Portugal é o sexto país da UE que menos investe em investigação e desenvolvimento

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Agosto 2024

Em 2023, a dotação orçamental do Governo português para esta área foi, em média, de 76,60 euros por pessoa, inferior à verba alocada no ano anterior e quase 200 euros abaixo da média da UE.

Os governos dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) alocaram, no seu conjunto, 123.684 milhões de euros para investigação e desenvolvimento (I&D) em 2023, o que equivale a 0,73% do Produto Interno Bruto (PIB) e representa um aumento de 5,3% face aos 117.424 milhões de euros alocados no ano anterior, revelam os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

A nível nacional, Portugal teve o sexto menor investimento orçamental em I&D do bloco comunitário no último ano, de 76,60 euros por pessoa, um decréscimo de 1,3% em relação ao valor alocado em 2022 (77,40 euros por pessoa) e bastante abaixo da média da UE (275,60 euros por pessoa).

Dotações orçamentais dos governos da UE para I&D em 2023

Fonte: Eurostat

Comparando com os números de 2012, quando o Governo português alocou, em média, 55,90 euros por pessoa para investigação e desenvolvimento, as dotações orçamentais de 2023 representam uma subida de 37%. No entanto, tendo em conta que a média dos 27 Estados-membros era, nessa altura, de 178,60 euros por pessoa, significa que a diferença entre o investimento em Portugal e o da UE se foi alargando ao longo dos últimos 11 anos.

Desde 2012, a dotação orçamental para I&D mais elevada tem sido registada no Luxemburgo, atingindo uma média de 646,60 euros por pessoa em 2023 — um valor que, no entanto, é inferior aos 662,80 euros por pessoa alocados em 2022. Seguem-se a Dinamarca (552,40 euros por pessoa) e a Alemanha (529,30 euros por pessoa) nos países com as verbas mais altas.

Já a Roménia (21,20 euros por pessoa), a Bulgária (33,10 euros por pessoa) e a Hungria (48,10 euros por pessoa) estão na cauda do bloco comunitário no que toca ao investimento nesta área. Ao todo, 18 países investem menos em I&D do que a média europeia.

De acordo com o Eurostat, apenas a Hungria registou uma diminuição das suas dotações orçamentais para I&D (em termos de euros por pessoa) entre 2013 e 2023: de 66,9 euros para 48,1 euros (-28%).

Os maiores aumentos percentuais, por sua vez, observaram-se na Letónia (+291%, de 16,0 euros por pessoa em 2013 para 62,6 euros em 2023), na Polónia (+147%, de 37,8 euros para 93,3 euros) e na Bulgária (+133%, de 14,2 euros para 33,1 euros).

Por área de I&D, a maior parcela das dotações orçamentais na UE teve como destino o “avanço geral do conhecimento” (35,5%), financiado principalmente por uma dotação pública conhecida como fundos universitários gerais (GUF, na sigla em inglês), enquanto 17,3% foi dedicado ao avanço geral do conhecimento a partir de outras fontes que não o GUF, seguido de 11% para a produção industrial e tecnologia, 6,9% para a saúde e 6,0% para a exploração e aproveitamento do espaço, indica ainda o Eurostat.

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