Macron dramatiza discurso e diz que propostas dos “extremistas” conduzem “à guerra civil”

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

"A resposta da extrema-direita, porque faz referência a pessoas ou a uma religião ou origem, divide e empurra para a guerra civil", advertiu o chefe de Estado francês.

Os programas dos “dois extremos” da política estão a conduzir “à guerra civil”, afirmou o Presidente francês, Emmanuel Macron, num podcast difundido esta segunda-feira, em que criticou a União Nacional e a França Insubmissa, bem como os respetivos apoiantes.

[Quando se trata de insegurança] a resposta da extrema-direita, porque faz referência a pessoas ou a uma religião ou origem, divide e empurra para a guerra civil”, advertiu o chefe de Estado francês no podcast “Génération Do It Yourself” (“Geração Faça Você Mesmo”, numa tradução livre).

Por outro lado, a França Insubmissa propõe “uma forma de comunitarismo (…) que também conduz à guerra civil”, prosseguiu Macron, a menos de uma semana da primeira volta das eleições legislativas antecipadas, marcada para domingo, 30 de junho. “Mas é também a guerra civil que está por detrás [da França Insubmissa], porque, antes de mais, remete as pessoas exclusivamente para a sua filiação religiosa ou comunitária”, acrescentou.

E argumentou: “Penso que isso é um perigo e é por isso que penso que tanto a União Nacional [extrema-direita] como a França Insubmissa [extrema-esquerda] estão a responder a problemas reais (…) a raiva real, a angústia real, a angústia da pessoa que diz ‘não estamos a responder ao meu problema de segurança’, a pessoa que diz ‘não sou reconhecido e protegido porque sou muçulmano'”.

Mas, na opinião de Macron, os dois partidos “estão a responder mal” a estes problemas, “aumentando os conflitos e a guerra civil”.

“Penso que a resposta está numa maior eficácia, mas dentro da República. Quando as pessoas estão fartas de tudo, quando a vida é difícil no dia-a-dia, podem ser tentadas por extremos que oferecem soluções mais rápidas. Mas a solução nunca estará na rejeição dos outros”, insistiu Macron.

“Em relação àqueles que são tentados pelos dois extremos, o que temos de fazer nos próximos dois ou três anos é dizer ‘temos de ser muito mais firmes, muito mais fortes onde quer que a República falhe na segurança e na impunidade'”, acrescentou. Emmanuel Macron disse ainda querer ser “muito mais firme, muito mais efetivo” em matérias nas quais “a República não conseguir proporcionar igualdade de oportunidades”.

A derrota do partido presidencial Renascimento e a esmagadora vitória da União Nacional, que mantém presente a figura de Marine Le Pen, nas eleições europeias de 9 de junho causou um “terramoto político” em França, ao qual o Presidente francês, Emmanuel Macron, reagiu dissolvendo a Assembleia Nacional e convocando eleições legislativas antecipadas. As legislativas francesas vão decorrer em duas voltas: 30 de junho e 7 de julho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aberto concurso para concessão do Palácio Hotel do Bussaco no programa Revive

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

A concessão do hotel por um período de 50 anos, prevê um pagamento mínimo de renda anual de 51.355 euros e o investimento privado de, “no mínimo, 12 ou 13 milhões de euros".

O concurso para a concessão por 50 anos do Palácio Hotel do Bussaco foi aberto esta segunda-feira, prevendo um pagamento mínimo de cerca de 50 mil euros anuais, numa requalificação que deverá custar, pelo menos, 12 milhões de euros. O concurso público internacional para a concessão do Palácio Hotel do Bussaco, no concelho da Mealhada, foi lançado no âmbito do Revive, programa que visa a recuperação de património do Estado e o seu aproveitamento turístico.

O concurso, lançado numa cerimónia que decorreu na Mata Nacional do Bussaco, prevê a concessão do hotel por um período de 50 anos, tendo um pagamento mínimo de renda anual de 51.355 euros, disse à agência Lusa o presidente da Câmara da Mealhada, António Jorge Franco. Segundo o autarca, o principal edifício carece de obras profundas, perspetivando-se que o investimento do privado que ganhar o concurso seja de, “no mínimo, 12 ou 13 milhões de euros”.

O presidente da Câmara da Mealhada recordou que este é um processo com “muitos anos”, já que a atual concessão “expirou em 2001” e sobrevive, através de “contratos precários”. Quando era presidente da Fundação Mata do Bussaco, em 2010, António Jorge Franco procurou avançar com uma nova concessão do hotel, cuja proposta acabou por cair, “por uma decisão política legítima que considerava que aquele modelo não seria a melhor opção”.

Bussaco Palace HotelWikimedia Commons

“Aparecendo o Revive, faria todo o sentido o programa ser a solução. Felizmente, conseguiu-se colocar no Revive este processo”, vincou, referindo que houve um trabalho estreito entre todas as entidades envolvidas, quer locais quer da administração central. António Jorge Franco recordou que serão necessárias obras para garantir que o hotel permaneça com a classificação de cinco estrelas, esperando que o investimento privado mantenha ou até aumente o número de quartos disponíveis (cerca de 60).

O processo inclui edifícios adjacentes, como o Chalet de Santa Teresa, que poderão ser aproveitados para a capacidade hoteleira ou para outro tipo de usos, aclarou. Para o autarca, a inclusão do Palácio Hotel do Bussaco no Revive vai permitir “defender e recuperar o património e pô-lo ao serviço”. A Câmara da Mealhada espera que entre o final de 2025 e início de 2026 as obras possam a arrancar, num processo cujo concurso público ficará aberto até outubro deste ano.

O município aproveitou também a cerimónia, com a presença de membros do Governo, para dar nota de que a Câmara da Mealhada está disponível para acompanhar o Estado em investimentos na Mata, “para continuar a requalificar e a valorizar aquele património local”, referiu a autarquia, em nota de imprensa.

O Palácio Hotel do Bussaco, projetado no último quartel do século XIX pelo arquiteto italiano Luigi Manini, localiza-se na Mata Nacional do Bussaco, na freguesia do Luso, concelho da Mealhada (distrito de Aveiro).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

UE aprova entrega a Kiev de 1.400 milhões de euros de lucros de bens russos congelados

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

"Os primeiros 1.400 milhões de euros vão estar disponíveis já em julho e estão previstos "mais mil milhões de euros até ao final do ano", acrescentou o chefe da diplomacia europeia.

Os países da União Europeia (UE) chegaram esta segunda-feira a acordo sobre a disponibilização à Ucrânia de 1.400 milhões de euros, no próximo mês, provenientes dos rendimentos de ativos financeiros russos congelados, anunciou o chefe da diplomacia europeia.

Os ministros [dos Negócios Estrangeiros] chegaram hoje a um acordo sobre um quadro para a utilização dos lucros inesperados de bens russos imobilizados [em território europeu] e a sua alocação ao Mecanismo Europeu de Apoio à Paz [MEAP]”, disse Josep Borrell, em conferência de imprensa no final de uma reunião no Luxemburgo.

Os primeiros 1.400 milhões de euros vão estar disponíveis já em julho e estão previstos “mais mil milhões de euros até ao final do ano”, acrescentou. Este dinheiro vai ser utilizado para o fornecimento de munições e armamento para ajudar a Ucrânia a debelar a invasão russa, que dura há quase dois anos e meio.

O alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança revelou que estes lucros inesperados são para utilização “o mais rápido possível” e “para benefício da Ucrânia”.

Mas “ainda há um país que está a bloquear a utilização de 6.000 milhões de euros”, referiu, aludindo à oposição da Hungria: “Como não quis participar […], também não participa na decisão de como utilizar o dinheiro”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo desdramatiza défice e confia em “contas equilibradas e até em superávite”

Apesar do saldo negativo do primeiro trimestre, o Presidente da República cita as previsões da UE para indicar que "a situação final será equilibrada e até favorável como no ano anterior".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desdramatizou o défice de 0,2% do PIB que as contas nacionais registaram no primeiro trimestre e acredita em “contas equilibradas e até em superavit“, no final do ano, tal como apontam diversas instituições internacionais, afirmou esta segunda-feira.

“Temos tradicionalmente, nesta altura do ano, uma situação que não tem a ver com a situação final e aquilo que a União Europeia diz, e as previsões de todas as instituições internacionais dizem, é que Portugal vai ter, no fim do ano, umas contas equilibradas e poderá até ter um superavit, defendeu o Chefe do Estado.

Marcelo considera natural um défice no primeiro trimestre. Aliás, é essa a tendência das contas nacionais nos últimos anos, com raras exceções, como a do ano passado, quando as administrações públicas alcançaram um excedente de 1,1% logo nos primeiros três meses do ano.

“No meio do percurso, porque os impostos recebidos não são iguais ao longo do ano, as despesas não são igualmente iguais ao longo do ano, há momentos que não são os da situação final”, explicou.

Por isso, e apesar do saldo negativo do primeiro trimestre, o Presidente da República acredita num cenário mais favorável para Portugal: “Tudo indica, são os números que vêm da Europa, que a situação final será equilibrada e até favorável como no ano anterior”.

De lembrar que, em 2023, e ainda sob a gestão do anterior ministro das Finanças, Fernando Medina, do Governo de maioria absoluta do PS, o Estado registou um excedente histórico de 1,2% do PIB em contabilidade nacional, que é o que conta para Bruxelas.

(Notícia atualizada às 18h36)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jovens podem corrigir declaração e aproveitar IRS Jovem após mestrado

Licenciados até 26 anos já a trabalhar e que concluam novo ciclo de estudos este ano podem adiar o início do benefício para 2025, alcançando maior isenção do imposto sobre rendimentos.

Jovens licenciados até aos 26 anos que já estejam a trabalhar e que concluam o mestrado este ano podem começar a beneficiar do IRS Jovem só a partir de 2025, alcançando assim uma isenção maior do imposto, que vai subir de 50% para 100%, numa primeira fase, segundo uma informação vinculativa publicada esta segunda-feira pela Autoridade Tributária (AT).

Caso já tenham optado por aquele regime na declaração de IRS que submeteram este ano, cuja campanha está a decorrer até domingo (30 de junho), estes contribuintes devem então entregar um novo formulário, indicando que pretendem ser abrangidos pelo regime geral do imposto, uma vez que só é possível beneficiar da medida uma única vez. Ou seja, se arrancasse com o regime este ano, no próximo já estariam no segundo ano da medida, não podendo recomeçar do zero.

“Assim, à questão colocada pela requerente ‘Não optando pelo regime do IRS Jovem relativamente aos rendimentos obtidos no ano de 2023 e continuando a obter rendimentos de categoria A [trabalho dependente ou por conta de outrem] nos anos seguintes, pode beneficiar desse regime após o ano de conclusão do mestrado que será em 2024?’, a resposta é afirmativa“, conclui o Fisco.

Uma vez “que só se pode beneficiar do IRS Jovem uma vez por sujeito passivo, a requerente ao ter feito a opção pelo regime na declaração modelo 3 de IRS do exercício de 2023, depois da conclusão de um ciclo de estudos relevante (a licenciatura), não pode posteriormente (com a conclusão do mestrado) usufruir novamente do IRS jovem“, lê-se na ficha doutrinária.

Por isso, caso a contribuinte “pretenda usufruir do IRS Jovem com a conclusão do mestrado, poderá alterar a declaração modelo 3 de IRS apresentada para o ano de 2023 e retirar a opção pelo regime fiscal do artigo 12º-B do CIRS“, determina a AT. Esta jovem trabalhadora terá então de apresentar uma nova declaração, anulando a anterior, uma vez que ainda está a decorrer o prazo, que termina dia 30, para o cumprimento da obrigação fiscal.

“A AT recalculará depois o imposto a cobrar ou o reembolso a pagar sem custo para o contribuinte. Caso haja lugar a um reembolso menor, o contribuinte terá de devolver o que recebeu a mais“, esclareceu ao ECO o fiscalista Luís Nascimento, da consultora Ilya. “Depois de 1 de julho, o jovem trabalhador poderá entregar uma declaração de substituição”, ressalva.

Regime garante isenção a 100% a partir de 2025

Feita a correção, o trabalhador poderá começar a gozar do regime a partir de 2025, ano em que a isenção do imposto sobe de 50% para 100% até ao limite de 20.370,4 euros anuais, o que corresponde a 40 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que está nos 509,26 euros. Se o contribuinte fosse abrangido já este ano pela medida, o benefício só ia até 50% até a um máximo de 6005,37 euros ou 12 IAS, que, em 2023, estava em 480,43 euros.

