Seis em cada dez empréstimos da casa tem risco baixo

Apesar da escalada das taxas de juro, o perfil de risco das famílias que pediram crédito da casa ou transferiram contrato para outro banco melhorou em 2023. Prazo médio dos empréstimos cai três anos.

O perfil de risco das famílias que pediram crédito para comprar casa ou transferiram o seu empréstimo para outro banco melhorou no ano passado, mesmo apesar do aperto provocado pela escalada das taxas de juro, revelou esta segunda-feira o Banco de Portugal.

O banco central fala num “claro crescimento” do peso dos créditos da casa classificados com risco baixo (devedores com uma taxa de esforço inferior ou igual a 50% e rácio loan to value inferior ou igual a 80%): perfizeram 61% das novas operações feitas no ano passado, contra os 49% em 2022.

Por outro lado, as famílias devedoras de risco elevado, que chegaram a representar um terço dos novos contratos em 2018, mantiveram um peso residual de 3% (igual a 2022) nos novos financiamentos concedidos no ano passado.

O Banco de Portugal explicou que a melhoria do perfil de risco dos devedores se deveu “principalmente” ao aumento do peso dos novos empréstimos da casa com um rácio loan to value (financiamento concedido face ao valor da casa) inferior ou igual a 80%, “num contexto de subida das taxas de juro e dos preços da habitação”.

Isto porque a taxa de esforço praticamente não se alterou: o chamado indicador DSTI (I), que mede o esforço das famílias na prestação da casa face aos seus rendimentos, registou uma ligeira subida de 24,2% em 2022 para 26,4% no ano passado. Isto significa que, em termos médios, 26,4% dos rendimentos de uma família são destinados para pagar o empréstimo da casa ao banco.

Em 2023, os bancos financiaram as famílias com cerca de dez mil milhões de euros para a aquisição de casa, correspondendo a uma descida de 24% face a 2022 em face da menor procura devido ao aumento das taxas de juro. Muitas destas operações corresponderam a renegociações dos contratos, e não propriamente a novo crédito concedido pelos bancos.

Prazo médio baixa quase 3 anos desde 2018

O Banco de Portugal adiantou ainda que a maturidade média das novas operações de crédito à habitação baixou para 30,6 anos em 2023, baixando face aos 30,7 anos registados em 2022 e traduzindo uma redução de 2,8 anos desde julho de 2018, quando entrou em vigor a medida que limita os prazos máximos de um empréstimo da casa.

“Observou-se um cumprimento quase generalizado por parte das instituições no que diz respeito à manutenção da maturidade média dos novos contratos de crédito à habitação em 30 anos”, referiu o regulador bancário.

Desde janeiro de 2021, quando a maturidade média atingiu um máximo de 33,7 anos, que se mantém uma trajetória de redução do prazo médio dos empréstimos da casa que se situa, ainda assim, ligeiramente acima da recomendação do Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 17h21)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Seis em cada dez empréstimos da casa tem risco baixo

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião