Riberalves altera projeto turístico de 100 milhões em Alcochete para reduzir impacto ambiental

Conjunto Turístico da Praia dos Moinhos prevê criação de 150 postos de trabalho. Braço imobiliário do grupo Riberalves submeteu novo projeto para avaliação ambiental.

A Riberalves Imobiliária reduziu o número de apartamentos e camas turísticas do empreendimento da Praia dos Moinhos, em Alcochete, no novo projeto submetido este mês à Agência Portuguesa do Ambiente. Estão agora previstas 936 camas numa área de implantação de 16.526,60 metros quadrados. Segundo Bernardo Alves, administrador do grupo, “o projeto representa cerca de 100 milhões de investimento e a criação de cerca de 150 postos de trabalho”.

O Conjunto Turístico da Praia dos Moinhos, em Alcochete, aproveita as edificações das antigas secas do bacalhau pertencentes à Sociedade Nacional de Armadores de Bacalhau (SNAB) e à Sociedade Europeia de Aquacultura (SPA), adquiridas pela Riberalves Imobiliária ao Estado, em 1997 e 2006.

A reformulação do projeto acontece na sequência dos contributos apresentados na anterior consulta pública no âmbito da Avaliação de Impacte Ambiental. Em outubro, foi noticiada pela Lusa a oposição da associação ambientalista Zero, para quem um projeto desta natureza e dimensão “afetará significativamente e de forma irreversível a manutenção do estado de conservação favorável dos habitats e das populações de espécies protegidos com perturbação da zona de praia e das zonas de salinas, a leste e a sul, com grande potencial enquanto habitat para a avifauna”.

O novo projeto reduz de 990 para 936 o número de camas. Em comunicado, a Riberalves Imobiliária acrescenta que a reformulação “assegura o aumento do afastamento da implantação dos edifícios às Salinas” e sublinha que alterações anteriores já tinham diminuído a ocupação proposta.

A empresa considera que o novo projeto entregue a 8 de agosto na Agência Portuguesa do Ambiente “propõe uma ocupação claramente defensora do Ambiente e da Avifauna, quando comparada com aquela que poderia ocorrer no território na ausência deste projeto”, defendendo que a atividade de armazenagem, para a qual os edifícios estão licenciados, “convoca maiores perturbações quer no que se refere à presença de pessoas, quer no que se refere ao ruído, quer no que se refere ao tráfego de viaturas ligeiras e pesadas”.

A Riberalves Imobiliária diz ainda que foram reforçadas as propostas de medidas de compensação e de minimização do impacto ambiental, como “a intervenção nos cabos elétricos nas imediações das salinas, a construção de barreiras ao longo da estrada que contorna as salinas, a fim de diminuir a perturbação das aves que utilizam as salinas; e o condicionamento de movimentação de pessoas e viaturas na estrada ao longo das salinas”. Propõe ainda a recuperação das salinas o Brito e das salinas do Vale de Frades.

O novo projeto vai estar em consulta pública até 28 de agosto.

(Notícia corrigida às 19h50 com novo valor do investimento previsto)

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