Daniel Adrião candidata-se pela “descontinuidade” à liderança do PS

  • Lusa
  • 18 Novembro 2023

Além de defender uma reforma do sistema eleitoral, Daniel Adrião advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

O dirigente socialista Daniel Adrião afirmou hoje que se candidata ao cargo de secretário-geral do Partido Socialistas (PS) em nome da “descontinuidade” face à linha seguida por António Costa e defendeu que o novo ciclo exige outros protagonistas.

Daniel Adrião falava aos jornalistas à entrada para a reunião da Comissão Nacional do PS, no Parque das Nações, em Lisboa, depois de interrogado sobre a razão da sua candidatura à liderança dos socialistas, cujas eleições deverão ser marcadas para 15 e 16 de dezembro.

Para um novo ciclo político são necessários novos protagonistas. A minha candidatura não é de continuidade, sendo antes de descontinuidade. É uma candidatura com ideias muito claras, muito distintas, com um novo modelo de governança para o PS e com um novo projeto reformista e transformador para o país”, sustentou.

Não queria candidatar-me desta vez a secretário-geral do PS e esperei até hoje que surgisse uma candidatura que representasse um virar de página no partido. Mas isso não aconteceu e só apareceram dois candidatos de continuidade para um ciclo político novo.

Daniel Adrião

Candidato à ldierança do PS

Interrogado sobre como se vai posicionar entre dois candidatos à liderança do PS considerados fortes, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, Daniel Adrião contrapôs: “Havia candidato mais forte do que António Costa, primeiro-ministro do país?”

“No entanto, em nome dos ideais e do projeto alternativo que defendo, decidi apresentar candidaturas à liderança do PS. Nenhum dos meus camaradas José Luís Carneiro ou Pedro Nuno Santos é tão forte como foi António Costa”, frisou.

Daniel Adrião vai anunciar formalmente hoje, durante a reunião da Comissão Nacional do PS, que se recandidata à liderança dos socialistas, depois de já o ter feito em 2016, 2018 e 2021, sempre contra o atual secretário-geral, António Costa.

A Comissão Nacional do PS vai formalizar as decisões de realizar o congresso em 6 e 7 de janeiro e as eleições diretas para o cargo de secretário-geral socialista em 15 e 16 de dezembro.

“Não queria candidatar-me desta vez a secretário-geral do PS e esperei até hoje que surgisse uma candidatura que representasse um virar de página no partido. Mas isso não aconteceu e só apareceram dois candidatos de continuidade para um ciclo político novo”, declarou Daniel Adrião à agência Lusa na sexta-feira.

Neste momento, estão no terreno as candidaturas do ex-secretário-geral adjunto e atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e a do deputado socialista e ex-ministro Pedro Nuno Santos.

Nas declarações que fez à agência Lusa, Daniel Adrião fez também uma referência às causas da demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro. Uma demissão que conduziu à decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

Daniel Adrião, além de defender uma profunda reforma do sistema eleitoral, advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

“Passei estes anos todos a alertar para más práticas que culminaram na situação em que atualmente nos encontramos. Se me tivessem dado ouvidos…” comentou.

Na semana passada, durante a última reunião da Comissão Política do PS, Daniel Adrião defendeu que o atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno deveria ser o candidato a primeiro-ministro dos socialistas nas próximas eleições legislativas.

Daniel Adrião, além de defender uma profunda reforma do sistema eleitoral, advoga uma separação entre as funções de secretário-geral do PS e as de candidato socialista a primeiro-ministro.

Na sequência do último congresso do PS, que se realizou em Faro, no verão de 2021, a sensibilidade socialista liderada por Daniel Adrião elegeu 12% dos membros da Comissão Nacional e 15% da Comissão Política.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Daniel Adrião candidata-se pela “descontinuidade” à liderança do PS

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião