Apenas 5% das catástrofes naturais são seguradas em Portugal

Apenas 5% do total das perdas económicas em Portugal decorrentes de inundações, tempestades de vento, incêndios e terramotos foram cobertas por seguros no período de 1980 a 2021, revela um relatório da agência de crédito DBRS que se baseia no quadro de avaliação da EIOPA. A percentagem é significativamente inferior à média da União Europeia, de 25%.

Para as razões da baixa adesão ao seguro de catástrofes naturais, o relatório aponta a perceção de inacessibilidade da cobertura, a falta de clareza nos termos e condições dos seguros, experiências negativas anteriores com pedidos, a errónea perceção dos riscos de eventos naturais catastróficos, altas expectativas em relação à intervenção do Estado em casos de catástrofe e o entendimento de que o processo de compra de seguros é exigente.

Para ultrapassar essas barreiras, a EIOPA identificou possíveis soluções, incluindo o aumento da consciencialização sobre os riscos, a melhoria da comparação e padronização dos produtos de seguro, a simplificação dos processos de compra, incluindo canais digitais, e a concessão de reduções de prémios para aqueles que implementarem medidas de mitigação de riscos.

O relatório destaca a importância de agir para melhorar a resiliência da sociedade contra catástrofes naturais e incentivar a adesão ao seguro de catástrofes, especialmente à medida que eventos climáticos relacionados às mudanças climáticas se tornam mais frequentes e graves.

Comentários e feedback de interessados sobre os riscos para os consumidores, os impulsionadores identificados e as soluções propostas podem ser enviados até 5 de outubro de 2023 através do EUSurvey.