Nos exercícios seguintes, o regime também é mais favorável face ao atualmente em vigor. Assim, a isenção vai subir de 40% para 75%, no segundo ano, de 30% para 50% nos terceiro e quarto anos, e de 20% para 25%, no quinto e último ano. Mas há sempre tetos que têm de ser respeitados e que, de igual forma, serão alargados, de 4804,30 para 15.277,8 euros, no segundo ano, de 3603,23 para 10.185,2 euros, nos terceiro e quarto anos, e de 2402,15 para 5.092,6 euros, no quinto.

“No caso em apreço, não optando a requerente pelo regime do IRS jovem relativamente aos rendimentos obtidos no ano de 2023 (primeiro ano de obtenção de rendimentos na qualidade de sujeito passivo, após a conclusão da licenciatura em 2022), pode beneficiar desse regime no primeiro ano de obtenção de rendimentos na qualidade de sujeito passivo, após a conclusão do mestrado (a ocorrer em 2024)”, reforça a AT.

O Fisco esclareceu que, “não tendo o legislador definido que o regime do IRS Jovem se aplica obrigatoriamente ao primeiro ciclo de estudos elegível concluído, mas antes referido a conclusão de ‘um ciclo de estudos’, significa que podem os contribuintes optar por este regime utilizando o ciclo de estudos que entenderem, mas desde que verifiquem os demais requisitos legais”.

A Autoridade Tributária lembra que “o regime intitulado de IRS Jovem consiste numa isenção parcial de IRS sobre rendimentos de trabalho dependente (categoria A) e profissional ou empresarial (categoria B), auferidos por jovens, cujo primeiro ano de obtenção seja o ano de 2022 ou posterior”. “Regime que podem usufruir por um período de cinco anos”, acrescenta.

Para além disso, e para que possam ser elegíveis, os jovens trabalhadores devem ter entre 18 e 26 anos, no caso de terem concluído uma licenciatura, ou até 30 anos, inclusive, caso tenham um doutoramento, e não podem ser considerados dependentes de um agregado familiar.

O limite de idade apenas “tem que se verificar no primeiro ano da obtenção dos rendimentos após o ano da conclusão do ciclo de estudos relevante, podendo a opção pelo regime ser efetuada em qualquer dos cinco anos elegíveis, sendo, contudo, percentagem de isenção e limite aplicados, os que corresponderem ao ano do benefício em causa”, de acordo com a AT.

Por isso, noutra informação vinculativa, o Fisco indica que um jovem licenciado que tenha completado 27 anos durante o ano de 2023, e sendo este o primeiro ano de obtenção de rendimentos após a conclusão do ciclo de estudo (licenciatura) na qualidade de sujeito passivo, não é elegível para beneficiar do regime do IRS Jovem no ano de 2023“, uma vez que ultrapassa a idade limite de 26 anos.

A Autoridade Tributária recorda ainda que o benefício pode “ser exercido em cinco anos seguidos ou interpolados, mas a idade máxima para usufruir do mesmo não pode ultrapassar os 35 anos, inclusive”.

De recordar que o Governo aprovou uma proposta de autorização legislativa, já entregue na Assembleia da República, que visa alterar o atual regime do IRS Jovem. Em vez de isenções fiscais durante cinco anos seguidos ou interpolados, o Executivo de Luís Montenegro defende taxas máximas até 15%, alargando o benefício de cinco para 19 anos, desde que o trabalhador não ultrapasse os 35 anos de idade. Por outro lado, cai a obrigação de ter pelo menos uma licenciatura ou a idade mínima de 18 anos. Assim, um jovem com o 9.º ou 12.º anos, tendo 16 anos de idade, pode começar logo a usufruir do regime.

Resta saber se esta autorização legislativa passa pelo crivo do Parlamento, tendo em conta que a a AD, constituída pelo PSD e CDS, não tem uma maioria no hemiciclo. Ou seja, a coligação que sustenta o Governo vai precisar sempre ou dos votos do Chega ou do PS para que a medida seja aprovada.

De recordar que, no âmbito da proposta do Governo para a alteração do IRS, o PS e o Chega uniram-se em coligação negativa a aprovaram antes um projeto dos socialistas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desafios do futuro exigem consensos no parlamento, diz Aguiar-Branco

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

"Temas que na sociedade são consensuais não devem no parlamento ser foco de divisões mais ou menos artificiais. Nem devem ficar bloqueados por falta de diálogo", disse ainda Aguiar-Branco.

