FESAP diz que revisão das carreiras de informática da Função Pública ficou aquém

O Governo deu já "luz verde" à revisão das carreiras de informática da Função Pública. FESAP valoriza avanços, mas diz que poderia ter sido feito mais para tornar emprego no Estado competitivo.

Ainda que seja mais positiva do que a inicialmente proposta pelo Governo, a revisão das carreiras de informática do Estado — que mereceu esta quinta-feira “luz verde” do Conselho de Ministros — fica aquém do que seria necessário para esses empregos sejam mais competitivos face ao setor privado. A avaliação é da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), que fala, assim, em “lacunas relativamente às reivindicações“.

“Não se conhecendo ainda o conteúdo do articulado aprovado, é certo que a última versão apresentada, não obstante representar uma melhoria significativa face à versão apresentada pelo Governo no início do processo negocial, mantinha ainda algumas lacunas relativamente às reivindicações da FESAP e dos trabalhadores, que permitiriam alcançar carreiras com maior competitividade face o mercado de trabalho”, sublinha a estrutura sindical lidera por José Abraão.

Para a FESAP, teria sido positivo, por exemplo, manter carreiras pluricategoriais, e diminuir o número de posições remuneratórias com diferenças maiores entre posições.

Além disso, a FESAP pediu uma majoração remuneratória superior a 12,5% para os trabalhadores com o tempo completo prolongado, mas não recebeu resposta positiva. “No projeto de Decreto-Lei apresentado, onde deixa de existir a figura do tempo completo prolongado, todo e qualquer trabalho suplementar prestado será pago de acordo com o previsto na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas“, nota a estrutura sindical.

Outras das reivindicações não atendidas passavam pela criação de um suplemento de disponibilidade permanente e a transição na carreira para posição imediatamente seguinte sem a perda de pontos. “Não foi conseguida, ficando muitos trabalhadores (quase todos) em posições virtuais até terem pontos para a sua progressão“, destaca a FESAP.

Por outro lado, a estrutura sindical alerta que há artigos no diploma aprovado que dependem da publicação posterior de portarias, o que significa que uma parte da legislação que recebeu “luz verde” fica sem efeito enquanto tal não acontecer. “Todos os trabalhadores ficam num vazio legal”, observa o sindicato.

Convém explicar que o diploma aprovado cria duas carreiras especiais (especialista de sistemas e tecnologias de informação e técnico de sistemas e tecnologias de informação) e o cargo de consultor de sistemas de tecnologias de informação, nas modalidades de consultor sénior, consultor principal e consultor.

O diploma que recebeu “luz verde” esta quinta-feira prevê também, destaca o Governo, uma melhoria da estrutura remuneratória destas carreiras e cria um suplemento que fica dependente do exercício de funções de coordenação de projetos ou atividades.

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