Paddy Cosgrave deixa liderança da Web Summit após debandada das tecnológicas

O CEO da Web Summit demitiu-se depois das afirmações polémicas sobre Israel terem levado várias tecnológicas a cancelar a participação. Evento vai manter-se como programado.

O CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, demitiu-se do cargo. Decisão surge após as afirmações polémicas sobre Israel terem levado empresas como a Amazon, Meta e Alphabet a abandonarem o evento.

“Demito-me de CEO da Web Summit com efeitos imediatos”, afirmou Paddy Cosgrave num comentário pessoal enviado ao ECO. “Infelizmente, os meus comentários pessoais tornaram-se uma distração para o evento e para a nossa equipa, os nossos patrocinadores, as nossas startups e as pessoas que o frequentam”.

A realização do evento, que decorrerá entre 13 e 16 de novembro, não fica posta em causa. “A Web Summit vai nomear um novo CEO o mais breve possível e a Web Summit 2023 em Lisboa irá acontecer como planeado“, acrescenta um porta-voz da empresa. São esperados 70 mil participantes, um número semelhante ao ano passado.

Infelizmente, os meus comentários pessoais tornaram-se uma distração para o evento e para a nossa equipa, os nossos patrocinadores, as nossas startups e as pessoas que o frequentam.

Paddy Cosgrave

Ex-CEO da Web Summit

Segundo o Sunday Independent ,que avançou com a notícia, os trabalhadores foram informados de que os postos de trabalho não estão ameaçados pela debandada das grandes tecnológicas, mas que a empresa enfrenta o momento mais difícil desde a pandemia.

Nos últimos dias, várias big tech cancelaram a participação. Amazon Web Services, Meta (dona do Facebook), Alphabet (dona do Google) anunciaram a decisão na sexta-feira. Intel, Siemens já o tinham feito no dia anterior.

Além das tecnológicas, também alguns fundos de capital de risco, como a Sequoia Capital, ou aceleradoras de startups, como a Y Combinator, também abandonaram o evento. O mesmo aconteceu com alguns dos oradores previstos.

A 13 de outubro, cinco dias depois do ataque do Hamas em Israel, Paddy Cosgrave escreveu no Twitter que “os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando são cometidos por aliados, e devem ser chamados isso mesmo”. Afirmação que desencadeou uma reação imediata de Israel, que foi a primeira a retirar-se da conferência.

Nem o pedido de desculpas feito alguns dias depois evitou a onda de cancelamentos. “A Web Summit tem uma longa história de parceria com Israel e as empresas tecnológicas, e lamento profundamente que esses amigos se sintam magoados com o que disse“, escreveu o antigo CEO no blogue da Web Summit.

“Reiterando o que disse na semana passada: Condeno sem reservas o malicioso, repugnante e monstruoso ataque do Hamas a 7 de outubro. Apelo também à libertação incondicional de todos os reféns”, escreveu também. Na altura, ainda apontava que a venda de “bilhetes atingiu recordes” e que o número de novos investidores superava o de cancelamentos.

O ECO contactou a Câmara Municipal de Lisboa, que não quis fazer qualquer comentário. O Ministério da Economia e do Mar deu a mesma resposta.

A Web Summit fechou em 2018 um acordo com o governo português para a realização do evento em Lisboa até 2028. O acordo previa o pagamento pelo Estado de 11 milhões de euros por ano. Paddy Cosgrave admitiu, no entanto, prolongar a ligação à capital portuguesa.

“Lisboa passou de uma situação em 2016 em que jornalistas internacionais, investidores, CEO, perguntavam ‘Lisboa, porque vais para Lisboa? Devias estar em Berlim, Paris ou Londres.’ Para hoje, em que a conversa é outra: ‘Em 2028 o contrato termina, por que razão do mundo vais embora, não vás embora?”, afirmou numa entrevista ao ECO em novembro do ano passado. O plano “é ficar”, garantiu.

A Web Summit inaugurou no mês passado o novo escritório em Lisboa, no Hub Criativo do Beato (HCB), e anunciou a intenção de contratar 50 pessoas em Portugal.

A Web Summit planeia realizar o próximo evento no Qatar, em fevereiro. Também leva a cabo conferências anuais em Toronto e no Rio de Janeiro e tem planos para voltar a Hong Kong em 2025.

(notícia atualizada às 17h55)

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Marcelo promulga diploma que estende licenças da Groundforce

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

Diploma prorroga as licenças da Groundforce até ser lançado um novo concurso. Extensão vai até abril de 2025.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma do Governo que estabelece a prorrogação excecional das licenças de assistência em escala nos aeroportos do Porto, Lisboa e Faro até abril de 2025, segundo um comunicado.

