Carlos Moedas considera que falta a Portugal “audácia para fazer coisas”

  • Lusa
  • 10 Setembro 2023

“Aquilo que falta muito no nosso país é a audácia para fazer coisas, não ter medo de fazer coisas, de dizer coisas", defende Carlos Moedas.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, considera que falta a Portugal “audácia para fazer coisas” e “não ter medo de fazer coisas”, referiu na Universidade de verão do Instituto +Liberdade, em Fátima.

“Aquilo que falta muito no nosso país é a audácia para fazer coisas, não ter medo de fazer coisas, de dizer coisas, não ter medo dos outros, não ter medo da hierarquia e não ter medo do sistema que está à nossa volta”, afirmou o autarca do PSD, em Fátima, no concelho de Ourém, distrito de Santarém.

Carlos Moedas exemplificou com a ideia de Lisboa ser a capital da inovação e trazer para a capital a Fábrica dos Unicórnios, “ideia que até foi ridicularizada” por alguns. “Atraímos 12 unicórnios. Tínhamos sete em Portugal. Por que é que vieram? Porque alguém, e uma equipa, tiveram a audácia de não ter medo de os ir buscar”, frisou.

"Os jovens afastam-se da política porque não veem o concreto. Andamos há seis meses a discutir habitação.”

Carlos Moedas

O autarca defendeu que a liderança política moderna deve assentar em três pilares, aqueles que também o regem: impacto, intimidade e inspiração.

Esta maneira de fazer política é muito diferente da maneira antiga. Os jovens afastam-se da política porque não veem o concreto. Andamos há seis meses a discutir habitação. Porque é que as pessoas não se interessam? Porque nada é concreto. O político antigo quer resolver o problema através da ‘partidarite’ e o problema da habitação não se resolve dessa maneira, resolve-se com muitas soluções, mas concretas. Esse impacto, esse concreto na liderança de hoje é importantíssimo. Os líderes de hoje têm de ter impacto imediato”, sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa.

O autarca defende ainda a intimidade, “diferente de proximidade”. “Intimidade é trabalhar com as pessoas. Proximidade é ser simpático, e depois, nunca mais temos uma relação. A intimidade que comecei a criar em Lisboa vem da criação de um conselho de cidadãos”, revelou, referindo que está junto aos cidadãos e em conjunto encontram soluções.

“O terceiro pilar da liderança é a inspiração. O mundo digital torna-nos mais emocionais. Precisamos de sentir que temos alguém que nos inspire e nos diga ou nos transmita que conseguimos chegar mais longe”, explicou Moedas.

 

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Adeus a Teodora Cardoso destaca dedicação e papel de relevo nas finanças públicas

As várias notas de pesar pela morte da economista que fundou e liderou o Conselho de Finanças Públicas realçam o seu impacto na política financeira do país.

O “mais profundo pesar” foi manifestado pelo Conselho de Finanças Públicas e pelo Banco de Portugal no rescaldo da morte de Teodora Cardoso, a qual foi homenageada também pelo Governo, Presidente da República e outras entidades como a Ordem dos Economistas e a Sedes. Os vários testemunhos mostram apreço pelo trabalho e dedicação da economista às finanças públicas.

Para o CFP, Teodora Cardoso teve “um papel determinante no estudo, acompanhamento e defesa da economia portuguesa no trabalho desenvolvido na Fundação Calouste Gulbenkian, no Banco de Portugal e no Conselho das Finanças Públicas (CFP), bem como em inúmeras intervenções públicas”. Em particular, “marcou e contribuiu para afirmar a independência” do CFP, pelo que o Conselho manifesta o seu “apreço e gratidão”.

O Banco de Portugal recorda aquela que foi a primeira mulher com um lugar na sua administração realçando “o brilhante percurso de uma economista que esteve ligada à instituição ao longo das últimas cinco décadas”. Começou e 1973 como técnica do Departamento de Estatística e Estudos Económicos, que depois liderou, tendo ascendido em 2008 ao Conselho de Administração do BdP, até ser nomeada presidente do CFP.

“Economista reconhecida e respeitada com uma vida dedicada ao país, com elevado sentido de missão e plena dedicação à causa pública”, descreveu o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na nota de pesar na qual lamenta a sua morte. Na mesma, destaca a relevância que Teodora Cardosa teve nas finanças públicas.

O ministério das Finanças refere-se a Teodora Cardoso como “um exemplo e uma economista incontornável na história da democracia portuguesa”, que “representou e continuará a representar um referencial de seriedade, rigor e exigência não só para economistas, como para todos os envolvidos no desenho e implementação de políticas públicas“. O ministro Fernando Medina destaca os anos à frente do CFP, onde entende que esta defendeu “princípios de transparência, independência, sustentabilidade e responsabilidade na condução da política orçamental”.

O bastonário da Ordem dos Economistas, António Mendonça, reconhece à “ilustre colega” um “papel de relevo na vida económica e cívica do país”. A Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social eterniza Teodora Cardoso como “a Senhora Finanças Públicas”.