O presidente da Assembleia da República considerou esta segunda-feira que os principais desafios exigem consensos e não divisões artificiais no parlamento, num discurso em que salientou que a sua missão será garantir o princípio da liberdade de expressão.

Estas posições foram transmitidas por José Pedro Aguiar-Branco no discurso de encerramento de uma conferência internacional, intitulada “Proteção de Dados Pessoais: que futuro estamos a construir?” – iniciativa promovida pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).

Na sua intervenção, o presidente do parlamento assinalou que o mundo digital “parece cada vez mais vasto, complexo e rico de oportunidades para a cultura, para a democratização do conhecimento, para a economia, para o diálogo social e para a participação cívica”.

“Mas também esconde novos desafios e novas encruzilhadas. Para enfrentar o futuro, precisamos novamente de gerar consensos. Temas que na sociedade são consensuais não devem no parlamento ser foco de divisões mais ou menos artificiais. Nem devem ficar bloqueados por falta de diálogo”, frisou.

Sobre a questão do ciberespaço, em concreto, José Pedro Aguiar-Branco apontou que em Espanha se discute um pacto de Estado para proteger as crianças no uso dos meios digitais e que em França o Governo encomendou um relatório sobre o impacto do computador e do telemóvel na infância.

“Em Portugal, o primeiro contacto com a pornografia acontece, em média, aos onze anos. É cedo, demasiado cedo. Da mesma forma, a discriminação e a desigualdade nos meios digitais. Se há algum dado que todos os estudos revelam é que as famílias mais carenciadas são também as que têm menos literacia digital”, advertiu. Para o presidente da Assembleia da República, as redes sociais “oferecem novas formas de socialização e de relação, novas oportunidades de diálogo e de organização política e social”.

“As redes podem ser o lugar onde os eleitos e os eleitores se reaproximam. Podem ser o palco onde as instituições recuperam importância e medem o pulso à sociedade. Mas podem ser também um campo aberto à desinformação e ao radicalismo, para o acicatar das fraturas sociais e das incompreensões mútuas, para o colapso de todas as mediações e para a fragmentação social. Também aqui, é preciso uma reflexão de fundo, concertada, dialogada, atenta aos sinais do mundo”, completou.

Numa primeira nota de improviso, José Pedro Aguiar-Branco citou o histórico advogado social-democrata Miguel Veiga, que faleceu em novembro 2016, que dizia que “a democracia é de uma extraordinária fragilidade”.

“A democracia é atacada umas vezes de forma mais visível, outras vezes de forma mais oculta. A sua defesa é um grande desafio que se coloca à nossa geração”, disse, antes de se referir à importância do “respeito pelo direito à diferença” em democracia e de retomar a recente controvérsia a propósito de eventuais limites à liberdade de expressão no parlamento.

Numa alusão à sua atuação no caso em que o presidente do Chega, André Ventura, se referiu de forma depreciativa ao povo turco, José Pedro Aguiar-Branco alegou que “a forma então seca e direta” com que se exprimiu “é fruto e resultado de uma maneira democrática e de estar no mundo e de uma leitura acumulada de muitos anos”.

“Para mim, o bem maior da liberdade de expressão tem de ser preservado com imenso cuidado, porque se nós nos atrevermos a fazer uma limitaçãozinha aparentemente menor podermos entrar no mundo que leva a exercícios de censura – exercícios inaceitáveis para quem quer viver numa sociedade livre”, sustentou.

O presidente do parlamento foi ainda mais longe neste ponto, considerando estar perante “uma matéria absolutamente crítica para que a liberdade se possa exprimir de um modo saudável, forte e transparente”. “Aqui, na casa da democracia, e eu como presidente da Assembleia da República, serei sempre um agente que a deseja preservar na sua máxima expressão. É esse o meu sentido de missão”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

China investiga importações de carne de porco da UE após petição anti-dumping

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

A Confederação dos Agricultores de Portugal já pediu às organizações do setor que lhe façam chegar as suas preocupações “com a maior urgência possível".

As autoridades chinesas estão investigar as importações de carne de porco da União Europeia (UE), após terem recebido uma petição anti-dumping, que pode ter impacto nas exportações portuguesas, segundo um comunicado do Ministério do Comércio da China.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) refere numa nota, divulgada esta segunda-feira, que pediu às organizações do setor que lhe façam chegar as suas preocupações “com a maior urgência possível”. Em 6 de junho de 2023, o Ministério do Comércio da China recebeu uma petição anti-dumping (venda abaixo do custo), que foi apresentada pela Animal Agriculture Association.