Na nota, publicada no ‘site’ da Presidência, lê-se que foi promulgado “o diploma do Governo que estabelece a prorrogação excecional das atuais licenças de assistência em escala atribuídas nos aeroportos de Lisboa, do Porto e de Faro, até abril de 2025”.

O Governo aprovou em Conselho de Ministros (CM), em setembro, um decreto-lei que prorroga as licenças em escala atribuídas nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro para evitar “quebras na prestação de serviços”, segundo um comunicado.

Na nota, publicada depois do CM, lê-se que “foi aprovado o decreto-lei que estabelece a prorrogação excecional das atuais licenças de assistência em escala atribuídas nos aeroportos de Lisboa, do Porto e de Faro aos atuais prestadores de serviços, assegurando-se que não ocorrem quebras na prestação de serviços”.

Em causa estão as licenças para os operadores que prestam serviços de escala nos aeroportos, como catering, ‘handling’, abastecimento de combustíveis, entre outros.

As licenças têm várias validades, que acabam em momentos diferentes, sendo que o final dos prazos, antes de lançar um concurso, pode levar a que haja uma quebra no serviço.

Entre estes prestadores de serviços conta-se a Groundforce, cujo plano de insolvência foi aprovado pelos credores, mas ainda não está homologado, e cuja licença, segundo informação no ‘site’ da empresa, termina em 2024.

A manutenção da licença é uma das condições para o investimento da empresa Menzies na Groundforce e da homologação do plano de insolvência.

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Dívida da Grécia sai do “lixo” numa das principais agências, 13 anos depois

A Standard & Poor's subiu a classificação da dívida helénica. É a primeira das três principais agências a retirar o país da classificação de alto risco.

A S&P Global colocou o rating da Grécia no nível de alto risco em abril 2010, no início da crise da dívida soberana europeia. Mais de uma década depois, o país saiu do “lixo”. Um passo determinante para a reabilitação junto dos investidores.

A notação atribuída à dívida grega subiu para “BBB-“, com uma perspetiva “estável”, anunciou a agência na sexta-feira. A S&P é a primeira das três majors a tirar o país do nível de elevado risco.

Basta que a Fitch ou a Moody’s tomem uma decisão idêntica para a Grécia regressar aos índices de obrigações de baixo risco, o que abriria uma pool de investidores muito mais alargada.

A consolidação orçamental significativa colocou as contas públicas da Grécia numa trajetória de melhoria sólida. Apoiado por uma rápida recuperação económica, o governo grego tem conseguido superar os seus próprios objetivos orçamentais, apesar do aumento gradual das transferências sociais”, assinala a S&P Global no comunicado divulgado na sexta-feira à noite.

“Esperamos que o governo alcance um excedente primário de pelo menos 1,2% do PIB este ano, ultrapassando a sua meta de 0,7%, mesmo considerando o custo orçamental associado aos recentes incêndios florestais e inundações”, acrescenta a S&P Global.

O partido conservador grego Nova Democracia, do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, conseguiu a maioria absoluta nas eleições do final de junho. “O mandato claro e a possibilidade de evitar uma coligação potencialmente instável permitem ao governo continuar com reformas”, assinala a S&P Global.

A agência estima que o endividamento desça para 146% do PIB até ao final do ano, o que compara com um pico de 207% em 2020. Kyriakos Mitsotakis traçou como objetivo baixar da fasquia dos 140% do PIB em 2027.

A S&P Global projeta um crescimento de 2,5% da economia este ano e que evolua a um ritmo médio de 2,6% entre 2024 e 2026.

Antes mesmo do anúncio da S&P Global, o risco da dívida grega já vinha a baixar nos mercados, com as taxas implícitas na dívida a 10 anos a serem inferiores às dos EUA ou de Itália.

Na sexta-feira, os títulos fecharam com uma yield de 4,357%, o que compara com os 4,923% das obrigações italianas e de 4,914 tas Treasuries.

A Grécia já tinha uma classificação de baixo risco em três agências de menor relevância no mercado: a japonesa Rating and Investment Information, a alemã Scope Ratings e a canadiana DBRS Morningstar.

A classificação atribuída pela S&P Global a Portugal é de “BBB+”, dois níveis acima da Grécia. A perspetiva passou a “positiva” a 8 de setembro.

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Egito quer avançar com “roteiro para relançar processo de paz” israelo-árabe

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

Presidente egípcio deu a entender que a reabertura da passagem fronteiriça de Rafah, por onde entra ajuda humanitária na Faixa de Gaza, poderia assumir um caráter mais definitivo.

O Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, disse hoje que a crise em Israel não será resolvida sem uma “solução justa”, afirmando que está a trabalhar “num roteiro para relançar o processo de paz” na região.

