Montenegro quer tornar Portugal num “contribuinte líquido” da UE

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

“Precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição”, defende também o primeiro-ministro, fazendo a autocrítica de que país não os aproveitou “suficientemente”.

O primeiro-ministro assumiu esta quinta-feira como “objetivo nacional” que Portugal deixe de ser país da coesão e passe a contribuinte líquido da União Europeia (UE), defendendo que só com autocrítica e um investimento criterioso dos fundos pode chegar ao “pelotão da frente”.

Luís Montenegro abriu esta quinta-feira a conferência “Europa, que futuro?”, que integra o ciclo de “Conferências da RTP/Sociedade Civil”, que decorre no Centro Cultural de Belém, e assinala o Dia da Europa.

Na sua intervenção, Montenegro recordou que quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia o seu PIB per capita era de 58% da média europeia e hoje é de 75%, salientando, contudo, que a maior aproximação foi feita até ao ano 2000, quando chegou aos 71%.

“O que quer dizer que o ritmo nos primeiros 15 anos foi de brutal aproximação e o ritmo dos 20/25 [anos] seguintes foi praticamente de estagnação”, referiu.

O primeiro-ministro defendeu que o país “não pode eternizar esta trajetória” e tem de “mesmo de estar na linha da frente”. “Temos mesmo de fixar como objetivo nacional deixarmos de ser um país da coesão, temos de ter como ambição para Portugal sermos um contribuinte líquido da União Europeia e estarmos solidários com aqueles que chegam de novo“, defendeu.

Caso contrário, alertou, Portugal vai eternizar “uma situação de dependência”, e estar “sempre à espera de uma ajuda”. “Para isso precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição. Temos de fazer essa autocrítica: não aproveitámos suficientemente, devíamos ter hoje melhores resultados face aos apoios que tivemos nos últimos anos“, disse.

Montenegro defendeu que o país tem de olhar com esse “espírito de autocrítica” para a execução dos fundos comunitários do PRR e do PT2030. “Um país que invista de forma estratégica e não a pensar no efeito imediato como por vezes acontece, em que temos de gastar o dinheiro se não vamos perdê-lo: esta não é mentalidade de quem quer estar no pelotão da frente“, referiu, retomando uma expressão muito usado pelo antigo primeiro-ministro e Presidente da República Cavaco Silva.

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