Risco de pobreza diminuiu entre quem trabalha, mas aumenta entre desempregados

Cerca de 10% da população empregada está em risco de pobreza, tendo a taxa reduzido entre 2021 e 2022. Já entre os desempregados, registou-se um agravamento.

A taxa de risco de pobreza entre os portugueses que estão empregados recuou em 2022. Mas entre quem não tem um posto de trabalho ou está na inatividade, registou-se um agravamento. Os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, de modo global, 17% das pessoas estavam em risco de pobreza em Portugal.

“Em 2022, 17,0% das pessoas estavam em risco de pobreza. A taxa de risco de pobreza para a população desempregada ascendeu, em 2022, a 46,7%, significativamente superior à da população empregada, que foi de 10,0%“, adianta o gabinete de estatísticas num destaque publicado esta manhã.

Em 2021, a taxa de risco de pobreza tinha sido de 10,3% entre os empregados, o que significa que houve um recuo de 0,3 pontos percentuais em 2022. Já entre os desempregos, houve um aumento de mais de três pontos percentuais, já que o indicador em causa passou de 43,4% para 46,7%.

O INE destaca mesmo que só na população empregada o risco de pobreza caiu. Em contraste, entre a população reformada, a taxa subiu de 14,9% para 15,4%, isto é, 0,5 pontos percentuais. E entre os inativos, o risco de pobreza agravou-se de 27,8% em 2021 para 31,2% em 2022.

Por outro lado, o gabinete de estatísticas dá conta que é na população desempregada que a “intensidade da pobreza é mais elevada“. Também é nesse grupo que a desigualdade na distribuição do rendimento é mais acentuada.

Já entre a população empregada, os dados revelam que a pobreza é menor para os indivíduos empregados no setor público e para os indivíduos muito satisfeitos com o emprego.

Os dados do INE permitem perceber também que há uma relação positiva entre a escolaridade e a redução da pobreza. “Enquanto 22,6% da população que tinha concluído, no máximo, o ensino básico era pobre, o risco de pobreza foi de apenas 13,5% entre a população que tinha terminado o ensino secundário ou pós-secundário e 5,8% entre a que tinha concluído o ensino superior“, sublinha o INE, que realça que, em relação ao ano anterior, houve um aumento da taxa de pobreza das pessoas que concluíram, no máximo, o ensino básico.

(Notícia atualizada às 11h45)

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