“Quero deixar claro ao mundo que esta crise não será resolvida sem uma solução justa. Hoje começamos a trabalhar para chegar a um acordo sobre um roteiro para relançar o processo de paz; um roteiro que começará com um cessar-fogo imediato que conduza ao estabelecimento de um Estado palestiniano independente”, afirmou, citado pela Europa Press, Al Sisi no discurso de abertura de uma cimeira dedicada ao conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas que decorre hoje no Egito, na chamada Nova Capital Administrativa.

No mesmo discurso, o Presidente egípcio deu a entender que a reabertura hoje da passagem fronteiriça de Rafah, a única que liga o Egito à Faixa de Gaza, poderia assumir um caráter mais definitivo nas próximas horas ou dias, na sequência de um acordo que terá alcançado com o Presidente norte-americano, Joe Biden.

Segundo al-Sisi, esta reabertura “continuada” será feita sob a supervisão das Nações Unidas e do Crescente Vermelho palestiniano enquanto se aguarda para saber o que acontece às centenas de pessoas que esperam para entrar no Egito a partir do lado palestiniano da fronteira.

Hoje, 20 camiões com ajuda humanitária atravessaram o terminal de Rafah (Egito) a caminho do enclave palestiniano de Gaza, segundo um funcionário do Crescente Vermelho egípcio.

Mais de 200 camiões carregados, com cerca de 3.000 toneladas de ajuda, estão perto do posto fronteiriço há vários dias, à espera de autorização para entrar.

A embaixada dos Estados Unidos no Egito alertou para o “ambiente potencialmente caótico” que a abertura da fronteira pode criar, com uma corrida para o Egito por parte de cidadãos com dupla nacionalidade que fogem de Gaza e com as entregas dos primeiros socorros.

À medida que o conflito entra na sua terceira semana, a ajuda é desesperadamente necessária para os habitantes de Gaza, território que está a ser bombardeado por Israel, que prometeu “aniquilar” o Hamas.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano. O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

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Conflito em Israel pode agravar arrefecimento da economia e adiar investimento

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

Guerra em Israel pode impactar negativamente a economia mundial se passar de um conflito confinado à faixa de Gaza a uma guerra regional. Consumo e investimento podem ressentir-se.

A escalada do conflito entre Israel e o Hamas pode levar ao arrefecimento da economia mundial, devido ao aumento do preço do petróleo e adiamento de investimento e consumo, afetando também Portugal, segundo os economistas consultados pela Lusa.

Depois de enfrentar uma pandemia e o início da guerra na Ucrânia, a economia mundial está ainda em recuperação, que poderá agora ficar afetada por um novo conflito internacional.

“O atual conflito entre Israel e o Hamas, que eclodiu na semana passada, poder-se-á agudizar e impactar negativamente a economia mundial se passar de um conflito confinado à faixa de Gaza a uma guerra regional gradualmente mais ampla, arrastando diretamente países vizinhos para o conflito, afetando, desse modo, não só a produção de crude, mas sobretudo o transporte de petróleo no golfo pérsico via estreito de Ormuz“, explica o economista sénior do Banco Carregosa Paulo Rosa.

O economista recorda que por este estreito passam diariamente cerca de 21 milhões de barris de petróleo, cerca de 20% do consumo diário global, o que torna o estreito de Ormuz “o ‘corredor’ energético e o ponto de estrangulamento mais importante do mundo, sobretudo para o petróleo, mas também para o gás natural liquefeito”.

O estreito é, segundo o economista, uma ‘arma estratégica’ para o Irão, que numa escalada da tensão que levasse a um conflito direto entre Israel e o Irão, fornecedor de armas e dinheiro ao Hamas, teria ainda mais impacto para a economia.

A economia europeia, ainda muito dependente dos combustíveis fósseis importados, seria consideravelmente afetada num cenário de guerra direta entre o Irão e Israel.

Paulo Rosa

Economista sénior do Banco Carregosa

“A economia europeia, ainda muito dependente dos combustíveis fósseis importados, seria consideravelmente afetada num cenário de guerra direta entre o Irão e Israel. Apesar da intensificação do processo de transição energética nos últimos anos (objetivo de neutralidade carbónica em 2050) e da procura por segurança energética desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a Europa e Portugal ainda são muito dependentes do petróleo”, prevê.

O diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, sublinha que “há inúmeras incertezas envolvendo este conflito, desde logo a sua duração e o seu perímetro”.

Há potências, em particular a Rússia e o Irão, que gostariam de o ver alastrar e isso é um risco significativo. A incerteza pode ter um impacto direto de adiamento de decisões de investimento e de consumo, abrandando o PIB [Produto Interno Bruto] mundial”, considera.

O economista aponta ainda “a eventual utilização da arma energética (a região concentra os principais exportadores de petróleo), fazendo subir os seus preços, pode ter também um efeito negativo sobre o PIB, dificultar ou mesmo inverter a descida da inflação, e adiar a esperada descida de taxas de juro para 2024”.

