Patrões querem manter benefícios fiscais para futebolistas e baixar IVA nos bilhetes da bola
Armindo Monteiro, presidente da CIP, salienta que a indústria do futebol “também um importante desígnio para a economia nacional” e deve ser considerada na discussão do Orçamento do Estado para 2024.
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu esta quarta-feira que o futebol deve ser considerado no âmbito da discussão do Orçamento do Estado, afirmando que este é um setor importante para a economia nacional.
Armindo Monteiro participou na Cimeira de Presidentes, evento em Coimbra organizado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, e referiu que testemunhou que “o futebol é mais do que mero entretenimento, é mais do que desporto”, sendo um “importante fator económico”.
Apesar de na época desportiva de 2021/22, o futebol profissional português ter apenas contribuído com 617 milhões de euros (0,29%) para o Produto Interno Bruto (PIB), Armindo Monteiro salientou que aquela indústria é “também um importante desígnio para a economia nacional”, defendendo que a mesma deve ser tida em conta na discussão do Orçamento do Estado.
“Estamos a discutir um Orçamento do Estado e é importante que nessa discussão também a indústria do futebol esteja presente”, vincou. Para Armindo Monteiro, não se pode tributar neste setor, “como se houvesse uma indústria rica”.
“É lamentável que a indústria do futebol seja a única a ser penalizada com uma taxa de IVA de 23% na bilhética. Não há outro espetáculo de outra natureza que seja tributado a 23% e isto não pode ser discriminatório para a indústria do futebol”, vincou.
Armindo Monteiro foi também crítico das alterações previstas para 2024 no programa Regressar, que dá benefícios fiscais a cidadãos ex-residentes que regressem ao país e que se prevê que passe a ter um teto máximo.
“Quando um jogador pretende regressar, faz contas não apenas àquilo ganha, mas àquilo que efetivamente vai receber. Com um quadro competitivo, há uma motivação extra para que o jogador possa regressar. Os clubes ganhariam com isso e nós ganharíamos, que gostamos de ver bons jogadores nos relvados nacionais”, notou.
Sem essa vantagem fiscal, temo que alguns campeões que nós vemos jogar vão continuar a jogar lá fora, o que é uma pena.
Um teto máximo poderá retirar “competitividade fiscal” aos clubes de futebol que procuram atrair algum jogador que seja ex-residente, criticou, defendendo que o teto estipulado no programa Regressar seja aumentado. “Sem essa vantagem fiscal, temo que alguns campeões que nós vemos jogar vão continuar a jogar lá fora, o que é uma pena”, lamentou.
O presidente da CIP vincou que o país precisa de atrair “pessoas altamente qualificadas, sejam elas engenheiros, médicos, professores ou jogadores de futebol”. “Estes profissionais são profissionais que Portugal precisa”, acrescentou, considerando que o futebol pode contribuir para o crescimento da economia nacional.
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