Também na rede social X (antigo Twitter) se contam várias homenagens. O professor catedrático da Nova School of Business and Economics, António Nogueira Leite, destaca o longo percurso da economista, que considera “competente e sempre honesta“. O economista Luís Aguiar Conraria considera-a “uma das grandes” da profissão que partilham. Susana Peralta descreve-a como uma “excelente economista” que falava com “propriedade”, embora nem sempre tivesse concordado com as suas visões. Nuno Garoupa também ressalva os desencontros de opinião com a economista mas admira que esta nunca tenha “alinhado” em “claques partidárias”. João Moreira Rato realça o trabalho “notável” no CFP que considera tê-lo tornado uma “instituição de referência” em Portugal.

Teodora Cardoso nasceu em Estremoz (1942), licenciou-se em Economia pelo ISEG, foi economista do Banco de Portugal durante quase duas décadas – trabalhou em macroeconomia, política monetária e relações com organizações internacionais, e liderou o Conselho das Finanças Públicas desde a sua criação. Tinha chefiado o Departamento de Estatísticas e Estudos Económicos do banco central, foi consultora da administração e administradora entre 2008 e 2012. Foi consultora da administração do BPI e fez parte do conselho consultivo do IGCP.

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Sardinha em lata portuguesa brilha na Times Square onde é uma velha conhecida

  • Lusa
  • 10 Setembro 2023

A "memória afetiva" dos norte-americanos com as conservas portuguesas é uma das razões para a dona da loja de sardinha, a Valor do Tempo, ter decidido apostar em Nova Iorque.

A sardinha em lata portuguesa está a brilhar na famosa Times Square, em Nova Iorque, onde é diariamente “pescada” por turistas de todo o mundo que demonstram um elevado conhecimento e gosto pelas conservas produzidas em Portugal.

A internacionalização d’”O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa”, um conceito da Comur — Fábrica de Conservas da Murtosa, que conta com 21 lojas em Portugal, arrancou em agosto e foi brindada com uma enchente de turistas que deixou os funcionários “sem mãos a medir”, como disse, em entrevista à Lusa, o administrador da empresa proprietária, a Valor do Tempo.

Vendem-se entre 400 a 500 latas por dia, afirmou Tiago Quaresma, referindo que ficou surpreendido com o conhecimento que muitos norte-americanos revelaram sobre o pescado português, nomeadamente a sardinha, talvez por os Estados Unidos serem o principal mercado da indústria conserveira portuguesa.

Arriscaria dizer que causou mais espanto em Portugal, no início deste projeto, há uns anos, do que tem causado em Nova Iorque.

Tiago Quaresma

Administrador da Valor do Tempo

Ficámos um pouco surpreendidos por ser tão pouco surpresa“, afirmou o empresário, acrescentando: “arriscaria dizer que causou mais espanto em Portugal, no início deste projeto, há uns anos, do que tem causado em Nova Iorque. Temos tido, com muita regularidade, clientes a entrar na loja [em Nova Iorque] a dizer que já estiveram nas nossas lojas em Portugal, e nem sempre em Lisboa e Porto”.

A “memória afetiva” dos norte-americanos com as conservas portuguesas, e a sardinha em particular, e o “enorme interesse” que estes têm revelado pelo produto justificaram a escolha de Nova Iorque como o primeiro ‘mergulho’ da sardinha em lata portuguesa em águas internacionais.

A escolha de Times Square, o espaço de Nova Iorque mais visitado pelos turistas, também não foi aleatória.

"O arrojo de irmos para uma localização de tanto valor acrescentado já está a compensar.”

Tiago Quaresma

Administrador na Valor do Tempo

“Queríamos marcar um ponto, queríamos ser notados e isso já se tem constatado, com a adesão em peso da comunicação social local ao nosso conceito. O arrojo de irmos para uma localização de tanto valor acrescentado já está a compensar”, disse.

“Isto acontece, sobretudo porque estamos em Times Square. Podia haver outras localizações de igual impacto comercial, mas nenhuma outra nos garantia este entusiasmo mediático“, sublinhou.

A internacionalização do produto traduz-se num investimento superior a quatro milhões de euros.

A internacionalização do produto — que se traduz num investimento superior a quatro milhões de euros — começou com apenas as sardinhas, mas mais pescado português estará disponível a partir deste fim de semana nesta praça do tempo, com permanente animação.

Ainda assim, têm sido “centenas e, em alguns dias, milhares de pessoas” que têm visitado as lojas, com muitas delas a “fazerem compras de várias dezenas e até centenas de dólares em conservas“, nomeadamente norte-americanos de outros estados.

A loja começa já a preparar-se para o “pico” da procura que deverá decorrer entre o Dia de Ação de Graças e a passagem de ano, nuns 45 dias tradicionalmente frenéticos para o comércio e que prometem um verdadeiro ‘cardume’ de clientes.