Pode ter também um efeito negativo sobre o PIB, dificultar ou mesmo inverter a descida da inflação, e adiar a esperada descida de taxas de juro para 2024.

Pedro Braz Teixeira

Diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade

Para Pedro Braz Teixeira, o conflito poderá traduzir-se em “menos PIB, mais inflação, taxas de juro mais elevadas do que o esperado”.

O aumento do preço do petróleo teria também impacto para a economia portuguesa, quer através das exportações, quer do consumo.

As taxas de juro irão afetar o consumo privado e o investimento, enquanto a deterioração do PIB mundial deverá degradar as perspetivas para as nossas exportações. Todos estes efeitos são negativos, restando saber a sua amplitude, que dependerá da intensidade da subida dos preços da energia (e também do gás natural)”, refere Pedro Braz Teixeira.

Paulo Rosa recorda que, na proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Governo prevê uma cotação do petróleo de 81 dólares por barril no próximo ano, comparando com valores previstos de 83 dólares para 2023.

Um cenário em que o preço do petróleo se situe 20% acima do assumido no cenário base, ou seja, um aumento para perto dos 100 dólares, teria um efeito negativo de 0,1 pontos percentuais no crescimento do PIB em 2024“, assinala.

Segundo o OE2024, tal reflete um menor crescimento do consumo e do investimento, parcialmente mitigado pela redução no crescimento das importações.

“Todavia, uma eventual escalada do preço do petróleo, com a entrada direta do Irão no conflito, o efeito no PIB português tenderia a ser exponencial e dificilmente Portugal escaparia de uma recessão com o petróleo nos 150 dólares”, alerta Paulo Rosa.

O grupo islamita Hamas lançou no sábado passado um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade. Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.

 

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Custo de vida no Canadá leva emigrantes a regressarem a Portugal

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

Emigrantes estão a voltar para pequenas cidades, evitando os grandes centros urbanos em Portugal. Pais procuram também uma educação "mais sólida" para os filhos.

O custo de vida no Canadá levou muitos portugueses a regressarem este ano à terra natal, a tempo de inscreverem os filhos nas escolas, dando sinais do fim do sonho naquele que foi um dos principais destinos da emigração portuguesa.

“Uma das razões para que vários clientes regressaram a Portugal, após terem adquirido recentemente a residência permanente no Canadá, é o custo de vida em Toronto, as distâncias que têm de conduzir para chegarem ao trabalho e a falta de tempo que têm para as famílias”, disse à Lusa Marina Brito, proprietária de uma agência de viagens localizada no “Little Portugal” de Toronto. Devido ao alto custo de vida e às taxas de juro, alguns dos emigrantes portugueses optam por adquirir residência fora dos grandes centros urbanos.

A empresária também ‘culpa’ a falta de segurança em Toronto, com crimes constantes a “preocuparem muitos dos pais”, como justificação para este regresso às origens.

Penso que chegaram à conclusão, após juntarem dinheiro e comprarem a sua primeira habitação em Portugal, que será mais fácil de prosseguir a sua vida em pequenas cidades, evitando os grandes centros urbanos em Portugal.

Lusa Marina Brito

Emigrante no Canadá

“Penso que chegaram à conclusão, após juntarem dinheiro e comprarem a sua primeira habitação em Portugal, que será mais fácil de prosseguir a sua vida em pequenas cidades, evitando os grandes centros urbanos em Portugal, regressando à sua terra de origem”, declarou.

Muitos pais de crianças com idade desde o jardim-de-infância até aos oito a dez anos “consideram mais sólida a educação em Portugal”, porque têm o apoio dos pais, avós e familiares, acrescentou.

Na opinião da empresária, Portugal “está na moda”, com uma “grande procura” por diversos motivos, tanto por jovens, como por pessoas com uma idade mais avançada. “Os jovens com a esperança de construírem um Portugal diferente e os mais velhos com o intuito de se reformarem num país com mais sol e com menos pessoas”, justificou.

Na sua agência, Marina Brito também presta assistência a serviços consulares, notando que, recentemente, tem havido um excesso nos “pedidos de cidadania de filhos de luso-canadianos, que nunca adquiriram a cidadania independentemente das suas idades”, para um dia voltarem a Portugal para a “reforma”. Por outro lado, os luso-canadianos que regressam a Portugal procuram adquirir a cidadania canadiana, para um dia “voltarem ao país”.

A proximidade de outros países tradicionais de emigração na Europa e o baixo valor do dólar canadiano são fatores que levaram à diminuição da emigração portuguesa para o Canadá.

“Em termos de números, julgo que ao longo dos anos a emigração portuguesa para o Canadá foi diminuindo. Houve um decréscimo, até porque muitas pessoas preferem ficar na Europa, o euro vale mais do que o dólar canadiano”, disse, por seu turno, Luís Branco.

