma superfície equivalente a cerca de 40% do território”.

“Esta situação meteorológica afeta fortemente a atividade agrícola e o rendimento dos agricultores”, indica o comunicado enviado esta manhã às redações.

Para esta situação contribuíram os valores das temperaturas média e máxima “acima do normal”, bem como o registo de ondas de calor que, conjuntamente com a reduzida precipitação durante o mês de março e abril, “resultou num baixo teor de água no solo, com maior incidência a sul do país”.

Nas bacias hidrográficas situadas no sul de Portugal continental, a situação de seca meteorológica tem persistido, “não tendo sido possível a recuperação hídrica devido à ocorrência de reduzidas afluências às albufeiras, resultantes de precipitações pouco significativas ou nulas durante o ano hidrológico”, designadamente nas bacias hidrográficas do Sado, Mira, Arade e das Ribeiras do Algarve.

O Ministério da Agricultura sublinha ser “de máxima importância o reconhecimento desta realidade”. Tendo-o feito, na semana passada, na reunião Agrifish, no Luxemburgo, e argumentando que este é um passo essencial para que sejam alocadas as ajudas necessárias para os agricultores.

“Esta declaração permite a aplicação de um conjunto de medidas que carecem de aprovação da Comissão Europeia, como o pastoreio em áreas de pousio antes de 31 de julho, a flexibilização da alimentação dos animais em Modo de Produção Biológica, o alargamento do intervalo entre partos e da percentagem máxima de novilhas na intervenção PEPAC de pagamento à vaca em aleitamento”, enumera o gabinete.

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