Segundo Tiago Quaresma, é natural que mais lojas sejam abertas nos Estados Unidos, até porque o resultado está a ser superior ao mais ambicioso dos sonhos. “O que queríamos validar em Nova Iorque, e validámos já, é que isto continua a funcionar, mesmo passando a fronteira”, indicou.

 

“A sardinha portuguesa é uma marca de todos e é isso que queremos com a presença em Times Square, que seja uma presença maior do que uma entidade privada e seja uma declaração de intenções de um país, porque este é provavelmente o produto com mais capacidade de penetração internacional que Portugal tem“, disse.

O empresário adiantou que gostaria de semelhante visibilidade para mais produtos das marcas que o grupo detém e que “assentam num legado da história e do património português e honram o passado e as tradições que o tempo conservou”, como o Museu do Pão, a Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau, o Museu da Cerveja, as Queijadas Finas de Sintra ou os ovos-moles de Aveiro, entre outros.

Mas reconhece que os produtos alimentares frescos são mais difíceis de exportar, pois a qualidade que os torna únicos poderia ficar comprometida. Por esta razão, pelas facilidades que apresenta, a nível logístico e de tamanho de loja, a filigrana é a que “estará mais pronta para voar“, considerou.

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Campanha arranca na Madeira, com PSD a piscar o olho à maioria absoluta

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Setembro 2023

Em coligação com o CDS, sociais-democratas partem em grande vantagem para garantir mais um mandato. PS pode perder mais de metade dos deputados; IL e Chega à beira de entrar no Parlamento regional.

O calendário oficial marca o início da campanha eleitoral na Madeira para este domingo, 10 de setembro, mas os partidos já estão na rua desde há algumas semanas. Sob a liderança de Miguel Albuquerque, atual presidente do Governo regional, o PSD vai a votos junto com o CDS, à procura de recuperar a maioria absoluta que perdeu em 2019. Do lado da oposição, o objetivo é pôr fim a mais de quatro décadas sem alternância no poder.

Se, atualmente, o Parlamento madeirense pende para a direita, com o PSD a ocupar 21 lugares e o CDS-PP outros três, do total de 47, os poucos estudos de opinião têm apontado para um reforço da coligação “Somos Madeira”, formalizada pelos dois partidos em maio passado. A mais recente sondagem, da GFK para o Jornal Económico, dá mesmo força à possibilidade de maioria absoluta, ao atribuir 52,2% das intenções de voto aos sociais-democratas e aos centristas – que, desta vez, preferiram uma coligação pré-eleitoral e não pós-eleitoral, como nas regionais anteriores.

Em ações de pré-campanha, porém, o PSD e o CDS “têm aparecido mais separados do que em coligação”, assinala Teresa Ruel, professora de Ciência Política no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-UL), em declarações ao ECO. Assim, questiona: “Como é que estes dois partidos pretendem igualar aquilo que foi o seu desempenho eleitoral em 2019 ou tentar superá-lo, sendo que não sabemos – e esse é o grande paradoxo das coligações – quanto é que vale cada um em separado?”.

Miguel Albuquerque, que preside a região desde 2015, já assumiu que será uma “derrota” se a coligação não atingir a maioria, sobretudo pelos resultados económicos “extremamente positivos”. Além de uma diminuição da dívida pública, a região deverá atingir o Produto Interno Bruto (PIB) “mais alto de sempre”, de 6.000 milhões de euros, e registar “uma taxa de desemprego residual” – que, no segundo trimestre, foi de 6,4%, ligeiramente superior à média nacional (6,1%), de acordo com o Serviço Regional de Estatística.

Confrontado com a eventualidade de um acordo com o Chega se o “Somos Madeira” não alcançar a maioria absoluta, o líder dos sociais-democratas no arquipélago não tem sido claro. Em 26 de agosto, o Diário de Notícias, na sequência de uma entrevista ao Novo Semanário, escrevia que Miguel Albuquerque admite acordos com o partido de André Ventura. Um dia depois, em entrevista à SIC, já negava a possibilidade, mesmo faltando os 24 deputados para a maioria.

Entretanto, na passada segunda-feira, respondeu ao Público que fazer alianças com partidos centralistas, como é o caso do Chega e de todos os partidos de extrema-direita, “está fora de questão”, por serem partidos que “são contra as autonomias”. Miguel Albuquerque recusa tratar-se de uma mudança de posição, justificando com o contexto nacional: “O que digo é uma coisa diferente. O PSD não pode embarcar nas condições impostas pelo PS para condicionar as decisões pré e pós-eleitorais do PSD nacional”.

Para Teresa Ruel, estes ziguezagues transparecem que o presidente do Executivo madeirense “perdeu o leme” e “está à espera do dia do jogo para ver qual é a tática que monta“. Um eventual acordo com o Chega, alerta a cientista política, pode fazer “colidir” a própria coligação, caso o CDS não seja favorável à junção do partido liderado por Miguel Castro a nível regional, que aparece em quarto lugar na sondagem da GFK (6,1%).

