Conflitos no Mar Vermelho estão a “tornar-se num problema”, admite Stilwell

Execução de projetos e transporte de materiais estão a ser impactados pelo conflito no mar Vermelho. CEO da EDP garante "flexibilidade" mas admite, ainda assim, preocupação.

A crise no mar Vermelho, provocada pelos ataques dos Huthis na região, está a perturbar a execução de projetos da EDP na Ásia e o transporte de materiais oriundos daquele continente. Miguel Stilwell frisa que a energética “tem flexibilidade” mas admite preocupação caso a situação continue a agravar-se.

Em entrevista à CNBC, esta quarta-feira, em Davos, o CEO daquela que foi considerada a utility mais sustentável do mundo pela S&P Global CSA, em 2023, admite que os conflitos no mar Vermelho têm-se “tornado num problema” por significarem “mais tempo e mais custos” quer na execução de projetos naquela região, quer no transporte de materiais necessários para a montagem de infraestrutura noutros mercados onde a EDP está presente. “É uma preocupação“, afirmou Stilwell.

Embora tenha deixado claro que a EDP “tem flexibilidade nos projetos que construímos, pelo que esperamos recorrer a esse amortecedor”, não exclui a hipótese de o conflito se vir a tornar num problema mais gravoso no futuro. “Se piorar, vai-se tornar num problema“, admitiu.

À semelhança da EDP, várias industrias têm admitido impactos nas suas operações como resultado do conflito no mar Vermelho. No setor dos automóvel fabricantes como a Tesla, Volvo ou a japonesa Suzuki, na Europa admitiram suspender a produção de alguns modelos, uma situação que já se está a refletir nas empresas portuguesas fornecedoras de componentes automóveis.

Por seu turno, também as transportadoras admitem um aumento dos custos de transporte. Ao ECO, Mário de Sousa, CEO da Portocargo, estima uma triplicação do preço dos contentores desde o início desta crise, enquanto o percurso pelo Canal da Boa Esperança acresce, em média, entre 12 a 15 dias ao tempo de trânsito.

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