Portugal já vale 10% do negócio do Bankinter. “2024 vai ser outro ano excecional”
Na despedida da liderança do Bankinter, María Dolores Dancausa voltou a destacar os resultados do banco em Portugal. "Foi um ano magnífico com números relevantes", apontou.
Portugal já vale 10% do negócio dos espanhóis do Bankinter, que esperam que 2024 seja “outro ano excecional”. “Esperamos que o banco em Portugal siga com a tónica habitual: façam mais do que nos dizem no início do ano”, apontou o diretor financeiro, Jacobo Díaz na conferência que marcou a despedida de María Dolores Dancausa da liderança do banco espanhol.
Em 2018, a operação portuguesa valia 7% do produto bancário do Bankinter e é agora a terceira maior operação depois de ter crescido 61% para 306 milhões de euros no ano passado, representando já 10% do total do grupo espanhol.
“Foi um ano magnífico com números relevantes”, sintetizou María Dolores Dancausa sobre o desempenho da unidade portuguesa, que é liderada por Alberto Ramos.
Dancausa, que está de saída do cargo para se tornar presidente não executiva a partir de março, reiterou que o Bankinter “não planeia nenhuma aquisição no país vizinho” e que o crescimento em Portugal será orgânico. Isto para lá da parceira com a Sonae no Universo. “Vai-nos dar muitas alegrias”, apontou a gestora espanhola.
Em Portugal, a margem financeira disparou 85% para 246 milhões de euros e as comissões aumentaram 3%. Isto com base numa carteira de 9,2 mil milhões de empréstimos às famílias e empresas e de 8,4 mil milhões de recursos de clientes.
Jacobo Díaz adiantou que um “número muito reduzido de clientes” em Portugal pediu para fixar a prestação da casa por causa da subida das taxas de juro ou decidiu amortizar antecipadamente o crédito. Porquê? Porque na sua maioria são créditos concedidos nos últimos anos e na sua maioria com taxa fixa, razão pela qual as famílias estiveram “protegidas” do aperto das taxas de juro.
Também por isso o diretor financeiro disse que o banco estava “muito tranquilo” com a evolução do crédito em incumprimento. “Temos um rácio de NPL muito contido e muito baixo, não acreditamos que vai mudar”, referiu.
“Faz falta gente nova, ideias novas”
Mas o tema que dominou a conferência de imprensa foi outro: ao fim de 13 anos à frente do banco, María Dolores Dancausa vai passar o testemunho a Gloria Ortiz a partir do dia 21 de março, passando a assumir o cargo de presidente não executiva.
Dancausa não escondeu que vão ser meses “complicados do ponto de vista emocional”. Mas considera que sai com “o sentimento de dever cumprido”. “Deixo um banco mais sólido e robusto, com maior ambição. Somos um exemplo para o setor em termos de eficiência e retorno para o acionista”, sublinhou. O banco registou lucros recorde de 885 milhões de euros no ano passado.
Lembrou que nos últimos 13 anos o Bankinter internacionalizou o negócio com a entrada noutros mercados, incluindo em Portugal, onde comprou o negócio ao Barclays em 2016. “São países pequenos, mas prósperos, e onde o Bankinter começa a ser um banco relevante”, frisou.
Sobre as mudanças no banco, María Dolores Dancausa disse que “faz falta gente nova, ideias novas, uma nova geração” e que confia que a sua sucessora “é excecional e vai fazer um trabalho extraordinário”.
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