Rui Leão Martinho vai liderar uma nova seguradora de saúde
A Mútua Portuguesa de Saúde será anunciada em setembro como nova concorrente para o mercado de seguros de saúde. Vai ser uma cooperativa e junta nomes dos setores seguradores e da saúde.
Em setembro vai ser anunciada a Mútua Portuguesa de Saúde (MPS), uma cooperativa promovida por Rui Leão Martinho, ex-bastonário da Ordem dos Economistas, que promete ser uma concorrente de peso para a Multicare, Médis e Advance Care em seguros de saúde. Para encontrar lugar destacado no crescimento do setor, ECOseguros apenas apurou que a estratégia da MPS será “disruptiva”.
Os promotores já investiram 4,4 milhões de euros na formação da empresa, destacando-se entre eles a prestadora de serviços de saúde Future HealthCare, a Corporation Financiera Azuaga, que detém em Portugal a seguradora de caução Azuaga, o grupo Germano de Sousa e fundos de investimento liderados pelo empresário Duarte Costa através da Sociedade de Capital de Risco 3XP Global.
Entre os promotores contam-se ainda a Associação Nacional de Farmácias (ANF), com mais de 2.700 farmácias associadas, e a Apifarma, associação de 116 empresas da indústria farmacêutica. De futuro será constituída uma sociedade mútua para agregar todos os associados, que numa fase inicial serão empresas e só depois particulares.
Na administração sabe-se que Rui Leão Martinho é o chairman e Nelson Rianço será o CEO. Rianço, após ligação antiga ao setor através do Santander Seguros e das companhias Aegon Santander, está hoje na administração da Future HealthCare que ainda contribui para a gestão com José Pina fundador e CEO, a CFO Patrícia Sá da Costa e a COO Ana Rodrigues.
Ainda no topo da gestão estarão Duarte Costa e Luís Coelho de Lemos pelos fundos da 3XP, Germano de Sousa, e João Almeida Lopes, presidente da Apifarma e do grupo farmacêutico Medinfar. Também na administração estará Eurico Castro Alves, médico e académico, ex- presidente do Infarmed, indigitado secretário de Estado da saúde para o 2º governo de Passos Coelho que foi bloqueado pela geringonça em 2015.
No Conselho Fiscal a presidência será de Eduardo Alves da Silva, atual CFO do grupo Sovena, tendo como vogal a financeira Astrid Sauer.
Concorrente forte para Multicare, Médis e Advance Care
O propósito da MPS, segundo apurou ECOseguros, é entrar num mercado de seguros de saúde que em 2023 atingiu 1.350 milhões de euros em prémios captados e já este ano a crescer 15%. É liderado pela Fidelidade com cerca de 36% do mercado de produção, gerindo os seguros de saúde através da Multicare, em conjunto com as marcas Fidelidade e Ok! Seguros.
O outro lado do negócio é a gestão dos sinistros e, após a Multicare, está com cerca de 28% do mercado a Médis, do Grupo Ageas Portugal, que gere os seguros de saúde das marcas Ageas Seguros, CA Seguros, Zurich, Mapfre e Caravela.
Uma das maiores gestoras de saúde é a Advance Care, pertencente ao grupo Generali, porque, para além de muitos sub-sistemas , faz a gestão dos seguros de saúde da Generali Tranquilidade, LOGO, Açoreana, Mudum, mgen, Lusitania, UNA, Real Vida, ASISA e BNP Paribas Cardif.
A Allianz é a 4ª maior operadora de seguros de saúde com 7,2% e tem um departamento interno para gerir a sua própria rede, bem como para negociar com os prestadores e fechar a contratualização. A rede tem capilaridade nacional, com prestadores em Portugal continental e nas ilhas, num total de mais de 3.500 pontos de atendimento clínico.
A grande base de crescimento da MPS será a Future HealthCare (FH) que, simultaneamente, estará em conversações para uma consolidação com a Bupa, uma gigante britânica da área da saúde. A FH, anunciava há poucos meses uma rede de 28.390 médicos, 4.136 centros de exames, 1.272 clínicas e 82 hospitais representando a Victoria, Aegon Santander e Prévoir-Vie.
RETIFICAÇÃO 19h30. Dado ter sido nomeado para presidir ao AICEP, Ricardo Arroja – ainda antes da tomada de posse – renunciou ao cargo de presidente do Conselho Fiscal da MPS, para o qual tinha sido proposto junto da ASF.
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