Com contas complicadas, PS apela ao voto útil

Historicamente, a Madeira não é um terreno fácil para os socialistas. O mais perto que estiveram de tirar o PSD do poder no arquipélago foi em 2019, com Paulo Cafôfo (atual secretário de Estado das Comunidades) como cabeça de lista: o candidato, que vinha de duas vitórias consecutivas na Câmara do Funchal, ainda que não sozinho e como independente, alcançou o melhor resultado do PS em legislativas na região (35,76%). Desde as eleições fundadoras, em 1976, os socialistas nunca tinham ido além de uma margem de voto entre 15% e 20%.

As sondagens para as eleições de 24 de setembro, no entanto, dão poucos motivos ao PS-Madeira para sorrir. No estudo da GFK, a candidatura liderada por Sérgio Gonçalves surge com 21,5% das intenções de voto, cerca de menos 14 pontos percentuais quando comparado com o resultado das regionais de há quatro anos, que garantiu aos socialistas 19 deputados. “Há aqui a perda iminente de mais de metade do grupo parlamentar do PS“, assinala Teresa Ruel, apontando que, “eventualmente”, a existência de mais partidos em competição “até complica as contas” aos socialistas.

No terreno, Sérgio Gonçalves, que preside o PS-Madeira desde fevereiro de 2022, diz que o partido está “mobilizado” e pretende obter “um excelente resultado”. “Os madeirenses estão fartos do atual Governo regional” e, por isso, o foco é, “acima de tudo, mudar a Madeira”, afirmou, ao Público. Evocando a taxa de risco de pobreza da região, a mais alta do país (25,9%), e os elevados preços da habitação (o valor mediano do preço da casa por metro quadrado no arquipélago está fixado em 1.697 euros, superior à média nacional de 1.565 euros), os socialistas prometem construir mais casas a preços acessíveis em todos os concelhos e reduzir os impostos.

A Iniciativa Liberal (3,8% de intenções de voto na sondagem da GFK) aponta ao objetivo de “eleger um grupo parlamentar”, sendo os “serviços mínimos” eleger um deputado. O cabeça de lista Nuno Morna admite abster-se apenas para “viabilizar políticas”. “Uma viabilização não passa por acordos”, diz, dando como exemplo o acordo escrito nos Açores, que os liberais rasgaram em março deste ano.

Mas, na Madeira, há um partido que assume uma relevância que não tem lugar no continente. Depois de ter garantido três deputados no último mandato, o Juntos Pelo Povo (JPP) pode aumentar a sua representação parlamentar, aparecendo em terceiro lugar na sondagem da GFK, com 10% das intenções de voto. “A génese do JPP é regional, mas é um partido nacional, como o PSD ou o PS. Da mesma forma que o extinto PDA (Partido Democrático do Atlântico) nasceu nos Açores”, nota Teresa Ruel.

Apesar de o JPP se ter visto envolvido em disputas internas que culminaram na demissão do líder por discordâncias com a lista, a cientista política considera que o partido tem feito um trabalho de oposição “muito interessante”. “Têm conseguido descortinar e fiscalizar a ação do Executivo, recorrendo aos tribunais para tentar aceder a informação que devia ser pública, e têm conseguido marcar a agenda em determinados tópicos essenciais, como os transportes, a saúde, a economia no setor da banana”, detalha.

Fatores “históricos” afastam alternativas no poder

Porque é que não existe alternância no poder na Madeira é a pergunta de um milhão de dólares. Desde a transição para a democracia a lideranças fracas, Teresa Ruel enumera vários fatores que têm levado o PSD a permanecer na liderança do Governo da região há 47 anos.

“Tem que ver com fatores históricos, essencialmente na parte da transição da democracia, e quando se formatou e enquadrou aquilo que seria a autonomia política e legislativa das regiões autónomas“, argumenta a cientista política. Ao mesmo tempo, o PS tem tido “lideranças fracas, um pouco o que se passa com o PSD a nível nacional”, acrescenta, apontando que “a cada derrota eleitoral, há uma substituição da liderança”.

Nesse sentido, apesar de faltarem estudos sobre o comportamento dos eleitores na Madeira, a professora do ISCSP admite que o eleitorado madeirense é “um pouco conservador”. “Há alguma iliteracia política por parte do eleitor. A própria estrutura que se foi criando para segurar estes 47 anos não é só um bom projeto político; há outras coisas associadas que alimentam esse projeto e sustentam o que é esta fidelização do eleitorado”, sugere.

Tal pode dever-se à campanha eleitoral e à intervenção política fora do Parlamento na região. “É muito peculiar, não tem expressão como a conhecemos em Portugal continental. Basicamente, a atividade política extraparlamentar é feita de pé de microfone: os partidos convocam os jornalistas, dizem o bite e está feito“, conta a cientista política, sublinhando que esta realidade faz com que “a mensagem não chegue” às pessoas.

