Investimento mobiliário gera 56 toneladas de gases por cada milhão de euros, calcula CMVM
Ainda assim, os organismos de investimento coletivo (OIC) mobiliários domiciliados em Portugal apresentam, em termos comparativos, “um bom desempenho carbónico”, notou a CMVM.
Os organismos de investimento coletivo mobiliários domiciliados em Portugal (OIC) têm uma pegada carbónica de 55,5 toneladas de gases com efeito de estufa por cada milhão de euros investido, revelou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“A análise da exposição ao risco de transição dos OIC mobiliários, considerando as ações e as obrigações em carteira emitidas pelo setor privado, permite concluir que estes têm uma pegada carbónica de 55,5 toneladas de gases com efeito de estufa (GEE) por cada milhão de euros investido”, indicou, em comunicado, a CMVM.
Por sua vez, verifica-se uma entidade carbónica média de 114 toneladas de gases com efeito de estufa por cada milhão de euros de receitas geradas. O regulador do mercado publicou esta quinta-feira o Relatório Anual sobre a Exposição do Mercado de Capitais ao Risco Climático. Os OIC mobiliários domiciliados em Portugal apresentam, em termos comparativos, “um bom desempenho carbónico”, notou. O relatório conclui ainda que o investimento dos OIC mobiliários parece ser dirigido, “em grande parte”, a empresas com emissões e entidade carbónica reduzidas.
“Os resultados indicam ainda que as empresas objeto de investimento conseguiram reduzir emissões de gases com efeitos de estufa nos últimos três anos”, acrescentou. No entanto, o documento mostrou que é necessário intensificar esta redução, tendo em vista a convergência com os objetivos de neutralidade carbónica.
A CMVM esclareceu que no caso dos emitentes cotados é possível aferir os riscos climáticos, físicos e transição a que se consideram mais expostos. Porém, como não existe um referencial de reporte uniforme, “a análise de exposição ao risco considerada no relatório é qualitativa e casuística”.
Mais de metade (55%) das empresas do PSI que adotaram as recomendações da task force on climate-related financial disclosures apresentam informação sobre as categorias de riscos climáticos a que se encontram expostos, as principais áreas de negócio afetadas por esses riscos, os horizontes temporais associados a cada risco, uma descrição qualitativa do impacto expectável caso se verifiquem os riscos em causa, uma estimativa do impacto financeiro e medidas de mitigação dos riscos.
“As finanças sustentáveis representam uma das prioridades estratégicas da CMVM, procurando contribuir, no âmbito das suas competências, para o financiamento da transição para uma economia mais sustentável, em paralelo à salvaguarda da integridade do mercado, da estabilidade financeira e de um elevado nível de proteção dos investidores”, referiu, acrescentando que o papel do mercado de capitais é ainda mais relevante neste contexto, “caracterizado pela necessidade de financiamento da transição para uma economia mais sustentável”.
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