O consultor de imigração há mais de 30 anos salientou, no entanto, que o Programa ‘Working Holiday’ (Trabalho nas Férias) tem sido “aproveitado por alguns jovens portugueses para emigrarem para o Canadá”. Em vigor desde 2019, o programa permite que portugueses e canadianos, dos 18 aos 35 anos, possam adquirir um visto de trabalho nos respetivos países, de até dois anos.

“Muitas pessoas estão a aproveitar o programa ‘Working Holiday’, mas depois há também outros programas tradicionais, quer através do casamento, patrocinando o parceiro, ou através de contratos de trabalho, na grande maioria no setor da construção, pelo programa de trabalhadores estrangeiros temporários”, salientou.

O Canadá atualmente não é o país para onde os portugueses emigram, devido à “inflação e altas taxas de juro”, que também têm um impacto na construção de habitações, o que a médio prazo “pode reduzir também o número de trabalhadores na construção”, acrescentou.

Dados do Ministério da Imigração do Canadá enviados à agência Lusa, revelam que, no ano passado, foi atribuída a residência permanente a 700 cidadãos nascidos em Portugal, sendo que, de janeiro a agosto deste ano, já foi atribuída a 630.

Quanto ao programa de trabalhadores estrangeiros temporários, em 2022, foram distribuídos vistos a 335 portugueses, e em 2023, até agosto, foram atribuídos 220.

No que respeita a vistos para estudantes portugueses no Canadá, em 2022 foram concedidos 180 vistos, sendo que este ano, até agosto, foram aprovados 100.

De acordo com o recenseamento de 2021, a comunidade portuguesa no Canadá é constituída por 448.305 pessoas que declararam ser de “origem portuguesa”, ou seja, portugueses e lusodescendentes. Existiam 166.651 portugueses inscritos na rede consular portuguesa em 2022.

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Boticas vai ter Centro de Inovação para Valorização do Lítio

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

Centro visa "potenciar o desenvolvimento e a inovação ao longo da cadeia de valor do lítio", segundo o despacho da secretária de Estado da Energia e Clima.

Um Centro de Inovação para a Valorização do Lítio (CIVaL) vai ser criado em Boticas para potenciar o desenvolvimento e a inovação ao longo da cadeia de valor do lítio, segundo despacho publicado em Diário da República.

O despacho, publicado na sexta-feira e assinado pela secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Cláudia Fontoura Gouveia, define o grupo de trabalho para a criação deste centro de inovação no concelho de Boticas, distrito de Vila Real, onde, em maio, a mina de lítio do Barroso da empresa Savannah obteve luz verde da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A APA decidiu viabilizar ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso, emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, mas que integra um “conjunto alargado de condicionantes”.

A criação de um CIVaL irá, segundo o despacho, “potenciar o desenvolvimento e a inovação ao longo da cadeia de valor do lítio, promovendo a contínua valorização do recurso de forma ambiental e socialmente sustentável e afirmando a liderança de Portugal neste domínio”.

“A valorização deve assentar na materialização de benefícios para as comunidades locais e para a coesão e a competitividade dos territórios”, refere o despacho.

De acordo com o documento, “o lítio desempenha um papel fundamental na transição energética global, e Portugal – detentor das maiores reservas de lítio da Europa – ambiciona consolidar-se como um centro estratégico para a valorização desta matéria-prima crítica, ao longo de toda a cadeia de valor, alicerçada nos mais elevados padrões ambientais e sociais”.

É também salientado que “a investigação e a inovação desempenham um papel essencial para robustecer esta trajetória e promover a contínua valorização do lítio, de forma ambiental e socialmente sustentável”.

Ao grupo de trabalho criado pelo despacho caberá “propor a missão e os objetivos a prosseguir pelo CIVaL”, “avaliar e propor o modelo de organização, composição, governação e atividade do centro, incluindo a definição da respetiva estrutura e as necessidades de recursos humanos e técnicos” e “avaliar as opções de financiamento da atividade do CIVaL, incluindo no quadro europeu”.

O grupo de trabalho será coordenado pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e constituído por representantes da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e da Agência para a Energia (ADENE).

Integrará ainda, mediante convite e segundo as matérias em discussão, representantes da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte (CCDR-N), da Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP ) e da Agência Nacional de Inovação (ANI).

Os membros não auferem qualquer remuneração ou abono pelo exercício das suas funções.

O grupo de trabalho deve submeter um relatório com as conclusões e recomendações relativas à missão e objetivos do centro de investigação, modelo de organização e opções de financiamento, à apreciação da secretária de Estado, no prazo de 40 dias contínuos a contar a partir de hoje, data a partir da qual o despacho produz efeitos.

A mina do Barroso, que a empresa Savannah quer explorar, tem uma duração estimada de 17 anos, a área de concessão prevista é de 593 hectares e é contestada por associações locais, ambientalistas e pela Câmara de Boticas.

