Vodafone já só espera concluir compra da Nowo no segundo semestre

A Vodafone atualizou o calendário da compra da Nowo, esperando agora concluir a compra no segundo semestre. Grupo deixa de divulgar resultados desagregados em Portugal.

A Vodafone já só espera fechar a compra da Nowo na segunda metade deste ano, um adiamento face ao calendário original. Quando anunciou a operação, tinha apontado a conclusão do negócio para o primeiro semestre.

A informação consta do relatório com os resultados preliminares do grupo britânico, divulgado esta terça-feira. A empresa não explica o que motivou a decisão, lembrando apenas que a transação “está dependente da aprovação regulatória”.

Revelada a 30 de setembro de 2022, a aquisição da Nowo pela Vodafone aos espanhóis da MásMóvil está a ser analisada pela Autoridade da Concorrência (AdC), que terá de emitir um parecer que é vinculativo se for negativo.

No dia 5 de abril, passados vários meses da notificação da operação, o regulador decidiu dar início a uma “investigação aprofundada”. A decisão implica que a AdC tem receios de que o negócio possa constituir uma ameaça à concorrência.

Concretamente, o início de uma investigação aprofundada à concentração entre a Vodafone e a Nowo pode significar que a Vodafone terá de propor compromissos para mitigar os riscos detetados pela AdC. No limite, se a AdC entender que os riscos são demasiado grandes, pode acabar por chumbar a operação.

A Anacom, o regulador das comunicações, pôde emitir um parecer não vinculativo e tornou público que fez múltiplos reparos à operação. Entre outras coisas, a Anacom recomendou à AdC que obrigue a Nowo a devolver licenças 5G que adquiriu numa fase do leilão de espetro que estava vedada à Vodafone.

À luz destas informações, Luís Lopes, que assumiu em abril o cargo de CEO da Vodafone Portugal, disse na semana passada, durante um debate, que as “preocupações” da AdC serão “devidamente endereçadas”, sem dar mais detalhes.

Resultados melhoram em Portugal

O Grupo Vodafone apresentou resultados do ano fiscal completo esta terça-feira. A subsidiária portuguesa viu as receitas totais aumentarem cerca de 6,5%, para 1.235 milhões de euros, no ano fiscal concluído em março. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) ajustado cresceu mais de 11%, para 444 milhões.

A Vodafone refere, no relatório global, que “as receitas de serviço cresceram devido ao forte ritmo comercial” e dá nota de 183 mil novos clientes móveis e de 48 mil fixos no período. O investimento cresceu de 232 milhões para 323 milhões de euros nos 12 meses em análise.

No âmbito de uma ampla reestruturação, devido a resultados pouco satisfatórios para a companhia nos principais mercados, sobretudo na Alemanha, a Vodafone anunciou ainda que vai despedir 11 mil trabalhadores ao longo dos próximos três anos. A nova CEO, Margherita Della Valle, não afasta também um cenário de venda da operação em Espanha, que em janeiro foi integrada no chamado Europe Cluster, liderado por Serpil Timuray. A unidade foi colocada sob “revisão estratégica”, anunciou a gestora. Desde 1 de abril que a Vodafone Espanha é liderada por Mário Vaz, até então CEO da Vodafone Portugal.

No global, o Grupo Vodafone viu os lucros aumentarem de 2,773 mil milhões para 12,335 mil milhões de euros no ano fiscal de 2023. As receitas cresceram apenas 0,3% em termos homólogos, para 45,706 mil milhões. Os investidores estão a castigar a empresa na bolsa: os títulos afundam 6,6%, para 84,04 libras.

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