Ensino superior privado formou meio milhão de portugueses em 25 anos

Instituições do ensino superior privado entendem que internacionalização deve ser um dos seus "desígnios primordiais" dos próximos anos, face à redução da população jovem portuguesa.

Meio milhão de portugueses fizeram a sua formação superior em instituições privadas, nos últimos 25 anos. O número é destacado pela Associação de Ensino Superior Privado (APESP), que sublinha que essas instituições já abrangem cerca de um quarto do total de alunos deste nível de ensino.

“Este setor, que representa cerca de 20% do total de alunos neste nível de ensino, está agora focado em responder aos desafios do futuro“, atira a associação, que identifica a internacionalização como um dos “desígnios primordiais” para a sustentabilidade do ensino superior em Portugal.

Isto tendo em conta a tendência de diminuição de população jovem portuguesa, estimando o presidente da APESP, António Almeida Dias, que a partir de 2030 haverá cada vez mais lugares nas universidades por ocupar por falta de estudantes. “Temos de olhar para a internacionalização como uma oportunidade de crescermos de forma sustentada“, insiste o responsável.

António Almeida Dias, convém explicar, acaba de ser reeleito para essa função. Tomou posse, assim como os restantes órgãos sociais da associação em causa (que representa 37 instituições do ensino superior privado e cooperativo) no arranque desta semana.

Ora, além da internacionalização, a nova direção da APESP realça como um dos objetivos para os próximos anos (em particular, para o próximo triénio) “a existência de maior rigor e respeito pela diversidade de projetos educativos na avaliação das instituições de ensino superior e dos ciclos de estudos, bem como o fim de quotas e restrições sem sentido na fixação de vagas”. “Existem muitos alunos estrangeiros que querem vir estudar e não tem sentido reduzirmos as vagas em resposta ao interesse corporativo. Já não formamos pessoas apenas para o mercado nacional”, referiu António Almeida Dias.

O responsável defendeu ainda que a avaliação da atividade de I&D “tem de ser pensada de outro modo, separando-a dos programas plurianuais de financiamento”, e não pode continuar a existir “discriminação no reconhecimento de graus estrangeiros pelo ensino privado”. “Se podemos conferir graus, também podemos reconhecê-los”, sublinhou.

Dois outros pontos “essenciais” para a APESP são o regime de contratação e carreira docente e de investigação e a revisão do regime jurídico das instituições de ensino superior, assinalou o mesmo responsável, que deixou, assim, o “caderno de encargos” do ensino superior privado ao ministro da Educação, Fernando Alexandre, que participou na referida cerimónia de tomada de posse.

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