Prejuízos da Farfetch encolhem para 2 milhões. Coupang antecipa lucros até ao final do ano
Os sul-coreanos da Coupang fecharam a compra da Farfetch, este ano, por 500 milhões de dólares, um negócio que surgiu para a empresa como uma "oportunidade".
Os sul-coreanos da Coupang, os novos donos da Farfetch, que fecharam este ano a aquisição da empresa fundada por José Neves por 500 milhões de dólares, um negócio a “um preço muito atrativo” que se revelou uma “oportunidade”, preveem que a tecnológica dê lucros até ao final do ano, depois de a empresa ter reduzido os prejuízos no final de setembro.
A Farfetch fechou o terceiro trimestre deste ano com um prejuízo de dois milhões de euros, um resultado que compara com perdas de 31 milhões de euros no trimestre anterior, segundo os números divulgados pela Coupang.
O CEO da Coupang, Bom Kim, adiantou numa conferência após sobre os resultados que a Farfetch estava perto de atingir o breakeven no lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização no último trimestre, uma meta que a empresa antes antecipava alcançar até o final de 2024.
A aquisição da Farfetch pela Coupang por 500 milhões de dólares ficou fechada no final de janeiro, com os novos donos a anunciarem de seguida um plano de reestruturação, que incluía a redução de 25% a 30% dos trabalhadores a nível global.
No mesmo dia em que foram comunicados os despedimentos foi também anunciada a saída de José Neves do cargo de CEO e de outros oito diretores da empresa, ficando a liderança entregue a Bom Kim e à equipa executiva da tecnológica.
O novo líder daquele que foi o primeiro unicórnio de capitais portugueses já assumiu, em fevereiro, que não estava a olhar para aquisições quando surgiu a possibilidade de comprar a Farfetch, um negócio que se revelou uma “oportunidade”. “Deparamo-nos com uma oportunidade para comprar a Farfetch a um preço muito atrativo”, reconheceu.
Menos de um ano depois de ter sido anunciado o acordo com José Neves para salvar a empresa da bancarrota eminente, a Coupang já conseguiu dar a volta ao negócio, colocando a plataforma online de compra de bens de luxo próxima de se tornar rentável.
Além de um programa de despedimentos de grande escala, a Farfetch implementou um plano de reorganização, que resultou numa empresa menos exuberante e mais concentrada, com a tecnológica a moldar-se cada vez mais à imagem da Coupang, conhecida como a Amazon da Coreia.
A reestruturação da Farfetch no país incluiu ainda uma reorganização dos espaços onde a tecnológica está presente. Depois de anos marcados por um forte crescimento, que coincidiu com a abertura de novos escritórios no Porto e em Braga, a companhia encerrou as operações na capital minhota no final de setembro do ano passado, pouco mais de quatro anos após a inauguração do espaço que ocupou na Avenida Dom João II. Com grande parte dos colaboradores em regimes híbridos de trabalho, a decisão da tecnológica foi concentrar as equipas nos escritórios em Matosinhos e Guimarães.
Já este ano, um novo ajuste nas equipas. O Centro de Creative Operations (CrOps) que a empresa mantinha em Leça do Balio, em Matosinhos, foi encerrado no final do maio e as pessoas transferidas para a unidade de Guimarães, no Avepark, conforme avançou o ECO. Apesar do encerramento da unidade de operações em Matosinhos, a Farfetch manteve operações nesta localização – mas mais curtas.
Recentemente, o escritório da Lionesa diminuiu a área utilizável para metade, “dado que não justifica a dimensão do mesmo pela quantidade de gente que o utiliza (visto que grande parte dos colaboradores está em full remote)”, conforme explicou ao ECO uma fonte próxima da empresa.
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