Fundos de pensões rendem menos de 2% ao ano desde 2017

A rendibilidade dos fundos de pensões nos últimos seis anos fica abaixo da taxa de inflação média neste período, que se situou nos 2,8%.

Os fundos de pensões acumulam uma valorização de 2,6% no primeiro trimestre do ano, depois de em 2022 terem perdido 10%. O desempenho histórico dos fundos de pensões estão longe de ser positivo.

De acordo com cálculos do ECO com base em dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) presentes no último Relatório de Estabilidade Financeira, os fundos de pensões ofereceram aos seus subscritores apenas 1,86% por ano desde 2017. Neste período, a taxa de inflação média anual em Portugal foi de 2,79%.

Significa que, nos últimos seis anos, os subscritores de fundos de pensões registaram uma perda de poder de compra real de 0,93 pontos percentuais por ano.

Grande parte deste desempenho foi penalizado por uma rendibilidade negativa de 10% dos fundos de pensões no ano passado (mesmo assim abaixo das perdas de 17% dos fundos de pensões globais), “a par de uma diminuição, em cerca de 40%, das contribuições e de um aumento, em 5,5%, dos benefícios pagos”, refere a ASF no relatório sobre a indústria.

A contração do volume de contribuições para os planos de pensões foi agravada no primeiro trimestre deste ano. Segundo a ASF, “as contribuições para os planos de benefício definido (BD) diminuíram 41,3% em 2022, e apresentaram uma redução homóloga de quase 90% nos primeiros três meses do ano de 2023, prolongando o comportamento já verificado em 2020 e 2021”, lê-se no relatório da ASF.

A associação do setor justifica esta dinâmica pela alteração da conjuntura das taxas de juro, “que contribuiu para um alívio nas necessidades de financiamento dos planos BD, por via da redução do valor atual esperado das responsabilidades.”

Todavia, os dados presentes no relatório da ASF concluem também que as entregas para os planos individuais registaram descidas acentuadas em 2022 (46,5%), que foram agravadas no primeiro trimestre de 2023 (62,6%, face ao período homólogo), contrariando a tendência crescente registada nos últimos anos.

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