CEO da ANA admite que existam trabalhadores a dormir no Humberto Delgado. Garante que aeroportos são seguros
O presidente executivo da ANA disse no Parlamento que trabalhadores em causa não são da concessionária. Garantiu que os aeroportos portugueses são seguros e regularmente auditados.
O presidente da Comissão Executiva da ANA Aeroportos, Thierry Ligonniére, admitiu esta terça-feira no Parlamento que existam casos de trabalhadores da atividade de handling a dormir no aeroporto. Apontou como justificação a falta de transporte público adequado aos horários de trabalho. Caso está a ser analisado para encontrar soluções.
Thierry Ligonniére diz que soube através do requerimento do Chega que existirão trabalhadores a pernoitar no aeroporto. O presidente executivo da concessionária diz que a situação está a ser analisada e que “os casos que terão acontecido estarão relacionados com a falta de transporte público para o aeroporto“, afirmou na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, onde está a ser ouvido por requerimento do Chega.
O responsável garantiu que não se tratam de trabalhadores nem da ANA, nem da Portway, a empresa de handling detida pela concessionária. Os casos envolvem funcionários da Menzies Aviation, a antiga Groundforce, segundo foi noticiado pela RTP em julho.
“É uma atividade que começa muito cedo e acaba muito tarde. Vão para o aeroporto na véspera e dormem umas horas no aeroporto antes de começarem a trabalhar”, explicou. “A ANA está a analisar com as empresas e comunidade aeroportuária uma forma de chegarem ao aeroporto e terem condições dignas“, afirmou.
A questão foi levantada por Filipe Melo, deputado do Chega, que disse ter “conhecimento de que há trabalhadores da Menzies e da Portway, estrangeiros, que não falam uma palavra em português, que comem e dormem dentro do aeroporto“. E questionou as implicações destes casos na segurança aeroportuária.
Os nossos aeroportos em Portugal são seguros. É um setor muito escrutinado pelas autoridades e é constantemente auditado.
O presidente executivo da ANA garantiu que “todo o sistema da aviação civil coloca em primeiro lugar a questão da segurança”. Explicou que “há manuais de operações, que integram a formação de cada uma das pessoas que têm de realizar atividades à volta dos aviões”. A formação “é sancionada por um teste, em língua portuguesa. Todas as pessoas deveriam ter um conhecimento da língua portuguesa, senão seria difícil passarem o teste“.
Thierry Ligonniére deixou a garantia de que a segurança é a prioridade de todas as entidades da aviação civil. “Os nossos aeroportos em Portugal são seguros. É um setor muito escrutinado pelas autoridades e é constantemente auditado“, afirmou o presidente executivo da ANA. Acrescentou ainda que para receberem o cartão que permite o acesso ao lado Ar, os trabalhadores têm de apresentar o registo criminal e uma declaração da PSP.
Filipe Melo criticou ainda a existência de remunerações muito próximas do salário mínimo entre os trabalhadores do handling. “É uma atividade com poucas margens, salários baixos, muita concorrência. Estas empresas tentam fazer o melhor para assegurar as melhores condições tendo em conta os constrangimentos económicos”, explicou Thierry Ligonniére.
O gestor responsável pela Menzies Aviation Portugal também já foi chamado à Comissão, mas a audição só acontecerá em dezembro, após a aprovação do Orçamento do Estado.
(Última atualização às 16h59)
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