Quem tem experiência internacional durante o ensino superior tende a conseguir salários melhores
Estudo revela que experiência internacional durante ensino superior dá acesso a melhores salários, mas alerta que persiste desigualdade entre elas e eles, a nível remuneratório.
Quem tem uma experiência internacional durante a formação superior tende a conseguir salários mais robustos, quando chega ao mercado de trabalho. Esta é uma das conclusões do inquérito feito a 35 mil diplomados portugueses pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, em colaboração com o Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior.
“Verifica-se que há uma associação positiva entre a experiência internacional adquirida no âmbito do programa de estudos e os salários dos diplomados“, explica o Ministério do Ensino Superior, numa nota em que revela os principais resultados desse estudo.
Por outro lado, os diplomados com níveis mais elevados de qualificações superiores são “mais propensos” à mobilidade internacional, após se diplomarem, frisa o Governo.
Já quanto à situação dos diplomados no mercado de trabalho português, o inquérito indica que quem tem níveis mais elevados de qualificações tende a beneficiar de melhores condições salariais.
Em concreto, os licenciados ganham 18% a 25% mais do que os diplomados de programas de ensino superior de ciclo curto. E entre os mestres, o prémio é ainda mais superior: ganham mais 46% a 50% do que os referidos diplomados.
Além disso, conclui-se, sem surpresa, que os salários dos diplomados com cinco anos no mercado de trabalho são “sistematicamente” mais elevados do que os que concluíram a sua formação há um ano.
Mas persistem diferenças salariais significativas entre as diplomadas e os diplomados. Os diplomados do sexo masculino ganham, em média, mais 19% a 23% do que as diplomadas do sexo feminino.
Além disso, eles tendem a registar níveis de emprego mais elevados do que elas, bem como níveis de desemprego mais baixo, contratos com maior estabilidade, níveis de satisfação profissionais mais elevados e níveis superiores de alinhamento entre a formação superior e o emprego.
O combate à desigualdade de género não é recente, mas o fosso entre as trabalhadoras e os trabalhadores (nomeadamente, salarial e de oportunidades de emprego) persiste em Portugal e no mundo, de acordo com as estatísticas.
Que áreas de estudo dão acesso a melhores empregos?
Quanto à empregabilidade dos diplomados portugueses, o inquérito cujos resultados são apresentados esta sexta-feira dá conta de que esta tende a “crescer de forma significativa com idade dos diplomados, independentemente de se terem diplomado recentemente (2020/2021) ou há mais tempo (2016/2017)”. E o mesmo se passa com a incidência de vínculos permanentes, em detrimento de contratos a prazo.
Ou seja, idades menos jovens são sinónimo de maior empregabilidade e maior estabilidade no mercado de trabalho.
O inquérito deixa ainda perceber em que áreas a empregabilidade e os salários são mais favoráveis. Ora, são os cursos de ciências empresariais, administração e direito, TIC e engenharia, indústrias transformadoras e construção, e saúde os que proporcionam “níveis mais elevados de emprego, menores riscos de desemprego, salários e satisfação profissional mais elevados, contratos mais estáveis e maior probabilidade de alinhamento entre a formação superior e o emprego“.
Já quanto ao nível de satisfação dos diplomados com a sua situação profissional, salienta-se que, em geral, “é elevado“. “Numa escala de um a cinco, em que um significa muito insatisfeito com a profissão e cinco representa muito satisfeito, o nível médio de satisfação dos diplomados é de 3,7, independentemente do ano letivo em que se diplomaram. Assim sendo, os níveis de satisfação dos diplomados relativamente aos seus estudos e à sua situação profissional encontram-se bem alinhados“, realça o Governo.
Este inquérito enquadra-se numa iniciativa lançada pela Comissão com vista à criação de mecanismos de acompanhamento de diplomados do ensino superior comparáveis entre os diferentes países.
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