Os peticionários exigiram que Governo conduzisse uma investigação anti-dumping contra a importação de determinados produtos e subprodutos de suínos vindos da UE. Segundo um comunicado do Ministério do Comércio da China, na sequência das provas apresentadas, foi decidido avançar, em 17 de junho de 2024, com uma investigação.

Esta investigação recai sobre produtos como carne de porco fresca, refrigerada ou congelada, seca, salgada ou fumada, pedaços de carne de porco, bem como intestinos, bexigas e estômagos de suíno. A CAP teve conhecimento desta situação através da Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE) e da Copa-Cogeca, que junta sindicatos que defendem os agricultores a nível europeu.

Segundo uma nota da confederação, a “possível aplicação de direitos anti-dumping afetará as exportações portuguesas para a China dos produtos abrangidos por este processo”. A confederação pediu às organizações que queiram manifestar “alguma preocupação ou outro elemento relevante”, que o façam “com a maior urgência possível”.

A CAP anunciou ainda que a Copa-Cogeca está a preparar uma carta para a DG Trade (Direção-Geral do Comércio) da Comissão Europeia. Esta missiva tem por objetivo exprimir as preocupações dos agricultores e pedir ajuda a Bruxelas, de modo a evitar “uma escalada deste processo”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa continua favorito para Conselho Europeu mas é preciso esperar por líderes, diz Rangel

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

Paulo Rangel considera que a decisão de escolher António Costa para o Conselho Europeu continua bem encaminhada, mas advertiu que é preciso continuar a trabalhar até à reunião desta semana.

O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou esta segunda-feira que a decisão de escolher António Costa para o Conselho Europeu continua bem encaminhada, mas advertiu que é preciso continuar a trabalhar até à reunião desta semana.

Faz hoje oito dias que foi o Conselho [Europeu] informal e nesse Conselho informal o primeiro-ministro fez uma declaração à noite. Essa é a declaração que continua a valer”, disse Paulo Rangel aos jornalistas, no âmbito de uma reunião ministerial, no Luxemburgo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros acrescentou que o nome do ex-primeiro-ministro, António Costa, para presidente do Conselho Europeu continua bem encaminhado: “Até agora é essa a nossa perceção”, declarou.

“Como sabem, eu defendo sempre que a decisão é do Conselho [Europeu]. Temos de trabalhar todos até lá”, completou, aludindo à cimeira de quinta e sexta-feira, onde é expectável que haja uma decisão sobre a escolha dos principais cargos para as instituições europeias, apelidados no jargão de Bruxelas como os “top Jobs” [cargos de topo].

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cotrim de Figueiredo candidato à presidência dos liberais europeus

  • Lusa
  • 24 Junho 2024

Cotrim de Figueiredo justificou a sua candidatura com a necessidade de inverter "os resultados das últimas eleições europeias, em que o Renovar a Europa perdeu mais de 20% dos seus lugares".

O eurodeputado da Iniciativa Liberal eleito João Cotrim de Figueiredo é candidato à presidência do grupo Renovar a Europa, do qual faz parte o partido do Presidente francês, Emmanuel Macron.

Em comunicado, o ex-presidente da Iniciativa Liberal justificou a sua candidatura com a necessidade de inverter “os resultados das últimas eleições europeias, em que o Renovar a Europa perdeu mais de 20% dos seus lugares”.

“Algo precisa de mudar. Seja no trabalho político, seja na organização, seja na comunicação do grupo. Um liberal assume a responsabilidade das suas ações livres”, sustentou Cotrim de Figueiredo, defendendo que é necessário “apresentar como que correu mal” e “reconquistar a confiança dos eleitores europeus”.

O eurodeputado eleito disse estar “consciente de que a atual liderança parte em vantagem”, mas defendeu que é preciso “assumir com coragem algo que precisa de mudar a nível estrutural”. A eleição vai realizar-se na terça-feira, pelas 16h00 locais (15h00 em Lisboa), no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal x Turquia visto por menos 800 mil telespectadores que jogo de estreia da seleção

  • + M
  • 24 Junho 2024

Acompanhe as audiências de todos os jogos do Euro 2024, numa análise da agência de meios Dentsu/Carat para o +M/ECO, e confira os resultados desportivos.

O Portugal x Turquia, o segundo jogo da seleção portuguesa no Euro 2024, foi visto por quase 2,8 milhões de telespectadores. O jogo, transmitido pela RTP1 e Sport TV, teve assim uma diminuição de mais de 800 mil pessoas em relação ao primeiro jogo da equipa das quinas, frente à Chéquia, que foi visto por cerca de 3,6 milhões na SIC e Sport TV.

De acordo com a análise elaborada pela Dentsu/Carat para o +M, a RTP1 registou uma audiência média de 2,6 milhões de telespectadores (27.2% aud. média) com 63,7% de share. Na Sport TV1, foram cerca de 173 mil os telespectadores que acompanharam a transmissão do segundo jogo de Portugal que ditou o apuramento da seleção no primeiro lugar do grupo, ao vencer a Turquia por 3-0.

Depois dos dois jogos da seleção, foi a partida entre a Espanha e a Itália aquela que juntou mais telespectadores, num total de mais de 1,8 milhões (1.829.691).

No conjunto das 35 transmissões é registada uma tipologia de audiência maioritariamente masculina, com 59% dos telespectadores vs. 41% de feminino. A maior concentração de audiência (55%) regista-se acima dos 55 anos.

Até ao momento, foram cerca de 18 milhões e 428 mil os telespectadores que acompanharam os 10 dias de Mundial. Portugal, Chéquia, França, Turquia, Alemanha e Espanha captaram até agora as maiores audiências do Europeu.

Audiência Jogo a Jogo – 1ª Fase

Audiência Jogo a Jogo – 1ª Fase e Audiência Acumulada

Audiência Fase a Fase

Audiência por seleção

Jogos e Resultados – 1ª Fase

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inês Sequeira sai Casa do Impacto para liderar Rede Capital Social

A profissional era até aqui diretora executiva da Casa do Impacto da Santa Casa da Misericórdia, hub de empreendedorismo de impacto que fundou em 2018.

Inês Sequeira

Inês Sequeira sai da direção da Casa do Impacto, hub de empreendedorismo de impacto da Santa Casa do qual foi fundadora, para assumir o cargo de CEO da Rede Capital Social, uma recém-criada associação sem fins lucrativos, que reúne os maiores investidores sociais do país.

“Este é um desafio muito interessante que passa por envolver as pessoas e as empresas num grande propósito comum de apoiar projetos e soluções de inovação social que possam criar mudança sistémica na resolução de problemas sociais”, diz Inês Sequeira.

“A maioria de nós deseja de facto contribuir para a mudança e para um mundo melhor, no entanto, muitas vezes não sabemos como fazê-lo de forma a termos um real impacto. Motiva-me bastante a ideia de agregar uma verdadeira comunidade de empresas e pessoas que queiram trabalhar em conjunto para esse propósito comum. Acredito que o caminho para a mudança sistémica que precisamos passa forçosamente por um trabalho conjunto e em parceria entre o setor público e privado e o denominado terceiro setor, pelo que tenho a certeza de que a Associação Rede Capital social tem um papel determinante neste caminho”, diz a nova CEO, citada em comunicado.

Com 45 anos, licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa, Inês Sequeira iniciou a sua carreira como advogada. Anos depois integrou a equipa da Câmara Municipal de Lisboa que esteve na origem da criação da Direção Municipal de Economia e Inovação da autarquia. Esteve ainda ligada à Startup Lisboa, bem como à rede de incubadoras da capital.

Em 2018, fundou a Casa do Impacto, onde até recentemente era diretora executiva, função que acumulava com as de diretora do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social e Sustentabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Foi ainda conselheira no Conselho Nacional para a Economia Social e administradora do Centro Protocolar para a Economia e Inovação Social, segundo informação enviada à imprensa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresários desvalorizam resultados do teste à semana de 4 dias. “Prioridade deveria ser reforçar produtividade”

Vice-presidente da CIP atira que resultados seriam "muito diferentes" se empresas da indústria, distribuição e construção civil tivessem participado no projeto-piloto. Recomenda cautela.

Rafael Campos Pereira diz que “não quer desvalorizar o trabalho” de quem levou a cabo o projeto-piloto à semana de quatro dias em Portugal, mas deixa claro que os resultados obtidos (e divulgados esta segunda-feira) não são representativos da economia nacional. Em declarações ao ECO, o vice-presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defende que a prioridade neste momento deveria ser reforçar a produtividade das empresas portuguesas, para que, numa fase seguinte, estas consigam mesmo reduzir a carga de trabalho semanal por cada trabalhador.

