Há mais empresas a dar formação contínua aos trabalhadores
Cerca de 17% das empresas deram formação contínua aos seus trabalhadores. Ações foram asseguradas principalmente no horário laboral e com o empregador como formador. Custo médio subiu para 394 euros.
Mais empresas estão a garantir formação contínua aos seus trabalhadores. De acordo com os dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, foram quase 46 mil os empregadores que dinamizaram ações de formação ao longo de 2022, mais seis mil do que no ano anterior.
Das cerca de 267 mil empresas que tinham trabalhadores por conta de outrem em Portugal em 2022, 45.741 asseguraram formação contínua aos respetivos recursos humanos. Ou seja, cerca de 17,3% das empresas, fatia que compara com os 15,7% registados em 2021 e 8,7% verificados em 2020. Aliás, desde 2018 que a percentagem de empresas a assegurar formação não era tão elevada.
Mas o cenário não é o mesmo em todos os setores de atividade ou em todas as tipologias de empresa. Se entre aquelas que têm um a nove trabalhadores só 11,5% garantiram o direito à formação, entre as que têm 500 ou mais trabalhadores 90,4% asseguraram ações nesse sentido. E se entre as empresas do alojamento e restauração só 11% deram formação aos trabalhadores, entre as da eletricidade, água e gás, 45,1% dinamizaram atividades educativas.
No total, ao longo de 2022, 1,2 dos três milhões de trabalhadores por conta de outrem existentes em Portugal receberam formação, sendo que a duração média foi de 33,6 horas. Também nesse ponto houve uma melhoria face aos últimos anos: 32,6 horas em 2021 e 29,4 em 2020.
Outro dado relevante é que a maioria das formações foi dada em horário laboral, por iniciativa da empresa e tendo o próprio empregador como formador. Só 27,8% das ações foram dadas por empresas externas que se dedicam às atividades educativas, revelam os dados do GEP.
Já por área de educação e formação, destacam-se a das “ciências sociais, comércio e direito” e a dos “serviços”, onde mais ações de formação existiram.
Quanto aos custos, em média, os empregadores gastaram 393,9 euros com formação por cada trabalhador, acima dos 353,6 euros investidos em 2021 e dos 372,8 euros separados em 2020 para este fim. Mesmo face ao período pré-pandemia houve uma recuperação: os custos com formação registados em 2022 são superiores em 11,4% aos de 2019.
De notar que a formação contínua é um direito dos trabalhadores. Diz o Código do Trabalho que o “trabalhador tem direito, em cada ano, a um número mínimo de 40 horas de formação contínua ou, sendo contratado a termo por período igual ou superior a três meses, a um número mínimo de horas proporcional à duração do contrato nesse ano”.
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