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Vitacress Portugal vai avançar com expansão em Odemira

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

A empresa faturou 40 milhões de euros em 2022, dos quais 15% nos mercados de exportação, com destaque para Inglaterra e Espanha. Diretor-geral diz que é necessária a dessalinizadora em Sines.

A Vitacress Portugal, que produz e embala vegetais e ervas aromáticas, entre outros produtos, faturou 40 milhões de euros em 2022 e vai avançar com um plano de expansão, adiantou à Lusa o diretor-geral da empresa, Carlos Vicente.

Em entrevista, o responsável disse que, dos 40 milhões de euros de faturação da Vitacress, 15% são exportações e o restante vendas em território nacional.

No que diz respeito aos mercados internacionais, a empresa tem dois principais, Inglaterra e Espanha, referiu. “No entanto, o mercado português de momento está a crescer de tal forma” que constitui uma prioridade para o grupo, que diz, no entanto, ter “ambição” de aumentar a exportação.

A empresa, que está integrada no grupo RAR, espera, este ano, aumentar as vendas em 5% a 6% e tem um plano de expansão na zona de Odemira, onde se centra a sua operação.

“Consiste em expandir a nossa área produtiva”, destacou, apontando que o investimento, que ainda não quis revelar, deverá ser aplicado em equipamentos e espaço.

A empresa já investiu cerca de 700 mil euros, nos últimos três anos, em medidas para melhorar o consumo e a autonomia de água, um dos principais desafios colocados às empresas do setor.

Ainda que não queira referir-se a esta situação como uma “ameaça”, Carlos Vicente reconheceu que a questão da água coloca “muita pressão na operação”.

“Ou seja, tivemos de acelerar muitas iniciativas que já tínhamos tomado”, indicou, dando conta de um programa chamado ‘Second Nature’. “Definimos nove pontos-chave para a sustentabilidade, e, dentro destes pontos também consta a água, obviamente”, adiantou.

Ao longo dos últimos três anos, conseguimos reduzir o nosso consumo de água em 36%, ou seja, aumentamos a nossa eficiência de água.

Carlos Vicente

diretor-geral da empresa

“Ao longo dos últimos três anos, conseguimos reduzir o nosso consumo de água em 36%, ou seja, aumentamos a nossa eficiência de água”, referiu, graças a medidas para melhor gestão da água, de maior eficiência a nível de rega, e da otimização das culturas, explicou.

Para Carlos Vicente, no que diz respeito à região de Odemira, é preciso uma estratégia para os próximos quatro anos até uma solução mais duradoura, que passa por uma dessalinizadora, prevista para Sines.

Questionado sobre a política de recursos humanos da Vitacress, numa região que tem enfrentado dificuldades nesta área, Carlos Vicente disse que existem cerca de 420 pessoas a trabalhar no grupo, que estão na empresa “de forma permanente”.

O responsável garantiu assim que a empresa não trabalha com contratos temporários. “Temos aqui nesta região de Odemira as nossas quintas principais, também temos uma quinta importante na região de Almancil”, recordou, acrescentando que o grupo emprega “gerações completas” e oferece “oportunidades de carreira”.

Carlos Vicente disse ainda que a empresa não tem tido dificuldades em contratar na região, mas reconhece que “para certas posições específicas” nem sempre é fácil encontrar trabalhadores. De acordo com o diretor-geral, a empresa precisa, anualmente, de cerca de 20 pessoas para levar a cabo os planos de crescimento.

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Amazon junta-se a Google e Meta e também cancela participação na Web Summit

  • ECO
  • 21 Outubro 2023

A Amazon Web Services não irá participar na conferência de tecnologia que se realiza em novembro em Lisboa, depois dos comentários de Paddy Cosgrave sobre o conflito entre Israel e o Hamas.

A Web Summit perdeu mais um gigante da tecnologia. A Amazon Web Services confirmou à Bloomberg que não irá participar no evento que decorre de 13 a 16 de novembro, em Lisboa.

A divisão de serviços de software da tecnológica liderada por Jeff Bezos era um dos parceiros da Web Summit e o seu vice-presidente, Vishal Sharma, era um dos oradores.

A Amazon junta-se à Meta, dona do Instragram, e à Alphabet, dona da Google, que também cancelaram a participação em reação às afirmações do CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, sobre o conflito entre Israel e o Hamas. A Siemens e a Intel já tinham anunciado na quinta-feira a mesma decisão, seguindo os passos de vários fundos de capital de risco.

Após ter classificado nas redes sociais a reação de Israel ao ataque do Hamas como “crimes de guerra”, Cosgrave tem enfrentado uma tempestade junto de empresas participantes e fundos de investimento, que nem o pedido de desculpas, emitido pelo fundador da Web Summit na passada terça-feira, está a conseguir conter.

Por enquanto, nem o Governo nem a Câmara de Lisboa têm uma posição definida sobre a multiplicação do boicote de empresas à cimeira. “Ministério da Economia e do Mar não tem qualquer comentário a fazer”, reagiu fonte oficial quando contactado pelo ECO. O mesmo diz a Câmara Municipal de Lisboa.

(notícia atualizada às 10h21)

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Fronteira com Gaza volta a encerrar após entrada de ajuda humanitária

  • Lusa
  • 21 Outubro 2023

Vinte camiões atravessaram o posto fronteiriço em Rafah, levando alguma ajuda humanitária para os cerca de dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza.

Camiões que transportam ajuda humanitária começaram hoje a atravessar o terminal de Rafah (Egito) a caminho do enclave palestiniano de Gaza, segundo um funcionário do Crescente Vermelho egípcio. Após a entrada dos alimentos e medicamentos, o posto fronteiriço voltou a encerrar.

A televisão estatal egípcia mostrou vários camiões a passarem pelos enormes portões do posto fronteiriço, no 15.º dia da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas, no poder em Gaza, depois de toneladas de ajuda se amontoarem há dias à espera de serem encaminhadas para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza, metade dos quais crianças, que estão sem água, eletricidade ou combustível.

Mais de 200 camiões carregados, com cerca de 3.000 toneladas de ajuda, estão perto do posto há vários dias, à espera de autorização para entrar. Cruzaram a fronteira 20 camiões do Crescente Vermelho egípcio com medicamentos e alimentos.

A “passagem está fechada de ambos os lados, tanto do lado egípcio como do lado palestiniano, depois de os 20 camiões que entraram (na Faixa) pela passagem de Rafah terem descarregado a sua carga e regressado a solo egípcio”, disse o presidente do Crescente Vermelho do Sinai do Norte, Khaled Said.

A embaixada dos Estados Unidos no Egito alertou para o “ambiente potencialmente caótico” que a abertura da fronteira pode criar, com uma corrida para o Egito por parte de cidadãos com dupla nacionalidade que fogem de Gaza e com as entregas dos primeiros socorros.

À medida que o conflito entra na sua terceira semana, a ajuda é desesperadamente necessária para os habitantes de Gaza, cujo território continua a ser incessantemente bombardeado por Israel, que prometeu “aniquilar” o Hamas.

De acordo com as autoridades israelitas, mais de 1.400 pessoas foram mortas em território israelita pelos combatentes do Hamas desde 7 de outubro, a maior parte das quais civis que foram baleados, queimados vivos ou mutilados no primeiro dia de ataque dos combatentes de Gaza.

Segundo o exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das zonas atacadas.

Na Faixa de Gaza, 4.137 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos nos bombardeamentos incessantes levados a cabo pelo exército israelita em represália, segundo o Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.

(Notícia atualizada às 14h24)

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Tribunal de Contas deu visto ao contrato de baterias para navios elétricos da Transtejo

  • Lusa
  • 20 Outubro 2023

A Transtejo adianta que, concluído o concurso público, o fornecimento foi adjudicado à Astilleros Godán S.A pelo preço de 15.999.750 euros.

O Tribunal de Contas deu esta sexta-feira luz verde ao contrato de fornecimento de baterias a instalar em nove navios de propulsão elétrica da Transtejo que se encontram em construção, anunciou a empresa.

Tramitado o processo de fiscalização prévia, foi hoje concedido pelo Tribunal de Contas visto ao contrato de fornecimento de baterias a instalar em nove dos navios de propulsão elétrica em construção que integram a nova frota destinada a assegurar o serviço público de transporte fluvial de passageiros”, explica a empresa em comunicado.

A Transtejo adianta que concluído o concurso público, com publicidade internacional, o fornecimento foi adjudicado à Astilleros Godán S.A pelo preço de 15.999.750 euros, acrescidos do IVA à taxa legal em vigor. O contrato foi enviado ao Tribunal de Contas para efeitos de obtenção de visto que agora deu luz verde o que permite à empresa disponibilizar os nove packs de baterias marítimas à Astilleros Godán para a devida instalação nos nove navios em construção.

A empresa adianta que o contrato celebrado em fevereiro de 2020 com os estaleiros asturianos prevê a construção de 10 navios elétricos e o fornecimento de 1 conjunto de baterias principais, já instalado no navio leader cegonha-branca. O processo de compra de baterias levou à demissão da administração da Transtejo, em março, depois de o Tribunal de Contas (TdC) ter acusado a empresa de “faltar à verdade” e de práticas ilegais e irracionais.

Em causa estava a compra de nove baterias, pelo valor de 15,5 milhões de euros, num contrato adicional a um outro contrato já fiscalizado previamente pelo TdC para a aquisição, por 52,4 milhões, de dez (um deles já com bateria, para testes) novos navios com propulsão elétrica, para assegurar o serviço público de transporte de passageiros entre as duas margens do Tejo.

