Brasil aumenta investimento na exploração de petróleo
Brasil vai receber 20,5 mil milhões de reais (3,83 mil milhões de euros) em investimentos na exploração de petróleo e gás até 2027, de acordo com os projetos das empresas concessionárias.
O Brasil vai receber 20,5 mil milhões de reais (3,83 mil milhões de euros) em investimentos na exploração de petróleo e gás até 2027, apesar do compromisso assumido na transição energética destinada a reduzir as emissões de gases. O aumento do investimento previsto para os próximos cinco anos em projetos de exploração no país foi anunciado esta quarta-feira pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) com base nos projetos que as empresas concessionárias reportam ao regulador.
Do investimento previsto, 94% destinam-se à perfuração de novos poços. Pouco mais de metade do investimento total destina-se à chamada Margem Equatorial, uma área em águas muito profundas no Atlântico, ao largo da foz do rio Amazonas, que, segundo estimativas oficiais, pode ter reservas de 10 mil milhões de barris.
Apesar do grande interesse gerado por essa área, as autoridades negaram este ano a licença ambiental solicitada pela estatal Petrobras para perfurar um poço na Margem Equatorial. O Instituto Ambiental argumentou que a área é altamente sensível e vulnerável devido à sua rica biodiversidade e à existência de uma importante cadeia de recifes ao largo da foz do Amazonas.
A Petrobras, que entrará com um novo pedido de licença ambiental, com aval do Ministério de Minas e Energia, pretende investir 49% dos recursos destinados às atividades exploratórias até 2027, na perfuração de 16 poços na região. E não é a única empresa com concessões na Margem Equatorial.
Segundo a ANP, dos 295 contratos com concessionárias do Brasil em vigor em dezembro de 2022, 138 são para projetos de exploração em águas profundas, sendo 41 na Margem Equatorial. Além das restrições ambientais, a exploração da Margem Equatorial também enfrenta resistência entre os responsáveis pelas áreas de mudanças climáticas do Governo, que acreditam que o Brasil deve iniciar imediatamente um processo de transição energética e deixar de investir em hidrocarbonetos.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou na terça-feira em Bruxelas, na cimeira União Europeia-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que o seu Governo vai apresentar em agosto um projeto de transição energética e ecológica para atrair investimentos na economia verde.
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