BRANDS' ECO Expo Fish reforça Portugal como player global na fileira do pescado
Prémio Inovação Expo Fish dá visibilidade à investigação e inovação no setor do mar, e contribui para transferência de conhecimento para a indústria.
Foram centenas as reuniões comerciais B2B agendadas através da plataforma digital da Expo Fish, resultado dos debates e da exposição virtual integrada no evento, que contou com a participação de cerca de 100 empresas, oriundas de 25 mercados. Esta dinâmica, subjacente a um evento que procura partilhar o melhor do que se faz na fileira do pescado em Portugal, com os olhos postos nos mercados internacionais, continua a marcar a diferença e a fazer desta iniciativa, promovida pela Docapesca, uma ferramenta estratégica para reforçar a marca Portugal no exterior.
Em jeito de balanço da 4ª edição da Expo Fish, o ECO falou com Rita Lourenço, Vogal do Conselho de Administração da Docapesca, que destacou o sucesso do evento e a sua importância para educar novos mercados sobre as vantagens dos produtos nacionais. Apesar da excelência do pescado português, ainda há desafios a ultrapassar, mas, acredita a responsável, “há também muitas oportunidades a explorar”. O trabalho de promoção, divulgação e apresentação em feiras internacionais “é essencial e deve ser contínuo”, aponta.
Que balanço faz desta 4ª edição da Expo Fish Portugal?
A 4ª edição da Expo Fish Portugal reafirmou-se como o grande ponto de encontro e discussão para a fileira do pescado. Este evento tem desempenhado um papel crucial na promoção e internacionalização do setor do pescado português, reunindo igualmente um conjunto diversificado de convidados internacionais, desde compradores, investidores, associações empresariais e decisores políticos.
A Expo Fish Portugal é mais do que uma feira ou uma conferência, é uma ferramenta estratégica ao serviço do setor, permitindo às empresas portuguesas apresentar os seus produtos, fortalecer a sua presença em mercados internacionais e contactar diretamente com os atores do plano internacional que se deslocam ao nosso país. É também uma ação concreta de promoção do pescado nacional, destacando a qualidade e excelência dos produtos portugueses e reforçando o papel do nosso país como um importante player global na fileira do pescado.
Por último, através do Prémio Inovação Expo Fish Portugal, temos procurado dar visibilidade à investigação e inovação no setor do mar, por via das universidades, centros de investigação e start-ups, com o objetivo de transferir valor e conhecimento para a indústria. Este ano contámos com número recorde de candidaturas, acima de 40, todas de elevada qualidade e grande valia.
Esta é uma iniciativa que procura ligar produtores nacionais a importadores com vista à internacionalização. Quais têm sido os resultados práticos desta ligação?
Os resultados práticos têm sido extremamente positivos. Desde a sua criação, a Expo Fish Portugal transformou-se numa verdadeira montra para o pescado português, mostrando a excelência, inovação e sustentabilidade dos nossos produtos aos mercados internacionais.
Nesta 4ª edição, o evento juntou mais de 100 empresas nacionais e internacionais, oriundos de 25 mercados internacionais através da sua plataforma digital, e foram agendadas centenas de reuniões comerciais B2B, permitindo que produtores nacionais contactassem diretamente com potenciais clientes e parceiros.
Adicionalmente, a presença de uma delegação da Asociación de Empresarios Mayoristas de Pescados de Madrid, uma das associações mais relevantes do setor na Europa, foi um marco importante. A participação desta delegação visou abrir as portas do mercado português aos seus associados, reforçando a ligação entre os produtores nacionais e os principais mercados europeus.
Estes exemplos mostram que a Expo Fish Portugal está a cumprir o seu papel de facilitar negócios e criar oportunidades reais de exportação e internacionalização para o pescado português, consolidando Portugal como um fornecedor de referência no setor global das pescas.
Ouvimos algumas empresas nacionais a partilhar as suas dificuldades e desafios à entrada em determinados mercados. Quais são, na sua opinião, aqueles que são mais difíceis de ultrapassar e que são transversais a qualquer mercado?
