Ministro da Defesa italiano contesta posição de Macron sobre envio de tropas
"Não sei que benefício trará nesta fase tão difícil, em que são necessárias análise, racionalidade e diplomacia”, afirmou Guido Crosetto.
O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, contestou o “passo em frente” do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o envio de tropas para a Ucrânia, numa entrevista publicada hoje no diário Il Messaggero. “Não sei que benefício trará nesta fase tão difícil, em que são necessárias análise, racionalidade e diplomacia”, afirmou Crosetto, que voltou a discordar da proposta lançada por Macron há alguns meses.
O ministro defendeu a necessidade de continuar com as atuais medidas de apoio à Ucrânia, por ser a melhor forma de reafirmar o direito internacional e “a forma mais racional de evitar uma guerra mundial”.
“Este é um momento sem precedentes semelhantes na história recente. Se tivermos de procurar exemplos que se assemelhem a este, houve resultados dramáticos, duas guerras mundiais”, argumentou. Para Crosetto, as declarações de Macron mostram que “a Europa não tem voz” em determinadas questões” em contraste com a união em relação à moeda única e “algumas questões burocráticas”.
“Não existe uma Europa política (…) em questões fundamentais e estratégicas, a Europa não é mais do que uma soma de vontades. Por vezes convergentes e muitas vezes divergentes”, afirmou o dirigente, do mesmo partido da primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, o Irmãos de Itália.
Sobre o momento atual da guerra, Crosetto espera que a “Rússia não vá além dos disparates que tem feito nos últimos dois anos” e alertou para o resultado “dramático” na Europa se o Presidente russo, Vladimir Putin, assumir o controlo de Kiev. “A chegada das antigas tropas soviéticas a Kiev seria um elemento absolutamente desestabilizador para a Europa e para o mundo. Levaria inevitavelmente a um confronto com outros países, que não aceitariam tanques russos na fronteira”, considerou.
Crosetto também não afastou a possibilidade colocada de a Rússia continuar a invadir países, como os bálticos ou a Polónia, referindo que “ninguém garante que isto vai parar”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Ministro da Defesa italiano contesta posição de Macron sobre envio de tropas
{{ noCommentsLabel }}