Na sequência deste caso foram ouvidas no parlamento, em setembro, as administrações da Transtejo (a atual e a anterior), tendo a atual presidente adiantado que o serviço de transporte fluvial entre Lisboa e a margem Sul deverá contar com os novos navios elétricos a partir do segundo semestre de 2024. Em novembro de 2022, o Governo tinha perspetivado ter disponível a maior parte da frota elétrica de navios da Transtejo já durante o ano de 2023.

Alexandra Ferreira de Carvalho adiantou que além do “cegonha branca” que “já cá está com todo o equipamento e com as tripulações em formação desde julho”, existe um segundo navio, “em teste ao cais”, o terceiro será lançado à água para testes em 4 de maio e o quarto até ao final de setembro.

“Se tudo correr bem, vamos começar no segundo semestre de 2024”, disse aos deputados. A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa. As empresas têm uma administração comum.

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Hamas anuncia libertação de dois reféns dos EUA após mediação do Qatar

  • Lusa
  • 20 Outubro 2023

O gesto, segundo Hamas, foi decidido para "demonstrar ao povo norte-americano e ao mundo que as afirmações feitas pelo Biden e seu Governo fascista são falsas e infundadas".

O porta-voz das Brigadas de Al-Qassem, Abu Obeida, anunciou esta sexta-feira a libertação de dois reféns norte-americanos por “razões humanitárias”, após a mediação do Qatar.

As reféns libertadas são mãe e filha, indicou na sua conta da plataforma digital Telegram o porta-voz, cujo grupo é o braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, que protagonizou a 07 de outubro um ataque surpresa a Israel, matando mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e capturando 203, que levou como reféns para a Faixa de Gaza, onde se encontra no poder desde 2007.

Segundo Obeida, este gesto foi decidido para “demonstrar ao povo norte-americano e ao mundo que as afirmações feitas pelo [Presidente dos Estados Unidos, Joe] Biden e seu Governo fascista são falsas e infundadas”. As autoridades israelitas já confirmaram oficialmente a libertação das duas sequestradas, cujas identidades as Brigadas Al-Qassem não revelaram.

No entanto, uma fonte do Hamas citada pela agência de notícias espanhola EFE indicou que as reféns são Judith e Natalie Raanan, de Evanston, nos arredores da cidade de Chicago, no Estado norte-americano do Illinois. A fonte precisou que o Hamas coordenou com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) a entrega das duas reféns àquele organismo e que se assegurou de que ambas chegaram a território israelita.

“Da nossa parte, é um passo humanitário claro para demonstrar que o nosso conflito é só com Israel”, sublinhou. O anúncio surge dois dias depois de Biden visitar Israel para demonstrar o apoio “inabalável” dos Estados Unidos e reafirmar o direito dos israelitas a defender-se.

O chefe de Estado norte-americano também comparou o Hamas ao grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) e observou que “as atrocidades” cometidas pelo grupo islamita palestiniano – classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – fazem com que o EI pareça mais racional. Apoiou também a tese de Israel sobre a explosão ocorrida na terça-feira num hospital de Gaza, que aponta como causa o disparo falhado de um rocket pela Jihad Islâmica, cujo destino seria Israel.

Um grupo de familiares de reféns mantidos pelo Hamas saudou a libertação das duas cidadãs sequestradas pelo grupo islâmico e apela à “comunidade internacional” para atuar em nome das restantes pessoas sequestradas no dia 7 de outubro. “Apelamos aos líderes mundiais e à comunidade internacional para que exerçam todo o seu poder a fim de atuar em prol da libertação de todos os reféns e desaparecidos”, comunicou o grupo israelita “Bring Them Home Now” (“Tragam-nos para Casa Já”).

Um comunicado emitido por Bell Sommer, porta-voz do grupo que hoje se reuniu antes do início do dia de descanso judaico (shabbat), saudou a saída das duas norte-americanas pouco depois das primeiras notícias que davam conta da libertação sob a mediação do Qatar. Mesmo assim, o grupo da sociedade civil israelita refere que a manutenção de reféns é um “crime de guerra”, acrescentando que “centenas de famílias” aguardam a ajuda dos líderes dos Estados árabes.

O Hamas cometeu crimes de guerra. Muitos líderes dos Estados árabes têm uma enorme influência sobre os seus dirigentes e devem atuar no sentido de libertar imediatamente todos os reféns e desaparecidos detidos em Gaza“, concluiu o grupo. Os Estados árabes não são especificados pela organização.

Desconhece-se o número exato de reféns com passaporte norte-americano que estão nas mãos do Hamas na Faixa de Gaza. Atualmente, há 13 cidadãos norte-americanos desaparecidos e cerca de 30 mortos em consequência do ataque surpresa do Hamas a Israel, a 7 de outubro.

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