Falta de residências universitárias atrai milhões do Estado e do privado

  • ECO
  • 18:57

Obras para a construção da maior residência universitária do país já arrancaram com fundos do PRR, ao mesmo tempo que residências na Covilhã e em Braga trocam de dono.

O Ensino Superior Público conta com mais de 108 mil estudantes deslocados, segundo os últimos dados do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. No entanto, o número de camas disponíveis nas residências públicas é pouco mais do que 15 mil.

Este cenário pressiona os estudantes para o mercado do alojamento privado e do arrendamento de quartos, nos quais o preço médio por quarto subiu 4,1% nos últimos 12 meses, para 398 euros em setembro, segundo dados do relatório deste mês do Observatório do Alojamento Estudantil.

Para responder a esta crise, o Ministério da Educação tem em curso um investimento de 400 milhões de euros para aumentar em 73% o número de vagas em residências universitárias em 2026, das atuais 15 mil para cerca de 26 mil, recorrendo a fundos do Plano de Recuperação e Resiliência. É nesse sentido que se enquadra a construção dos Edifícios 2 e 3 das novas residências da Cidade Universitária, em Lisboa, cujas obras já arrancaram.

Este projeto, promovido pela Universidade de Lisboa e que agrega ainda a construção de um parque de estacionamento e da praça central, foi adjudicado à construtora Gabriel Couto pelo valor global de cerca de 38 milhões de euros, refere a empresa em comunicado, notando que a sua construção deverá ocorrer nos próximos dois anos.

Uma vez concluído, este complexo, que irá ocupar uma área superior a três hectares, vai aumentar em 900 camas a oferta na capital, “constituindo a maior residência universitária do país”, destaca a construtora. Além das camas, o projeto inclui um parque de estacionamento subterrâneo para 500 carros, uma praça central com áreas de lazer, zonas comerciais, e um espaço integrado para o convívio dos estudantes.

Este projeto mostra a necessidade de o país construir mais alojamentos para receber os alunos universitários. Esta realidade não é desconhecida do capital privado que tem também procurado explorar este mercado. Recentemente, a Stoneshield Capital comprou duas residências estudantis em Braga e na Covilhã à Alea Capital Partners por mais de 30 milhões de euros.

Estes empreendimentos agregam 554 camas e várias comodidades, como ginásios, áreas de co-working, lounges e, segundo a Alea Capital Partners têm contado com grande procura desde os primeiros dias que abriram as portas.

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