Reserva Federal corta taxas de juro em 50 pontos base
Banco central liderado por Jerome Powell cortou as taxas de juro para intervalo de 4,75%-5% e sinalizou que deverá decidir mais uma descida semelhante até ao final do ano.
A Reserva Federal norte-americana (Fed) cortou esta quarta-feira as taxas de juro em 50 pontos base (pb), na primeira descida em mais de quatro anos e que segue uma pausa de um ano nas ‘Federal Funds Rates’.
O Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês) informou, em comunicado, que as Federal Funds Rates descem para o intervalo de 4,75%-5%.
“O comité ganhou maior confiança de que a inflação está a evoluir de forma sustentável para 2% e considera que os riscos para atingir os seus objetivos de emprego e de inflação estão mais ou menos equilibrados”, afirmaram os responsáveis políticos do comité. A decisão foi aprovada por uma maioria de 11-1, com Michelle Bowman a votar contra, preferindo um corte de apenas 25 pontos base.
Os decisores da Fed preveem agora uma descida da taxa de referência de mais meio ponto percentual até ao final deste ano, de mais um ponto percentual em 2025 e de mais meio ponto percentual em 2026, para terminar num intervalo de 2,75%-3,00%.
No final de 2025, os decisores políticos preveem uma taxa diretora de 3,4%, de acordo com a mediana das suas projeções, o que implica quatro cortes adicionais de um quarto de ponto percentual no próximo ano. A taxa diretora será fixada em 2,9% no final de 2026 e 2027, refletindo uma chegada ao que o decisor político da Fed considera agora uma taxa neutra.
Em junho, a última vez que a Fed divulgou projeções trimestrais, os membros do FOMC previam apenas uma redução de um quarto de ponto em todo o ano de 2024. Desde então, a inflação abrandou em relação às leituras inesperadamente fortes registadas no início do ano.
Os investidores em Wall Street reagiram de forma positiva a decisão da Fed, com os três principais índices, que negociavam na linha de água a acelerarem para ganhos. Às 19h19, o Dow Jones Industrial Average ganhava 0,40%, o tecnológico Nasdaq avançava 0,75% e o S&P 500 subia 0,56%
Inflação chega à meta em 2026
Um corte era esperado pela grande maioria dos analistas e economistas, mas havia dúvidas sobre a dimensão do corte, que retira as taxas de juro do nível mais alto desde 2001.
Apesar de nos mercados a expectativa mais forte apontar para um corte de 50 pontos base, a maioria dos economistas defendia que faria mais sentido iniciar com uma descida mais modesta. Sobretudo porque a economia norte-americana permanece robusta e sem sinais de uma recessão iminente, numa altura em que a inflação se situa em mínimos de três anos.
Segundo as novas projeções económicas divulgadas esta quarta-feira, o banco central vê a inflação a descer para 2,3% este ano, o que compara com uma previsão de 2,3% em junho. A inflação deverá descer para 2,1% em 2025, chegando à meta de 2% no ano seguinte.
A maior economia do mundo deverá registar uma taxa de crescimento de 2% este ano e nos três seguintes, adiantou a Fed. A taxa de desemprego deverá fixar-se em 4,4% este ano e no próximo, para depois descer para 4,3% e 4,2% nos dois seguintes.
(Notícia atualizada às 19h21)
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