Novobanco procura parceiro para comprar Gamalife
A preparação para a possibilidade de a seguradora poder voltar ao grupo Novo Banco não está a ser comentada pelos envolvidos. A GamaLife pode valer entre 400 e 500 milhões de euros.
O Novobanco está a procura de um parceiro segurador para comprar a seguradora GamaLife à APAX Partners, informou esta quarta-feira a agência Bloomberg, citando fontes familiares ao assunto. Contactados por ECOseguros, o Novobanco, a GamaLife e fontes próximas da APAX não comentaram a notícia.
“Neste momento não existe nenhum processo de venda em curso”, confirmam fontes do mercado, levando a crer que a APAX não está a encarar formalmente a venda da GamaLife. A notícia da Bloomberg afirma ainda que o Novobanco está a avaliar todas as opções relativas ao contrato de distribuição exclusiva de seguros de Vida que estabeleceu com a seguradora. Este, sabe ECOseguros, dura até 2039, 20 anos após o banco ter vendido a GNB Vida – hoje GamaLife – à APAX por 123 milhões de euros.
Agora, uma fonte financeira já aponta para um valor da GamaLife entre 400 milhões e 500 milhões de euros e considera que o Novobanco pode aproveitar a liquidez que dispõe para esta aquisição. Esta avaliação estará mais próxima do limite máximo na ótica do banco, uma vez que ainda tem muito potencial para crescimento do seu negócio Vida através dos canais físicos e digitais.
Em recente entrevista a ECOseguros, Matteo Castelvetri, CEO da GamaLife desde o início das operações sob o controlo da APEX Partners, comentou “a quota de mercado do Novobanco no setor bancário está entre 9 e 10%, a nossa quota de mercado nos seguros de Vida é de 5 a 6%. Por isso, se quisermos chegar à mesma quota de mercado, temos um enorme potencial de crescimento”.
Com crescimento em perspetiva, a opinião de um segurador que está atento ao mercado é de existir da parte da Lone Star, que controla 75% do capital do Novobanco, a vontade de afastar desde já outros potenciais concorrentes de um potencial negócio com a APAX. Segundo a mesma fonte o negócio estará mais perto dos 500 milhões de euros se a Lone Star quiser investir e dos 400 milhões de euros se forem outras seguradoras ou investidores institucionais.
Para estes valores há muitas seguradoras com capacidade em adquirir a GamaLife, que é hoje a 5ª maior seguradora do ramo Vida em Portugal. Chegou ao final do ano passado com ativos de 8,3 mil milhões de euros, uma produção de 339 milhões de euros em Portugal e de 167 milhões em Itália e um resultado líquido de 92 milhões de euros. E uma quota de mercado em Portugal no conjunto do ramo Vida de 6,6% e de 19% no segmento dos PPR.
O caminho agora agitado com esta notícia não contraria em absoluto o indicado por Matteo Castelvetri a ECOseguros em que o sentido é claramente crescer a GamaLife que com 239% de rácio solvência no final de 2023 – 100% é o mínimo admissível pela ASF – dispõe de solidez e folga financeira para fazer crescer o negócio.
“Há muito a fazer em consolidação, quer em Portugal, quer em Itália, há mais de 20 ou 25 companhias de seguros de vida a operar no mercado”, comentou.
De resto, a sucursal italiana, a sede é mesmo em Portugal, acaba de lançar no mercado local, um novo produto digital e com rendimento potencial de 4% para os subscritores. A ideia do CEO é de a seguradora ter a base em Portugal a caminho para se tornar uma seguradora multinacional.
As mesmas fontes contactadas adiantam que a “APAX continua empenhada na estratégia de desenvolvimento do negócio da GamaLife, quer no mercado português quer no italiano”.
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