Pedro Nuno pede “sentido de Estado” ao Governo. Comissário europeu “não serve para eventos partidários”

  • ECO
  • 27 Agosto 2024

O Secretário-Geral do PS espera que Portugal possa oferecer à UE um comissário "com a mesma capacidade e nível de qualificação" de Elisa Ferreira.

O Secretário-Geral do Partido Socialista (PS) criticou, esta terça-feira, que o Governo esteja a usar eventos como a universidade de verão do PSD para anunciar o nome escolhido por Portugal para o próximo executivo comunitário. O comissário europeu “não serve para eventos partidários”, disse Pedro Nuno Santos, à margem da feira Agrival (Penafiel), em declarações transmitidas pela RTP3. É um nome supranacional” e isso exigiria deste Governo “maior sentido de Estado”, acrescentou.

Sem terem sido ouvidos na escolha do nome, os socialistas esperam que o país possa oferecer à União Europeia um “comissário ou comissária” com a “mesma capacidade e nível de qualificação” de Elisa Ferreira – atual comissária em Bruxelas com o pelouro dos fundos comunitários – e uma “pasta importante”.

Portugal devia ter enviado dois nomes, de uma mulher e de um homem, a Bruxelas para Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, formar a próxima equipa de comissários. O nome está previsto ser anunciado durante um evento partidário, na universidade de verão do PSD, na sexta-feira. Já a festa do Pontal, a tradicional rentrée dos social-democratas, tinha sido palco para o primeiro-ministro anunciar medidas do Governo, entre as quais o suplemento extra, de 100 a 200 euros, para os pensionistas com menos rendimentos.

Pedro Nuno Santos, questionado sobre as presidenciais de 2026, repetiu que esse debate só serve para desfocar “dos problemas do país”. Mas depois admitiu, em contraste com o perfil avançado pelo PSD, que o candidato (a) que o PS decidir apoiar PS “será muito mais que ser ou não militante” socialista.

A distância com PSD “é grande”, atirou o Secretário-Geral do PS também sobre as negociações do Orçamento do Estado para 2025. “As preocupações do Governo não são as corretas”, disse, antes de acrescentar que o executivo “está muito ocupado com medidas conjunturais”, com o “único objetivo” de ter “benefícios eleitorais de curto prazo”.

Pedro Nuno afirmou que o Governo “parece muito mais preocupado em usar a boa situação orçamental que herdou do Governo PS para fazer campanha do que em procurar negociar de forma ativa, séria e responsável assegurar a aprovação” do OE2025. O que indicia, diz, que o executivo de Luís Montenegro “quer eleições o mais rápido possível”.

Sobre a aprovação do OE2025, o líder socialista lembrou que a “direita é maioritária em Portugal” e, por isso, “a responsabilidade maior no que diz respeito ao orçamento é da direita. A direita que tenha a capacidade de se entender e que mostre o seu sentido de responsabilidade e de estar à altura do momento político”.

Para o próximo orçamento, em particular nas prioridades fiscais, o Governo têm a “oposição frontal do Partido Socialista” e o apoio, pelo menos parcial, do Chega e da Iniciativa Liberal. Neste momento, assegura, não há “reunião nenhuma marcada” para um documento que “tem de ser entregue dentro de um mês”.

 

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