Blip ofereceu licença parental extra e 100% dos novos pais aderiram

Blip oferece três opções: licença parental extra, complemento financeiro ou uma junção das duas políticas. No primeiro ano e meio, novos pais têm preferido tempo extra para cuidar dos filhos.

A tecnológica Blip decidiu oferecer aos mais de 800 trabalhadores que tem sob a sua alçada três meses de licença parental extra ou um complemento financeiro para os novos pais, e todos os trabalhadores que tiveram filhos no último ano e meio aderiram a estes benefícios. Em declarações ao ECO, a empresa explica que o tempo extra tem sido preferido pelos trabalhadores, tanto por eles como por elas.

Foi em janeiro do último ano que a Blip anunciou que iria oferecer aos seus trabalhadores os referidos benefícios. Os trabalhadores passaram a poder escolher entre três meses extra de licença parental financiados pela empresa, um complemento financeiro equivalente a até três salários mensais brutos ou uma junção dos dois.

“Já contamos 73 nascimentos, 40 no ano corrente. O balanço aponta que a tendência natural dos colaboradores é privilegiar tempo extra com as suas famílias: 68% optaram, pelo menos, por um mês extra, sendo que destes, 38% utilizou o máximo permitido pelo benefício, isto é, três meses extra, além do período legal”, revela ao ECO Beatriz Gomes, head of people partnering da tecnológica.

“Em todos os casos de licenças parentais da empresa, o tempo é o denominador comum, algo que pode ser explicado não só pela vontade individual de dedicação total aos filhos, mas também por casos práticos de ausência de algum apoio familiar para o cuidado ou até a dificuldade no encontro de instituições ou creches, o que muitas vezes só pode ser colmatado pela solução de licença alargada”, detalha a mesma responsável.

Um dos nossos maiores indicadores de sucesso desta política é precisamente a total adesão ao programa, não havendo uma diferenciação entre homens e mulheres.

Beatriz Gomes

Head of people partnering, reward & benefits

Estes benefícios estão disponíveis tanto para novos pais, como para novas mães, sendo que “um dos maiores indicadores de sucesso desta política” tem sido a “total adesão ao programa” sem diferenciação entre género, destaca a responsável.

A propósito, Beatriz Gomes salienta que “o facto de a política de parentalidade se direcionar a todos de igual forma, incluindo a elegibilidade até para casos mais excecionais como situações de adoção, é intencional e tem como objetivo mitigar qualquer pressuposto associado a papéis de género“.

De acordo com a investigação de Claudia Goldin, que venceu o Prémio Nobel da Economia em 2023, a diferença entre os ganhos dos homens e das mulheres acontece, sobretudo, aquando do nascimento dos filhos.

Para o homem, ser pai resulta num reforço dos rendimentos — é a chamada “vantagem da paternidade” –, mas para a mulher, ser mãe equivale a mais responsabilidades familiares, mais interrupções na carreira e, à boleia, maior desvantagem salarial — a tal “penalização pela maternidade”, segundo a investigação da laureada, que teve por base o mercado de trabalho norte-americano.

Ora, em declarações ao ECO, a head of people partnering da Blip realça que “as licenças de maternidade têm incentivado o agravamento não só da desigualdade salarial, mas também da forma como partilham a atenção entre progressão na carreira e o cuidado familiar, muitas vezes, tendo de abdicar da primeira para se dedicarem ao segundo“. Daí que, para contrariar essa tendência, a tecnológica tenha oferecido os referidos benefícios a pais e mães, e não apenas a elas.

Queremos provar que é possível conciliar as duas dimensões da vida do colaborador, bem como os benefícios claros que uma estratégia de parentalidade organizada pode ter para o desempenho positivo da própria empresa e o bem-estar a longo prazo dos nossos colaboradores”, adianta Beatriz Gomes.

Benefícios ajudam a fidelizar talento

Além das duas políticas já referidas, no âmbito da parentalidade, a Blip oferece, neste momento, um seguro de saúde extensível ao agregado familiar (de modo gratuito), a possibilidade de utilizar dez dias por ano para apoio à família, um baby kit, um horário flexível e a possibilidade de trabalho remoto (sendo que a lei do trabalho prevê que os trabalhadores com filhos até três anos têm direito a teletrabalho, mesmo sem o “sim” do empregador).

“Políticas de cariz social nas empresas podem desempenhar um papel fundamental na retenção de talento ao oferecer suporte aos colaboradores em momentos chave das suas vidas pessoais, neste caso, durante o período de formação familiar”, argumenta Beatriz Gomes.

Este balanço é feito pela Blip numa altura em que no Parlamento está a ser discutido um alargamento da licença parental. O projeto já foi aprovado na generalidade, mas enfrenta agora alguns obstáculos, com o Governo a avisar que, a avançar, custará 400 milhões de euros.

O programa Parental Choices veio para ficar. Temos fortes evidências de que é valorizado pela comunidade Blip.

Beatriz Gomes

Head of people partnering, reward & benefits

Mas enquanto o enquadramento não muda, a Blip garante ao ECO que vai continuar a oferecer aos seus trabalhadores mais tempo para acompanhar os filhos do que a lei. “O programa Parental Choices veio para ficar. Temos fortes evidências de que é valorizado pela comunidade Blip“, assegura a headof people partnering.

E remata: “para as empresas que ponderam replicar este modelo, o melhor conselho que podemos dar é ouvir e procurar conhecer as necessidades das suas equipas“.

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