Não podemos embandeirar em arco, sem pensar no contexto e consequências”, atira o responsável, em reação aos resultados finais que o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) publicou esta manhã.

De acordo com esse relatório, das 21 empresas que testaram a semana de trabalho mais curta entre junho e novembro do ano passado, só quatro decidiram voltar para os tradicionais cinco dias por semana.

Do lado dos trabalhadores, houve uma redução do stress e da fadiga. Já do lado das empresas, melhorou a atratividade no mercado e o funcionamento das equipas, sem que isso tenha implicado, na maioria dos casos, mais custos.

Além destas 21 empresas, outras 20 já tinham arrancado a experiência antes do verão de 2023, sendo que, também entre estas, a maioria continua com este modelo inovador (metade já o dão por permanente, enquanto outras seis continuam a testar).

“Estamos a falar de 40 organizações, num universo de um milhão e meio de empresas. Estamos a falar de algumas centenas de trabalhadores num universo de cinco milhões de trabalhadores”, atira Rafael Campos Pereira, que considera, assim, que a amostra usada foi “pouco representativa”.

“O universo abrangido foi residual”, insiste. Convém explicar que o projeto-piloto foi de adesão voluntária. Mais de 100 empresas mostraram interesse inicialmente, mas só as tais 21 arrancaram efetivamente o teste em junho.

Além disso, o vice-presidente da CIP recomenda “muita cautela” em eventualmente rever os tempos de trabalho, tendo em conta três grandes pontos.

Primeiro, as empresas portuguesas estão com “grandes dificuldades em recrutar recursos humanos” e isso só tenderá a piorar, “com o afunilamento das fronteiras na Europa”. Nesse cenário em que contratar é difícil, o responsável alerta que reduzir o tempo de trabalho dos trabalhadores já integrados pode, portanto, piorar os resultados das empresas.

Em alguns casos, reduzir o tempo de trabalho pode significar ter de aumentar os preços, o que impacta a competitividade das empresas nacionais face às de outros países onde se trabalham mais dias. “Não estou a ver os consumidores disponíveis a pagar cinco ou dez vezes mais em nome dos direitos dos trabalhadores“, sublinha.

Em terceiro lugar, Rafael Campos Pereira dá o exemplo da Função Pública: a carga semanal foi reduzida para 35 horas, o que fez os custos do trabalho aumentarem, mas a qualidade dos serviços deteriorou-se, salienta.

Nesta fase, seria mais interessante, em vez de comprar um estudo, investir em medidas suscetíveis de ajudar as empresas a aumentarem a produtividade, para depois terem solidez suficiente para poderem reduzir o tempo de trabalho.

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente da CIP

Devemos ponderar muito bem antes de entrar numa coisa destas. Não devemos pôr o carro à frente dos bois. Nesta fase, seria mais interessante, em vez de comprar um estudo, investir em medidas suscetíveis de ajudar as empresas a aumentarem a produtividade, para depois terem solidez suficiente para poderem reduzir o tempo de trabalho”, defende o vice-presidente da CIP.

Quanto à produtividade, é importante lembrar que os baixos níveis de que padece a economia portuguesa foram sempre um argumento contra a semana de trabalho mais curta. O projeto-piloto veio mostrar que reduzir as horas trabalhadas não teve o impacto nefasto esperado, mas Rafael Campos Pereira realça que o teste foi conduzido somente em organizações do setor dos serviços. “Na indústria, construção civil, distribuição, os resultados seriam muito diferentes”, assegura.

Os coordenadores do projeto-piloto já reconhecerem eles mesmos, no relatório final, que o teste serviu apenas de prova de conceito, apelando a que mais empresas (em especial, grandes organizações) experimentem reduzir as suas semanas de trabalho.

“A partir de agora, é sobretudo o setor privado a ver se de um lado e de um outro — do lado dos empregadores e do lado dos trabalhadores — existe valor” neste modelo, afirmou o coordenador Pedro Gomes, em declarações ao ECO.

As empresas que queiram vir a experimentar a semana de trabalho mais curta vão ter à disposição a partir do último trimestre deste ano um kit de iniciação com informação que as orientará nessa experiência.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.