A fileira do pescado portuguesa sempre teve uma forte vocação exportadora, mas sabemos que, atualmente, entrar em novos mercados exige um esforço significativo e investimentos contínuos. Os principais desafios transversais incluem um investimento em promoção e capacidade comercial – porque o mercado global é altamente competitivo, e destacar os produtos portugueses requer estratégias robustas de marketing, eventos promocionais e presença constante em feiras internacionais.
Mostra-se também necessária uma especial atenção às barreiras logísticas e regulatórias, visto que muitos mercados impõem exigências específicas que as empresas precisam de conhecer e cumprir para se posicionarem adequadamente.
É também incontornável mencionar o reconhecimento da marca e da qualidade da oferta de produtos. Apesar da excelência do pescado português, o trabalho de educar novos mercados sobre as vantagens dos nossos produtos é também ele contínuo.
Por outro lado, iniciativas como feiras internacionais, o apoio financeiro providenciado pelo FEAMPA e o suporte técnico da AICEP têm sido fundamentais para ajudar as empresas a superar estes obstáculos. É essencial que esses apoios sejam mantidos e, se possível, reforçados, para que a fileira do pescado continue a expandir-se internacionalmente.
A certificação MSC da sardinha portuguesa que agora regressa faz de facto a diferença para conseguir presença em mercados internacionais?
Sem dúvida, a certificação Marine Stewardship Council é de capital importância para o setor. Trata-se de um reconhecimento que reforça as práticas de sustentabilidade da nossa frota, da indústria transformadora e dos comerciantes.
A obtenção desta certificação abre portas para mercados que valorizam fortemente a sustentabilidade, como o Reino Unido e a Alemanha, onde esta certificação é frequentemente um pré-requisito para a entrada nos grandes retalhistas e distribuidores.
Além disso, a certificação irá potenciar as exportações de sardinha em todas as suas formas – fresca, congelada e transformada – contribuindo para um aumento do valor económico e da visibilidade do pescado português nos mercados mais exigentes. É uma vitória importante para toda a fileira e para a afirmação da sardinha como um produto de excelência.
Quais são, na sua opinião, as mais-valias do país para conseguir posicionar-se a nível global como fornecedor de pescado de qualidade e valor acrescentado?
Posicionar Portugal como um fornecedor global de pescado de qualidade é um desafio, mas também uma oportunidade imensa. As principais mais-valias do país incluem a qualidade e diversidade do pescado – o mar português oferece uma riqueza incomparável, com produtos reconhecidos pela frescura, sabor e sustentabilidade; a tradição e experiência – Portugal tem uma longa história de ligação ao mar, traduzida em técnicas de pesca, transformação e conservação que asseguram produtos de elevada qualidade; e a capacidade de inovação – cada vez mais, o setor está a investir em inovação e tecnologia, o que permite transformar esta qualidade intrínseca em valor económico, seja através de novos produtos, processos ou formas de comercialização.
O grande desafio é dar maior visibilidade a esta qualidade e traduzir isso em valor acrescentado que beneficie toda a fileira, desde os pescadores até às empresas exportadoras. Acredito que é possível, e a Expo Fish Portugal tem sido uma peça fundamental para atingir esse objetivo.
Qual será o enfoque da Expo Fish 2025?
A Expo Fish Portugal 2025 terá novidades e irá reforçar o seu papel como uma plataforma estratégica para o setor do pescado. Entre os principais enfoques destaca-se a promoção comercial e internacionalização, a feira continuará a ser uma ferramenta ao serviço das empresas e das associações empresariais, permitindo-lhes destacar o pescado português em eventos de especialidade pelo mundo. Procuraremos também desenvolver o evento como um fórum de debate e inovação – a 5ª edição será um espaço ainda mais dinâmico, com ênfase no debate na investigação, na sustentabilidade e no apoio às start-ups do setor, promovendo novas ideias e soluções para os desafios da fileira do pescado.
E por fim, o aprofundamento da plataforma digital – a expansão da componente digital será uma prioridade, tornando-a uma ferramenta ainda mais eficaz para ligar empresas, associações e mercados internacionais.
Com estas iniciativas, a Expo Fish Portugal consolidará a sua posição como um motor de transformação e inovação para o setor em Portugal, reforçando o posicionamento global do nosso país como referência internacional no comércio de pescado.
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