Mais de metade dos portugueses não faz formação. É o 10º pior registo na União Europeia

Portugal está no 18º lugar da tabela europeia no que diz respeito à formação dos adultos. Menos de metade dos portugueses participaram em atividades de educação em 2022, mostram os dados do INE.

Apesar de não faltarem vozes a alertar para a necessidade da formação, os portugueses estão a fazê-lo menos. De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), menos de metade dos adultos em Portugal participaram em, pelo menos, uma atividade de educação (formal ou não) em 2022, valor abaixo do registado em 2016. O país está também abaixo da média comunitária.

“Entre 2016 e 2022, a participação da população residente em Portugal dos 25 aos 64 anos em atividades de educação formal e educação não formal diminuiu 1,9 pontos percentuais, registando um valor de 44,2% em 2022 (46,1% em 2016)”, destaca o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã.

A explicar esta evolução está, sobretudo, o recuo da participação em educação não formal, que passou de 44,4% em 2016 para 41,9% em 2022. Já a participação em educação formal cresceu 1,7 pontos percentuais, de 4% em 2016 para 5,7% em 2022.

De acordo com o gabinete de estatística, entre os homens a participação em atividades de educação foi mais frequente do que entre as mulheres, isto é, a taxa de participação entre eles foi de 45,5% contra 43,0% entre elas.

Já no que diz respeito à comparação europeia, Portugal não sai bem na fotografia. Com a tal taxa de participação de 44,2%, fica abaixo da média comunitária (46,6%), fazendo, assim, parte do grupo de 13 países que não conseguem superar essa fasquia. Pior, entre os Estados-membros, Portugal é o décimo pior país da União Europeia no que diz respeito à formação de adultos.

Em contraste, 14 países que registaram uma taxa de participação acima da média europeia ultrapassaram já a meta estabelecida para 2025 de 47% de participação em atividades de educação formal e/ou não formal. Aliás, quatro destes países — Alemanha, Hungria, Países Baixos e Suécia — ultrapassaram mesmo a meta de 60% estabelecida para 2030 de taxa de participação em educação e formação.

O INE acrescenta que em todos os países da União Europeia, a participação em atividades de educação formal ou não formal aumenta com o nível de escolaridade, e Portugal não é exceção. Por cá, a participação foi mais do dobro entre a população com ensino superior por comparação com a população que completou, no máximo, o terceiro ciclo do ensino básico (68,3% e 27,3%, respetivamente).

Outro dado relevante é que, entre os países europeus, a participação em formação é mais elevada na população empregada. Em Portugal, por exemplo, 50,6% da população empregada participou em atividades de educação formal e/ou não formal, e apenas 29,2% da população desempregada e 17,8% da população inativa participou neste tipo de atividades.

Por outro lado, os dados do gabinete de estatísticas permitem perceber que a maioria das atividades de educação não formal relacionadas com o trabalho foi financiada pela entidade empregadora, registando Portugal (34,1%) um valor ligeiramente acima da média comunitária (33,7%).

(Noticia atualizada às 12h16 com mais informação)

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