Moratória? “Fatura vai aparecer mais à frente”, avisa BPI

João Pedro Oliveira e Costa espera que só as famílias em situação de dificuldades adiram à medida de estabilização da prestação da casa, pois a "fatura do alívio vai aparecer mais à frente".

Na próxima quinta-feira entra em vigor a medida sobre a estabilização da prestação da casa. O CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, espera que “um número significativo de clientes” peçam informação e façam simulações, mas alerta que “a fatura vai aparecer mais à frente” para quem aderir a esta medida. Por isso avisa: “Tenho a expectativa que as pessoas analisem muito bem. Aqueles que tenham mesmo dificuldade adiram à medida e não os restantes”.

“Na prática, vai-se pagar o alívio mais à frente, com a capitalização dos juros do próprio crédito. (…) Aqueles que não têm essa necessidade premente, essa fatura vai aparecer mais à frente”, afirmou o líder do BPI aos jornalistas.

O mecanismo que entra em vigor no dia 2 de novembro tem por base a aplicação de 70% da Euribor a seis meses nos contratos da casa, independentemente do indexante do empréstimo. A medida permitirá estabilizar a prestação da casa durante dois anos.

“O que o decreto-lei identifica é que, no período em que é refixada a prestação, ao longo de dois anos, o capital em dívida no final dos dois anos não pode ser superior ao capital em dívida no início do período. No entanto, todos os juros não pagos têm de ser pagos na parte final do contrato. Esses juros são somados a capital para serem pagos nos últimos quatro anos do empréstimo”, explicou o administrador Francisco Matos.

“Se há uma soma a capital, o cliente vai acabar, no fim do contrato, por pagar mais juros do que pagaria se não aderisse a este decreto-lei”, acrescentou o administrador.

Para João Pedro Oliveira e Costa, não devem ser os bancos a darem conselhos aos seus clientes sobre este tema. “É uma opção que cada um terá de ter sobre os rendimentos e gastos e onde pode fazer ajustes. É uma opção muito individual”, disse o CEO do BPI.

O BPI registou lucros de 390 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 35% em relação ao mesmo período de 2022.

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