Teresa Ruel deixa, assim, um alerta: “É sabido e mais que estudado que a não alternância de poder traz os seus perigos associados à prática democrática. Os partidos da oposição levantam essas debilidades”. É no dia 24 deste mês que os eleitores madeirenses podem escolher entre 11 partidos e duas coligações.

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Teodora Cardoso, a economista que olhava para o longo prazo (1942-2023)

A economista e primeira presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, morreu este sábado em Lisboa aos 81 anos. Independente, foi uma voz crítica e exigente da política orçamental.

A economista, a primeira mulher Administradora do Banco de Portugal e primeira presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, morreu este sábado em Lisboa aos 81 anos, disse à Lusa fonte do Banco de Portugal.

Teodora Cardoso nasceu em Estremoz (1942), licenciou-se em Economia pelo ISEG, foi economista do Banco de Portugal durante quase duas décadas – trabalhou em macroeconomia, política monetária e relações com organizações internacionais, e liderou o Conselho das Finanças Públicas desde a sua criação. Tinha chefiado o Departamento de Estatísticas e Estudos Económicos do banco central, foi consultora da administração e administradora entre 2008 e 2012. Foi consultora da administração do BPI e fez parte do conselho consultivo do IGCP. O serviço público foi dominante na sua carreira.

Teodora Cardoso foi das economistas mais relevantes das últimas décadas. Independente, foi sempre muito crítica das políticas orçamentais dos últimos anos, quer como presidente do Conselho das Finanças Públicas, que liderou entre 2012 e 2019, quer depois de sair. Numa entrevista em 2021 ao ECO, Teodora Cardoso mostrava-se particularmente preocupada com a evolução da economia portuguesa. E sempre olhou para a necessidade de reformar a política orçamental do país. “O meu problema nunca foi o défice anual. O meu problema é o enquadramento orçamental. É uma guerra em que ando há 30 anos e que não serve de nada porque sou derrotada. Mas sou persistente. O nosso enquadramento orçamental é assim. A política orçamental de cada ano… para já é estritamente anual e em base de caixa, o que não se gastar não interessa. Avaliam-se as despesas ou a dotação, nunca se avaliam as despesas pelo resultado que se quer alcançar e muito menos se avaliam depois se eles foram alcançados ou não“, disse a economista ao ECO.

Em 2019, numa entrevista conjunta do ECO e da TVI, a economista refletia sobre o regime de finanças públicas do país, um tema sempre presente nas suas análises. “As cativações são em grande medida, adiamentos de despesa, sobretudo quando elas incidem sobre coisas que são mesmo necessárias como é o caso da manutenção do investimento. Portanto, não é por aí. O que tenho vindo a dizer há vários anos é que é preciso ter uma visão de médio e longo prazo sobre estas coisas. Não se pode estar a olhar para o orçamento só nessa base“.

Mário Centeno foi, enquanto ministro das Finanças, muito crítico das análises do Conselho das Finanças Públicas que eram críticas da estratégia orçamental seguida. Nessa entrevista, ainda assim, garantia que convivia bem com as críticas. “Convivo perfeitamente. Quando fomos criados, nessa altura todos os partidos estavam contra o Conselho das Finanças Públicas, porque esta noção de uma entidade independente em Portugal não soa bem. Nessa altura, estavam todos contra nós e todos nos tinham criticado. Um jornalista perguntou-me se não me sentia mal com isso. Eu respondi-lhe, e continuo a pensar da mesma maneira, que sentir-me-ia muito pior se todos estivessem de acordo connosco“.

 

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G20 morno nas referências à guerra na Ucrânia e aos combustíveis fósseis

Declaração conjunta evidencia que existiram "visões diferentes" quanto à guerra da Ucrânia entre os membros do G20, e deixa de fora referências ao abate do consumo de petróleo.

Os líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo – G20 –, que estão reunidos este fim de semana em Nova Déli, na Índia, emitiram este sábado uma declaração conjunta que apresenta as conclusões da cimeira, a qual decorre até este domingo. Neste documento, os líderes optaram por uma posição mais vaga sobre a invasão da Rússia à Ucrânia do que no ano anterior. Por outro lado, é notória a ausência de compromissos quanto ao abate de energias fósseis como o petróleo.

Na declaração conjunta, lê-se que “todos os Estados” devem “evitar a ameaça ou o uso da força para conquistar territórios”, pondo em causa a “integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado”. Em paralelo, fica sublinhado que o recurso a armas nucleares é “inadmissível”. São ainda reconhecidos “o sofrimento humano” assim como “o impacto negativo da guerra na Ucrânia”, referindo-se ao efeito sobre o fornecimento de bens alimentares e a segurança energética.

No entanto, não existe diretamente uma condenação direta em relação à invasão por parte da Rússia, referindo-se que “existiram visões e avaliações diferentes da situação”. Em 2022, no documento homólogo que resultou da cimeira do G20 em Bali, havia um parágrafo em que a maioria dos membros “condenava veementemente a guerra na Ucrânia”.

Renováveis triplicam, petróleo sem planos

As maiores economias do mundo comprometeram-se, através da declaração, a “encetar e encorajar esforços para triplicar a capacidade de energias renováveis a nível global”, e ter a mesma ambição em relação a outras tecnologias de baixas emissões, como aquelas que permitem remover emissões poluentes. É ainda reconhecida a “importância” dos biocombustíveis sustentáveis.

Já no que diz respeito aos combustíveis fósseis, os países concordam “aumentar os esforços” para “reduzir e racionalizar, no médio-prazo” os subsídios dirigidos aos combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, há o compromisso de “acelerar” o abate da produção de eletricidade a carvão, mas “em linha com as circunstâncias nacionais e reconhecendo a necessidade de apoiar uma transição justa”. O petróleo não teve direito a menção.

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Fotogaleria: Salão Automóvel de Munique

O Salão de Munique apresenta por estes dias os carros que vão circular nas estradas num futuro não muito distante. Protótipos ou prontos a entrar em produção, todos passam pela mobilidade elétrica.

No Salão Automóvel de Munique IAA Mobility 2023 estão cerca 750 expositores vindos de 38 países com cerca de 300 apresentações num dos principais eventos que marcam as tendências da indústria automóvel mundial. No evento deste ano, um dos grandes motivos de interesse além dos automóveis apresentados, é a competição crescente dos fabricantes chineses com os europeus no mercado dos carros elétricos.

Várias marcas presentes no evento, com a BYD à cabeça, espreitam a oportunidade para entrar no mercado europeu e “roubar” clientes a fabricantes como a BMW, Mercedes, Renault ou Volkswagen. Sendo a mobilidade elétrica uma aposta transversal a todas as marcas nos dias de hoje, o principal desafio aponta ao desenvolvimento de veículos ainda mais eficientes, mais próximos do consumidor e…mais baratos. E nisso, os chineses têm uma palavra a dizer.

Como vem sendo hábito, o Salão Automóvel de Munique serve de palco ao lançamento de protótipos e de novos modelos automóveis prontos a sair para a produção. Apesar da ausência de marcas nipónicas, coreanas e algumas europeias, fabricantes como a Mercedes, BMW e Opel, por exemplo, não deixaram passar a oportunidade para fazer notar o design arrojado e vanguardista dos automóveis que vão circular nas nossas estradas num futuro não muito distante.

Veja na fotogaleria abaixo alguns dos lançamentos do IAA Mobility 2023 em Munique.

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Ordem dos Médicos acompanha com “imensa apreensão” negociações entre sindicatos e Governo

"Aquilo que nós vemos é mais uma vez mais do mesmo", afirma o bastonário, Carlos Cortes.

A Ordem dos Médicos está a acompanhar “com imensa apreensão” as negociações entre os sindicatos e o Ministério da Saúde, que decorrem desde o ano passado, considerando que está em causa a sobrevivência do SNS, afirmou este sábado o bastonário.

Em declarações à agência Lusa, à margem da comemoração dos 50 anos de aniversário do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, Carlos Cortes salientou que a “Ordem dos Médicos acompanha à distância, porque não faz parte da mesa negocial, [a negociação] que neste momento está a decorrer entre os sindicatos médicos e o Ministério da Saúde, com imensa apreensão”.

“Porque em vez de, efetivamente, reconhecer a importância dos médicos, neste caso em concreto no Serviço Nacional de Saúde, de criar aqui mecanismos que possam atrair e fixar esses médicos, aquilo que nós vemos é mais uma vez mais do mesmo”, lamentou.

O bastonário acrescentou que os médicos se sentem desiludidos “porque não existe reconhecimento” nem “vontade de construir mecanismos que possam satisfazer os sindicatos” e atrair estes profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O que está aqui em causa é a sobrevivência do Serviço Nacional de Saúde e o Serviço Nacional de Saúde não vai só sobreviver com investimentos em infraestruturas e em meios tecnológicos, que obviamente são muito importantes”, defendeu, realçando que, tal como dizia António Arnaut, “o maior valor” do SNS são os seus profissionais.

“Neste caso em concreto são os seus médicos, portanto é preciso investir nos médicos, dando condições remuneratórias adequadas, mas investir também dando condições de trabalho para os médicos poderem concretamente tratar os seus doentes, tratar quem precisa de cuidados de saúde”, frisou.

Carlos Cortes reforçou que o SNS “precisa de uma revitalização em termos de condições para atrair médicos” tendo em conta as dificuldades que tem atualmente em termos de recursos humanos.

Os sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde tiveram uma reunião negocial extraordinária na quinta-feira, que terminou novamente sem acordo.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou nesse dia que vai manter as greves que agendou para este mês face à falta de acordo com o Governo sobre aumentos salariais e dedicação plena.

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) considerou o “aumento transversal de 3,6%” para os médicos proposto pelo Governo “um insulto a toda a classe”, apontando ao executivo “falta de vontade política”.

Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, mostrou-se surpreendido por não ter sido possível chegar a acordo com as organizações sindicais dos médicos, afirmando esperar que haja “uma oportunidade para o diálogo” e de “aproximação de posições”.

Estas negociações iniciaram-se em 2022, mas não tem havido consenso. Uma nova reunião negocial extraordinária foi marcada para terça-feira.

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“Baixe lá um bocadinho” os impostos às empresas. Nuno Melo junta três antigos presidentes do CDS

  • Lusa
  • 9 Setembro 2023

O presidente do CDS, Nuno Melo, defende que a descida de impostos às empresas conduzirá ao aumento de salários. Rentrée do partido juntou três antigos presidentes.

O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, pediu ao primeiro-ministro, António Costa, que “baixe lá um bocadinho” os impostos às empresas, defendendo que isso conduzirá ao aumento de salários. No encerramento de um encontro de ‘rentrée’ política do CDS-PP em frente à sede nacional deste partido, em Lisboa, Nuno Melo acusou o PS de governar atacando a iniciativa privada e de aumentar o número de pessoas dependentes do Estado com o objetivo de obter votos.

“Este Governo vergasta qualquer manifestação de esforço e de mérito com impostos e o resultado está aí: nós temos estagnação económica, nós temos pobreza, nós temos mais subsidiodependência e temos cada vez mais jovens a sair do país”, sustentou.

Nuno Melo afirmou que o CDS-PP “combate este socialismo com outro modelo de sociedade e outro modelo económico”, com “menos portugueses a dependerem do Estado” e “uma redução da carga fiscal que devolva rendimentos às famílias e às empresas”.

Segundo o presidente do CDS-PP, os salários são baixos, não porque “as entidades empregadoras queiram que assim seja”, mas porque “o Estado retém tanto que sobra pouco para se poder aumentar esses salários”. “Doutor António Costa, baixe lá um bocadinho aquilo que retém às empresas e verá que os salários sobem, e não sobem por decreto, sobem por justiça e sobem por vontade”, apelou.

Nuno Melo – que juntou neste encontro três antigos presidentes do CDS-PP, Manuel Monteiro, Assunção Cristas e Paulo Portas – manifestou-se esperançoso numa vitória da coligação PSD/CDS-PP nas eleições regionais da Madeira e convicto de que os democratas-cristãos voltarão a ter representação parlamentar nas próximas legislativas.

O CDS há de voltar à Assembleia da República, porque é de justiça e Portugal precisa e beneficia com a volta do CDS à Assembleia da República. Nenhum outro partido representa hoje na Assembleia da República o que o CDS é. O CDS não está lá, mas não foi substituído por mais ninguém”, declarou.

Portas defende que Portugal precisa do CDS-PP para travar extremismos e ódios

O antigo presidente do CDS-PP, Paulo Portas, defendeu também este sábado que o sistema político português precisa deste partido para travar o crescimento de extremistas, da crispação e de ódios e promover a racionalidade e a concórdia.

“Sem o CDS, Portugal e o seu sistema político ficam pior. Sem o CDS, haverá menos ideias e mais gritaria. Sem o CDS, haverá menos moderados e mais extremistas. Sem o CDS, haverá menos racionalidade e mais demagogia”, declarou Paulo Portas, num encontro de ‘rentrée’ política do CDS-PP em Lisboa, em frente à sede nacional deste partido.

O antigo vice-primeiro-ministro – que discursou antes do presidente do CDS-PP, Nuno Melo – acrescentou: “Sem o CDS, haverá menos viabilidade para uma alternativa, porque sem o CDS será fácil a alguns fazer campanhas baseadas no medo e mais difícil construir um projeto de esperança”, prosseguiu Paulo Portas, aconselhando: “Olhem para o que aconteceu em Espanha e tirem as vossas lições”.

Antes de Paulo Portas, também os antigos presidentes do CDS-PP Manuel Monteiro e Assunção Cristas discursaram nesta ‘rentrée’ do partido, que deixou de ter representação na Assembleia da República nas últimas legislativas, de janeiro de 2022, e viu o Chega e a Iniciativa Liberal tornarem-se respetivamente na terceira e quarta maiores forças parlamentares.

Na sua intervenção, Assunção Cristas definiu o CDS-PP como “uma direita moderada”, que “respeita as instituições” e “uma direita responsável”, observando que “moderação é um valor que às vezes parece que caiu em desuso” e que implica “capacidade de ouvir, capacidade de integrar, capacidade de resolver sem ir para os extremos, sem ir para os radicalismos”.

“É na moderação, no bom senso, na racionalidade e na sensibilidade que nós conseguimos ter soluções eficazes para os problemas”, sustentou a antiga ministra.

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Ministra reconhece necessidade de mais habitação pública

  • Lusa
  • 9 Setembro 2023

Caso Portugal tivesse mais habitação pública, teria menos dificuldade em responder ao desafio da habitação, reconheceu a ministra da tutela.

A ministra da Habitação reconheceu a importância de aumentar o parque habitacional público em Portugal, mas avisou que “não há uma bala de prata” para os problemas da habitação e que a solução passa por “vários instrumentos”.

“Não há uma bala de prata para os problemas da habitação, temos que encontrar vários instrumentos”, defendeu Marina Gonçalves, numa intervenção na Academia Socialista, que decorre até domingo em Évora.

A governante foi questionada pelos jovens presentes na sala sobre a atual crise na habitação, começando por realçar que este problema não é exclusivo de Portugal.

Na opinião de Marina Gonçalves, o país só compara mal com outros da União Europeia no que toca ao parque habitacional público, reconhecendo que Portugal é dos países com menor resposta neste âmbito.

A ministra admitiu que, caso Portugal tivesse mais habitação pública, teria menos dificuldade em responder a esse desafio, mas alertou que essa não é uma solução exclusiva, sustentando que até os Países Baixos – “que têm um grande parque habitacional público” – enfrentam “exatamente os mesmos problemas”, relatando uma conversa recente que teve com o seu homólogo daquele país.

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Sismo em Marrocos causa mais de 1000 mortes. Portugal também sentiu o sismo e disponibiliza apoio

  • Lusa
  • 9 Setembro 2023

O primeiro-ministro, António Costa, disse que “Portugal está solidário e disponível para apoiar Marrocos”.

O balanço do terramoto que atingiu Marrocos na sexta-feira à noite subiu para 1.037 mortos e 1.204 feridos, dos quais 721 “em estado crítico”, anunciou o Ministério do Interior marroquino.

Os portugueses que estão em Marrocos, onde ocorreu um forte sismo na sexta-feira à noite, e que foram contactados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) “encontram-se bem”, segundo uma nota da própria diplomacia. A diplomacia portuguesa garante que está a acompanhar “em permanência” a situação.

O primeiro-ministro, António Costa, disse que “Portugal está solidário e disponível para apoiar Marrocos”. O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, transmitiu “sentidas condolências e solidariedade” ao rei de Marrocos, Mohammed VI, numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

Portugal comunicou às autoridades de proteção civil de Marrocos “total disponibilidade” para mobilizar uma equipa de busca e salvamento, à semelhança do que fez aquando do sismo na Turquia, acrescentou ainda o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. Vai ser enviado um avião da Força Aérea para a cidade de Marraquexe, “para retirar os portugueses que queiram regressar” de Marrocos, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

Também Espanha, França, Itália e Reino Unido expressaram solidariedade e apoio a Marrocos. O Presidente francês, Emmanuel Macron, disse que França “está pronta para ajudar nos primeiros socorros”. O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, afirma que o seu país está pronto para ajudar “de todas as maneiras possíveis”. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, manifestou a “vontade da Itália em apoiar Marrocos”. O espanhol Pedro Sanchez expressou “toda a sua solidariedade e apoio”. Estes testemunhos foram recolhidos na rede social X (o antigo Twitter).

Sismo sentido em Portugal com intensidade moderada

O sismo em Marrocos atingiu a magnitude 7 na escala de Richter e ocorreu na região de Marraquexe, no norte do país, pelas 23:11. O mesmo sismo foi sentido também em várias regiões de Portugal, indica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal) são as localidades que registaram impactos de maior intensidade, de III/IV na escala de Mercalli modificada. Quando há uma intensidade IV, considerada moderada, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, e os vidros e loiças chocam ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, descreve o IPMA.

(Notícia atualizada às 15.27 com mais informação e o levantamento mais recente de mortos e feridos)

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China opõe-se a que os EUA presidam o G20 em 2026

  • Capital Verde
  • 9 Setembro 2023

Membros da comitiva chinesa terão manifestado desacordo durante a conferência do G20 que teve lugar ao longo desta semana, em Nova Déli, na Índia.

A China está a desafiar a presidência dos Estados Unidos no G20 — o grupo das 20 maiores economias do mundo — tal como estava previsto para 2026, indicam fontes envolvidas no processo, citadas pelo Financial Times.

Membros da comitiva chinesa terão manifestado desacordo durante a conferência do G20 que teve lugar ao longo desta semana, em Nova Déli, na Índia.

A atribuição da presidência do G20 é feita de forma rotativa, e o país líder fica encarregue de definir a agenda dos temas para as discussões que decorrerão naquele ano. Esta nomeação não tem sido objeto de debate ou polémica noutros anos. Já está definido que a presidência em 2024 cabe ao Brasil e, em 2025, à África do Sul.

Contudo, indica o FT, os diplomatas chineses defenderam que fosse apagada, na declaração da mais recente conferência, a referência à expectativa de que os Estados Unidos presidissem ao grupo em 2026, de acordo com duas fontes que participaram no processo de redação do documento.

Este desafio à liderança americana acontece num momento em as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, estão separados por assuntos como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia ou as alterações climáticas.

 

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