Aumento das tarifas entre EUA, Zona Euro e China afetaria um quarto do comércio mundial
Fundo Monetário Internacional estima que tarifas comerciais de 10% entre EUA, a Zona Euro e a China afetaria o correspondente a 6% do PIB mundial. Atividade seria afetada em todas as regiões.
Um aumento das tensões comerciais que leve a uma subida permanente das tarifas comerciais a partir de meados de 2025 irá afetar de forma considerável o comércio mundial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que se os Estados Unidos, a Zona Euro e a China impusessem tarifas de 10% sobre os fluxos comerciais entre as três regiões – e os norte-americanos sobre as restantes regiões também -, o impacto abrangeria cerca de um quarto do comércio mundial de mercadorias.
No World Economic Outlook (WEO), publicado esta terça-feira no âmbito das reuniões anuais entre o FMI e o Banco Mundial, a instituição liderada por Kristalina Georgieva faz uma simulação sobre o impacto de medidas protecionistas e conclui que afetaria “cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial“.
“O aumento das tarifas afeta a atividade em todas as regiões. A imposição de tarifas sobre as importações aumenta os custos internos dos fatores de produção e tarifas mais altas sobre as exportações reduzem a procura externa. O efeito líquido sobre a inflação depende na força relativa desses dois canais, mas é pequeno”, considera.
Estima, contudo, que o impacto negativo no investimento é pequeno, uma vez que a receita das tarifas é transferida de volta para as famílias, contribuindo para o consumo. Entre regiões, prevê que o impacto é maior nos Estados Unidos, porque os fluxos comerciais dos norte-americanos estão inteiramente sujeitos a novas tarifas: o PIB contrai-se 0,4% em 2025 e em 0,6% em 2026.
O impacto noutras regiões e no mundo atingirá -0,3% do PIB até 2026, e as importações e exportações globais também caem cerca 4%, em relação ao cenário base. “Os efeitos no PIB são, no entanto, permanentes”, adverte.
Aliado ao aumento das tarifas, se a incerteza geopolítica também se agravar, o impacto também se fará sentir no investimento. Os técnicos de Washington estimam ainda que o efeito mais imediato será na atividade global. O investimento global cai perto de 2% até 2026, reduzindo o PIB em 0,4% mesmo período, enquanto a inflação global cai em 10 pontos base.
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