Montenegro exclui Chega de “acordo político de governação”
"É muito simples, não é não". "Eu nunca farei um acordo político de governação com o Chega", disse o presidente do PSD.
O presidente do PSD afirmou esta quarta-feira que “não é não” e excluiu o partido Chega de qualquer “acordo político de governação” que venha a ter de fazer no futuro, dizendo que “não vale a pena alimentar mais este assunto”.
Em conferência de imprensa na sede nacional do partido, no final de reuniões com sindicatos e associações na área da educação, Luís Montenegro foi questionado sobre a declaração que fez na noite eleitoral da Madeira, em que disse que não haveria qualquer solução governativa nem na Região nem no Continente com este partido. “O mesmo é dizer que nós não vamos governar nem a Madeira, nem o país com o apoio do Chega, porque não precisamos”, salientou, no domingo, Luís Montenegro.
Esta quarta, desafiado a clarificar o que acontecerá se precisar do partido liderado por André Ventura após as próximas legislativas, respondeu: “É muito simples, não é não”. “Eu nunca farei um acordo político de governação com o Chega”, disse, considerando que tem sido claro desde o Congresso do PSD, no verão de 2022.
“Sei que se faz uma grande teorização acerca da fórmula que escolhi para exprimir a minha posição — foi sempre a mesma, por ventura de maneiras diferentes. Chegou uma altura em que não vale a pena alimentarmos mais esse assunto: não é não”, reforçou.
Montenegro está “totalmente confortável” com acordo com o PAN
O presidente do PSD disse ainda estar “totalmente confortável” com o acordo parlamentar assumido entre o PSD-Madeira e o PAN, dizendo que este entendimento não fere qualquer “valor ou princípio” dos sociais-democratas. Luís Montenegro frisou que a autonomia das regiões autónomas está prevista na Constituição, no estatuto político-administrativo e até nos estatutos do partido.
“O líder nacional do PSD está totalmente confortável com uma solução que permite dar condições de governação na Madeira. Se algum dia a questão se vier a colocar no panorama das eleições legislativas, assumiremos as responsabilidades que tivermos de assumir”, disse.
Apesar de reforçar que este acordo foi celebrado entre o PSD-Madeira e o PAN, Montenegro defendeu que “não contende com nenhum valor e princípio do PSD”, nem com o apoio do partido aos agricultores, “ao mundo rural e aos seus valores”.
O líder do PSD recusou que este acordo signifique um queimar de pontes à direita e, questionado sobre o papel da IL, considerou que “a porta não está fechada” a esse partido na Madeira, depois de os liberais se mostrarem disponíveis para dialogarem “caso a caso, orçamento a orçamento”.
“A relação entre as duas forças políticas num contexto nacional não tem de ser a relação num contexto regional, as coisas são diferentes”, disse. Montenegro disse estar a acompanhar “com toda a relação de proximidade” o evoluir do processo na Madeira e deixou uma convicção. “Fiará muito claro que há condições para termos um Governo estável e de legislatura”, disse.
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