Repsol segue no leilão eólico offshore após quebra na aliança com Orsted
Orsted anunciou a saída de mercados como Portugal, Espanha e Noruega. Dinamarquesa tinha formado parceira com a Repsol para participar no leilão eólico offshore, mas esta aliança caiu por terra.
A parceria que a Repsol e a Orsted formaram, para participarem em conjunto no primeiro leilão eólico offshore em Portugal, foi quebrada. A Orsted anunciou esta quarta-feira que vai desistir do mercado português, abdicando desta forma do concurso. Já a petrolífera espanhola confirma ao ECO/Capital Verde que vai manter-se no leilão.
“A Repsol mantém-se no leilão“, garante fonte oficial ao ECO/Capital Verde depois de a gigante dinamarquesa ter anunciado que vai desistir da aposta no setor em Portugal, Espanha e Noruega, numa altura em que decidiu também “suspender” dividendos e cortar cerca de 800 postos de trabalho nos mercados onde opera.
Embora a empresa não tivesse ainda inaugurado nenhum projeto em Portugal, a Orsted estava em vias de fazê-lo em parceria com a Repsol no âmbito do primeiro leilão eólico offshore do país. De acordo com o jornal Expresso, as duas empresas iriam formalizar junto do Governo português a sua intenção de participar neste leilão. Mas a dupla desistiu da parceria.
A petrolífera espanhola revela que a parceria entre as duas empresas não vai avançar porém salienta que, durante o “ano e meio de trabalho em conjunto”, a Repsol conseguiu “reforçar a sua experiência no setor da energia eólica flutuante e fazer avançar os projetos para o futuro”, tal como já tinha revelado ao ECO/Capital Verde.
Embora a parceria não avance, a Repsol mantém o interesse no leilão e de continuar a aposta na energia eólica offshore por acreditar que a tecnologia “desempenhará um papel relevante no futuro para alcançar os objetivos de descarbonização a nível global e, claro, em Espanha e Portugal”.
Apesar desta aliança ter falhado, a Repsol admite estar aberta a formar novas parcerias para participar no primeiro concurso lançado pelo Governo neste âmbito, frisando estarem “abertos a qualquer possibilidade”.
“A Repsol demonstrou nos últimos anos a sua capacidade de criar valor nas energias renováveis, com mais de 2 gigawatts (GW) em funcionamento em todo o mundo”, acrescentam. E quanto à ex-parceira, a petrolífera espanhola despede-se com votos de boa sorte: “Desejamos à Orsted sucesso nos seus próximos projetos.”
A desistência da Orsted destes três mercados faz parte da estratégia da empresa de restaurar a confiança dos investidores, depois de uma expansão difícil no mercado dos Estados Unidos. De acordo com a notícia avançada esta quarta-feira pelo Financial Times, a gigante dinamarquesa, além de estar a enfrentar elevadas taxas de juro, tem sentido dificuldades por ainda não ter sido capaz de obter créditos fiscais nem autorizações para fabricar peças localmente. Estas condições terão deixado a Orsted atada a “imparidades de vários milhares de milhões de dólares“, descreve o jornal britânico.
Face à situação, a Orsted viu-se obrigada a reduzir os seus objetivos de capacidade de produção de energia renovável até 2030, cortado a meta de 50 gigawatts (GW) a nível global para até 38 GW, até final da década.
De forma a continuar a expansão nos EUA, a dinamarquesa decidiu desistir de mercados, como Noruega, Espanha e Portugal e até de atividades no Japão. De acordo com o comunicado citado pelo Expresso, os cancelamentos destes projetos e outras contenções vão permitir poupar 25 mil milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 4,7 mil milhões de euros ao câmbio atual) em investimentos entre 2024 e 2026.
Notícia atualizada às 12h55 com as declarações da Repsol
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