📹 Setor que mais exporta espera novo recorde este ano

Depois de chegar aos 24 mil milhões em 2023, Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIMMAP, espera que a metalurgia e metalomecânica batam um novo recorde de vendas ao exterior este ano.

Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), espera que os primeiros meses de 2024 “sejam positivos para o setor” e acredita que será possível bater um novo recorde de exportações, se o cenário de guerra não se agravar e a situação política estabilizar.

As exportações portuguesas de metalurgia e metalomecânica atingiram em 2023 um novo recorde de 24.017 milhões de euros, um aumento de 4,3% face a 2022. Na divulgação dos números, a AIMMAP mostrou preocupação com “a situação de instabilidade política que veio somar-se à conjuntura económica menos positiva dos principais parceiros de Portugal”. Rafael Campos Pereira acredita, no entanto, que é possível continuar a crescer este ano, mesmo que a um ritmo inferior.

“Em janeiro de 2023, disse que em 2023 iríamos exportar 24 mil milhões euros e aconteceu. Eu tenho a expectativa de que, neste ano, se não houver um agravamento das situações de guerra e se houver alguma rapidez em tomar decisões em termos políticos, podemos crescer, não tanto como este ano, mas podemos crescer e bater um novo recorde“, afirmou o vice-presidente da AIMMAP em declarações à margem da 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, que decorreu quinta-feira no Porto.

Para o também membro da comissão executiva da CIP – Confederação Empresarial de Portugal é, no entanto, difícil antecipar se 2024 será o ano de retoma do setor industrial na Europa. “Nós temos sempre a expectativa de que as empresas estão cada vez mais resilientes e conseguem resistir às dificuldades com que são confrontadas, mas não nos podemos esquecer que neste momento temos uma guerra no nosso continente entre a Rússia e a Ucrânia. Temos também um problema no Médio Oriente“, sublinha.

Há um problema muito grande no caso concreto da indústria portuguesa. A dificuldade não está tanto no volume das exportações, mas sim no abastecimento de matérias primas e componentes que são importantes.

Rafael Campos Pereira

Membro da comissão executiva da CIP

Rafael Campos Pereira afirma que “há um problema muito grande no caso concreto da indústria portuguesa” provocado pela suspensão do transporte marítimo no Canal do Suez, que obriga os navios que fazem o comércio entre a Ásia e a Europa a contornarem a costa de África. “A dificuldade não está tanto no volume das exportações, mas sim no abastecimento de matérias-primas e componentes que são importantes”, explica.

“Nos primeiros tempos, foi questionado, e as empresas não se estavam a queixar, ainda tinham encontrado soluções em armazenistas, etc. Neste momento começam já a queixar-se das dificuldades que começam a ter. Estas dificuldades vão seguramente refletir-se também em maior dificuldade em competir com alguns concorrentes“, por causa dos “timings das encomendas” e subida dos preços, acrescenta o membro da comissão executiva da CIP.

As exportações portuguesas fecharam 2023 com uma queda de 1%, depois de crescerem 0,3% em dezembro, interrompendo oito meses consecutivos de recuo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

📹 Setor que mais exporta espera novo recorde este ano

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião