“PS já não tem sonho europeu”, acusa Carlos Moedas

O mandatário da Aliança Democrática considera que o "sonho" do PS na Europa ficou diluído, acusando os socialistas de se "deixarem comprar pela extrema esquerda" no Parlamento Europeu.

Carlos Moedas afirmou que o PS “já não tem sonho europeu”, acusando os socialistas de se terem deixado comprar “pela extrema esquerda” na União Europa. Durante a apresentação do programa eleitoral da AD às eleições europeias, esta quinta-feira, em Lisboa, o Presidente da Câmara de Lisboa, e mandatário da Aliança Democrática (AD) às eleições europeias, considerou que os socialistas “são mais do mesmo na Europa” e acusou os partidos de “extremos” – como o Chega, Bloco de Esquerda e PCP – de quererem “destruir o sistema”.

“O PS já não tem sonho europeu. É mais do mesmo na Europa. Deixou-se comprar pela extrema-esquerda que diluiu o sonho do PS. Esse sonho já não existe”, afirmou Carlos Moedas durante a sua intervenção. Presentes no CCB, estiveram os restantes candidatos da AD às eleições, mas também o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, Nuno Melo, ministro da Defesa e líder do CDS, e Gonçalo da Câmara Pereira, líder do PPM.

Considerando que a defesa e as políticas de imigração são, também, prioridades na Europa, Carlos Moedas acusou ainda o partido liderado por Pedro Nuno Santos de “criar um país sem políticas dignas de imigração”, recordando que o Partido Popular Europeu (família política do PSD no Parlamento Europeu) foi “quem deu os primeiros passos nessas políticas”.

Mas a intervenção de Carlos Moedas não se resumiu a atirar farpas ao PS. “A missão de hoje é não deixar a Europa morreu“, apelou durante o seu discurso.

“Mandatário com experiência”, o autarca recordou ter vestido o mesmo fato, em 2019, altura em que Paulo Rangel (agora ministro dos Negócios Estrangeiros) foi cabeça de lista do PSD naquelas eleições eleições. Este ano, Moedas regressa ao fato de mandatário, mas em apoio de Sebastião Bugalho, alguém que o presidente da Câmara de Lisboa ser “jovem de mais”. “Também achavam que eu era novo de mais para ser comissário”, respondeu.

Ao invés disso, defende o autarca, Bugalho representa o “sonho europeu”, “a sociedade civil, abertura e a capacidade de um partido ir buscar alguém à sociedade civil” para encabeçar a lista do partido às eleições. “Foi uma grande escolha ter aqui o Sebastião”, afirmou Carlos Moedas.

“Nem mais pobre, nem mais isolada”. Bugalho quer Europa do futuro

O cabeça de lista da AD às eleições europeias assume-se como a “voz” do partido que quer fazer parte de uma mudança na União Europeia.

Durante o seu discurso na apresentação do programa eleitoral, Sebastião Bugalho, que encabeça a candidatura da coligação que junta o PSD, CDS e PPM às eleições europeias de 9 de junho, comprometeu-se “com as transições para o futuro”, como a digital e a climática, mas diz que assume a missão focado em proteger a União Europeia, primeiro.

A nossa candidatura compromete-se com transições para o futuro mas não deixará a Europa desprotegida, nem mais pobre, nem mais isolada em nome de nenhum ideal“, afirmou o representante da coligação durante o seu discurso, esta quinta-feira. “Queremos fazer a transição verde em Portugal e proteger a atividade económica e os portugueses ao lado da transição, apesar da transição e não contra a transição”, argumentou.

Num discurso que se prolongou durante 30 minutos, Sebastião Bugalho abordou quatro pontos essenciais, começando pela imigração. Embora tenha aplaudido a aprovação do pacto europeu de Migração e Asilo – que aconteceu após anos de impasse no Parlamento Europeu –, o jovem candidato promete ser mais ambicioso.

“Queremos mais”, disse, referindo a título de exemplo um reforço dos mecanismos de imigração legal “na certeza de que é essa a única forma de garantir que a imigração que é ilegal ‒ e as suas redes de tráfico ‒ não triunfam”.

Depois, partindo para a defesa, o cabeça de lista prometeu lutar por uma Europa promotora de paz “num mundo em guerra”, defendendo um “aumento das capacidades de financiamento do Orçamento Europeu” e um “alargamento da força operacional rápida europeia” para um “mecanismo” que passe a incluir médicos e enfermeiros militares.

Quanto à habitação, Bugalho promete que a AD olhará para a questão com “realismo, bom senso e vontade” a pensar não só nos jovens, mas em todas as classes que estão a ser penalizadas pela crise, embora reconheça que o tema “é uma competência nacional dos Estados”.

Ainda assim, promete que a AD, juntamente com o PPE no Parlamento Europeu, irão defender a inclusão da habitação na carta de direitos fundamentais da União Europeia. “Vamos universalizar este direito”, afirmou durante o seu discurso, defendendo a necessidade de projetos-piloto ou mecanismos para “animar o mercado”.

Por fim, e focando-se nos mais velhos, Bugalho defende a criação de um cartão único europeu, o Plus 65, um cartão que permitirá um “acesso rápido e privilegiado a serviços públicos”. “Connosco, aqueles que cuidaram de nós estarão sempre em primeiro lugar”, sublinhou.

A fechar o discurso, Sebastião Bugalho diz que hoje a Europa “vai da apanha da azeitona a alguém que quer agarrar a oportunidade e que vai de nunca desistir a querer sempre mais”, e que se for eleito nas eleições a 9 de junho, irá defender um “sonho entre regiões, idades e história de vida”.

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