Roubar bandeiras do Chega? “Estamos a defender o que interessa às pessoas”, alega Montenegro
Primeiro-ministro garante que o Governo está a defender "as bandeiras que interessam à população", rejeitando as críticas e acusações de Ventura. "Não estamos preocupados", garante ainda Montenegro.
O primeiro-ministro recusou as críticas proferidas por André Ventura, que acusou Luís Montenegro de ter “anunciado bandeiras do Chega” este domingo, no discurso de encerramento do 41º Congresso do PSD, em Braga.
Em declarações aos jornalistas, esta segunda-feira, à margem da inauguração de um centro de saúde em Ourém, Montenegro não se alongou quanto às críticas do seu opositor político, garantido apenas que o Governo está “concentrado em resolver os problemas das pessoas e trazer para a agenda pública o que interessa”.
“Estamos a defender as bandeiras que interessam à população. O conceito de dimensão da crítica nem sempre tem uma correlação entre o que se diz na esfera política e o que sente o povo português”, respondeu esta manhã o primeiro-ministro, questionado pelos jornalistas sobre este tema.
No discurso de encerramento do 41º Congresso do PSD, em Braga, Luís Montenegro apresentou um pacote com sete medidas que vão desde a educação e saúde até à intervenção urbana na área metropolitana de Lisboa, passando pela atração de talento e por mudanças na disciplina de Cidadania no sentido de a “libertar” de “projetos ideológicos”.
O líder social-democrata anunciou também que o Governo vai reforçar a “proximidade e visibilidade” de polícias na rua, com equipas multiforças, e aumentar os apoios destinados às vítimas de violência doméstica.
Na segurança, anunciou uma maior abrangência dos sistemas de videovigilância e o reforço das polícias de proximidade, com a criação de equipas com elementos da PJ, PSP, GNR, ASAE, ACT e Autoridade Tributária, sob articulação do sistema de segurança interna. O objetivo, explicou, é irem para o terreno “combater sem tréguas a criminalidade violenta, o tráfico de droga, a imigração ilegal e o tráfico e abuso de seres humanos”.
Estamos a defender as bandeiras que interessam à população. O conceito de dimensão da crítica nem sempre tem uma correlação entre o que se diz na esfera política e o que sente o povo português.
Poucos momentos depois, numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura acusou o primeiro-ministro de hipocrisia por anunciar medidas que são bandeiras do seu partido, quando o PSD as rejeitou na Assembleia da República. Acusou ainda Luís Montenegro de ser “muleta do PS”.
“O Governo, percebendo o crescimento do Chega no país, decide anunciar uma série de bandeiras do Chega, sem, porém, assumir como as concretizará ou negando que votou contra elas nas semanas anteriores, no parlamento”, afirmou, numa referência ao discurso do presidente do PSD.
O líder do Chega sustentou ainda que Luís Montenegro disse que “quer retirar a carga ideológica à disciplina de cidadania, mas tem ministros, como a ministra da Juventude, que insistem em usar a expressão pessoas que menstruam, em vez de mulheres”. Recordou ainda que o PSD “votou contra o controle de imigração proposto pelo Chega, votou contra o referendo à imigração que os portugueses queriam e votou contra as quotas para a imigração”.
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