Taxa de desemprego recua para 6,1% no segundo trimestre, mas há mais 25 mil sem trabalho do que há um ano
No trimestre havia 324,5 mil pessoas desempregadas, menos 55,8 mil (-14,3%) do que no trimestre anterior, mas mais 25,7 mil que no trimestre homólogo.
A taxa de desemprego no segundo trimestre fixou-se em 6,1%, um recuo de 1,1 pontos percentuais (p.p) face ao trimestre anterior, mas uma subida de 0,4 p.p. face a igual período do ano passado. No trimestre havia 324,5 mil pessoas desempregadas, menos 55,8 mil (-14,3%) do que no trimestre anterior, mas mais 25,7 mil que no trimestre homólogo, apontam os dados Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quarta-feira.
No período, a população empregada (4.979,4 mil pessoas) aumentou 1,1% (54,7 mil) em relação ao trimestre anterior e 1,6% (77,6 mil) relativamente ao trimestre homólogo.
Apesar do recuo face ao trimestre anterior, em relação ao período homólogo registou-se uma subida de mais de 25 mil do número de desempregados (+8,6%), com o principal contributo para esta subida ter sido o aumento do desemprego feminino (15,4 mil; 9,9%); de pessoas dos 16 aos 24 anos (12,2 mil; 23,0%) e dos 55 aos 74 anos (12,0 mil; 22,6%); com ensino secundário ou pós-secundário (22,6 mil; 22,1%); à procura de novo emprego (21,4 mil; 8,3%); e desempregados há menos de 12 meses (41,3 mil; 28,1%), descreve o INE.
“No 2.º trimestre de 2023, 42,0% da população desempregada encontrava-se nesta condição há 12 ou mais meses (desemprego de longa duração), valor superior em 5,5 p.p. ao do trimestre precedente e inferior em 8,9 p.p. ao do trimestre homólogo”, pode ler-se no relatório.
Entre os jovens (16 a 24 anos) a taxa de desemprego situou-se em 17,2%, uma descida de 2,4 p.p em relação ao trimestre anterior, mas superior em 0,5 p.p face ao trimestre homólogo.
Quatro regiões com taxa de desemprego acima da média nacional
Área Metropolitana de Lisboa (7%), Região Autónoma dos Açores (6,7%), Norte (6,4%), Região Autónoma da Madeira (6,4%) são as regiões que no segundo trimestre registam uma taxa de desemprego superior à média nacional (6,1%), tendo três regiões — Alentejo (5,3%), Algarve (5%) e Centro (4,9%) – assinalado uma taxa abaixo da média.
“Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desemprego diminuiu em todas as regiões, com exceção da Região Autónoma dos Açores, onde aumentou 0,5 p.p. A maior diminuição foi observada no Algarve (2,2 p.p.)”, refere o INE.
Face ao homólogo, registam-se subidas em quatro regiões, “destacando-se o aumento de 0,9 p.p. na região Norte e no Alentejo, e decréscimos nas restantes três NUTS II, o maior dos quais na Região Autónoma da Madeira (0,9 p.p.)”.
A subutilização do trabalho abrangeu 625,3 mil pessoas, menos 8,1% (55,4 mil) do que face ao trimestre anterior e uma subida de 4,1% (24,6 mil) relativamente ao homólogo. “De modo idêntico, a taxa de subutilização do trabalho, estimada em 11,5%, diminuiu trimestralmente (1,0 p.p.) e aumentou em termos homólogos (0,3 p.p.)”.
A população inativa com 16 e mais anos (3.544,7 mil pessoas) subiu 0,2% (7,4 mil) em relação ao trimestre anterior e recuou 1,7% (59,7 mil) face ao homólogo.
Mais de 908 mil em teletrabalho
Havia 4.979,4 mil pessoas no segundo trimestre, uma subida de 1,1% (54,7 mil) em relação ao trimestre anterior e de 1,6% (77,6 mil) quando comparado com o trimestre homólogo.
Para esse aumento homólogo, o principal contributo veio do acréscimo do emprego entre “os homens (48,5 mil; 2,0%); das pessoas dos 16 aos 24 anos (49,4 mil; 18,7%); que completaram, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico (171,3 mil; 10,7%); empregados no setor da indústria, construção, energia e água (72,2 mil; 6,1%), nomeadamente nas atividades de construção (40,7 mil; 13,3%), cujo aumento representou 56,4% da variação do setor; trabalhadores por conta de outrem (110,8 mil; 2,7%), com contrato com termo (68,1 mil; 12,2%); e a tempo completo (59,8 mil; 1,3%)”, descreve o INE.
Do total de pessoas empregadas, 960 mil (19,3%) trabalharam em casa no 2.º trimestre, destes 248,6 mil (25,9%) fizeram-no sempre; 330,1 mil (34,4%) “fizeram-no regularmente mediante um sistema que concilia trabalho presencial e em casa”; 141,2 mil (14,8%) pontualmente e 232,9 mil (24,3%) fora do seu horário de trabalho.
Entre os que trabalharam em casa, “94,7% (908,9 mil) estiveram em teletrabalho, ou seja, utilizaram tecnologias de informação e comunicação (TIC) para desempenhar as suas funções a partir de casa. Este regime de prestação de trabalho abrangeu 18,3% do total da população empregada, mais 0,4 p.p. do que no trimestre anterior“, pode ler-se no relatório.
Face ao trimestre anterior, os números apontam uma subida de 2,8 p.p. dos que conciliaram trabalho presencial e em casa.
“Entre os que indicaram trabalhar regularmente em casa mediante um sistema que concilia trabalho presencial e em casa, o sistema de combinação mais comum foi o que conjuga alguns dias por semana em casa todas as semanas (69,3%; 228,6 mil), tendo sido igualmente o sistema que registou a maior variação trimestral (mais 2,4 p.p. do que no 1.º trimestre de 2023)”, refere o INE.
Os empregados num sistema híbrido trabalharam em casa, em média, três dias por semana
(Última atualização às 12h02)
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Taxa de desemprego recua para 6,1% no segundo trimestre, mas há mais 25 mil sem trabalho do que há um ano
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