Custos laborais em Portugal aceleram e contrariam tendência europeia
Os custos das empresas com salários e contribuições por hora aceleraram em Portugal no terceiro trimestre, apesar de terem abrandado na média dos países do euro e da União Europeia (UE).
Os custos das empresas com salários e contribuições abrandaram na Zona Euro e na União Europeia entre julho e setembro, em comparação com os mesmos três meses do ano passado, mas aceleraram no mercado português.
Segundo o Eurostat, na Zona Euro, o ritmo de crescimento dos custos laborais das empresas caiu de 5,2% no segundo trimestre para 4,6% no terceiro trimestre. Na União Europeia, apesar de menor, também se registou uma desaceleração.
Em Portugal, no entanto, a tendência foi a inversa. Depois de um aumento homólogo de 7,4% no período de abril a junho, os custos horários do trabalho das empresas nacionais aceleraram e cresceram 8,4% no terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados publicados esta segunda-feira.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o aumento dos custos laborais das empresas em Portugal acelerou em 3,3 pontos percentuais face ao terceiro trimestre de 2023, o ritmo de crescimento na Zona Euro e na UE abrandou, respetivamente, 0,4 e 0,3 pontos percentuais.
Simultaneamente, a componente salarial continuou a aumentar mais em Portugal (+8,4%) do que na média dos 27 Estados-membros da União Europeia (+5%) e da Zona Euro (+4,4%) no terceiro trimestre do ano. Quanto aos outros custos — nomeadamente, impostos e contribuições sociais — Portugal (+8,2%) ultrapassou a média comunitária (+5,3%) e da moeda única (+5,2%).
Variação homóloga dos custos salariais no conjunto da economia no 3.º trimestre
Portugal situou-se, ainda assim, no 10.º lugar da lista dos países em que os custos das empresas com salários mais aumentaram no terceiro trimestre na UE. As subidas mais acentuadas neste período verificaram-se na Roménia (+17,1%), Croácia (+15,1%), Hungria (+14,1%), Bulgária (+12,7%) e Letónia (+12,6%). Só a Grécia registou um decréscimo (-2,9%).
Portugal é o oitavo país da UE com menos vagas de emprego
Tal como há um ano e também no segundo trimestre, apenas 1,4% dos postos de trabalho em Portugal se encontravam disponíveis entre julho e setembro. Segundo o Eurostat, trata-se do oitavo valor mais baixo entre os 27 Estados-membros da União Europeia.
Além disso, Portugal mantém-se abaixo quer da média comunitária, quer da média da Zona Euro, que no terceiro trimestre se fixou em 2,3% e 2,5%, respetivamente.
“Na área da moeda única, a taxa de empregos vagos no terceiro trimestre de 2024 foi de 2,1% na indústria e na construção e de 2,7% nos serviços. Na UE, a taxa foi de 2% na indústria e na construção e de 2,5% nos serviços”, detalha o gabinete estatístico europeu. Em Portugal, a taxa de postos de trabalho era de 1,1% na indústria e construção e de 2,1% nos serviços.
Entre os 27 países da UE, as taxas mais elevadas foram registadas nos Países Baixos (4,3%), na Bélgica (4,2%) e na Áustria (3,8%), enquanto na Roménia e na Bulgária (0,8% em ambas) e na Polónia e em Espanha (0,9% em ambas) se observaram as taxas mais baixas.
Taxas de empregos vagos nos países da UE no 3.º trimestre
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